#*XISÓLIO DAS QUESTIÚNCULAS#* GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA SARCÁSTICO
Assoma-me que só subsisto em momentos de ápices
Eternamente invulgares, elementarmente ímpio,
Em minutos de egrégias anunciações de sentimentos,
Até a consumação dos tempos "In
Memoriam",
Alvoroços e sensibilidades são distintos,
Algazarras e silêncios são divinos,
Como se experimenta no mundo,
A veracidade é o isolamento,
O exílio,
Tormento dos volos e querenças.
É o ser quem aporta sofrer e comover-se,
Estremecer-se mesmo.
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Terá aprofundado por integral em seu âmago,
Integrado dele, pesaroso.
Isto a que cognominam jazer-se
É-me um inexecutável encavacamento,
Exíguo confrangimento.
Atinjo-lhe a profundeza,
Alcanço-lhe as essências,
Submergindo mais e mais
No que está despontando em mim,
Nos pedaços que vão caindo ao longo dos passos,
Nas rugas que vão nascendo no canto dos olhos,
Não alcanço perceber mais o termo isolamento.
A comparência breve no tempo.
Agenceio a singularidade no imo e alma.
Atalham-me de achar um adeus genuíno,
Causais a plangência e a insipidez de tão
Imensuráveis são.
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Quem sou, que me olvido de verbalizar o nosso
bem-querer que anda silencioso, anda em andares vagarosos na areia arrefecida,
de por baixo dos pés? Quem sou, que me rememoro de engranzar as mãos em
algibeira de calças, procuro o nada que neles se acha, e tenho sede e fome de
não achar nela coisa alguma? Quem sou, que me não memora escutar os murmurejes
de brados longínquos em mim, o som harmonioso do mutismo a versejar as fés de
agora e a crença de amanhã serem distintas sensibilidades, abalos? Quem sou,
que me omito que a mudez é que é o mutismo intenso? Mas esse "quê...
quê... quê...", esqueço-me os princípios das coisas prazerosamente
auscultadas. Na calada, eleva-se a súplica consistente, abdico que na
edificação que se alteia esbarra vento de inovação. No polvilho, o portento da
subsistência humana. No emudecimento da disposição ecuménica, uma pugna de
existência antecede todas as metamorfoses.
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Apreendo agora o que anda sendo de mim, porque
flúmens e abismos encontro-me a marear ou a marejar maresias e marés.
Paralelismo primeiro e interno, retentivas e anamneses de ocorrências. Prezo
mais os cimélios das planícies. Apreendo ou me exorto de que amadurecido estou,
enfim, para talhe novel.
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Para além de minha elementar tenção, resido. Sou
feliz por esquecer a hora, por olvidar os verbos do tempo, substantivos do
pretérito. Afigura-se-me ser a subjetividade a sensibilidade humana. Todos os
caminhos levam-me a ela. Busco em mim o ritmo de árias antigas. Só me recorda o
modo demasiado imperfeito, re-versas e in-versas imagens do pleno e eterno,
in-verdades. A fim de que não me entristeça, interrompo-me. A fome de querença
penetra mutuamente à retentiva do dédalo sujeito esquisito e comovente, zoada
abeira entre o arrebatamento e o singelo do espírito. As locuções, estilos,
posturas, clamor afável e terno, o físico são nostalgias absolutas e plenas da
tonteira do espertar.
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Intenciono-me ser, isentar-me de mim, ir ficar no
meu interior, ser ele, entregando-me inteiro. Nulo aprazimento. Ajuízo-me
impender a mim análogo. Sendo o exclusivo a frui-la, componho-o tão-somente por
ufania e embuste. Nenhuma satisfação parece-me pertencer a mim mesmo. Sendo o único
a gozá-la, faço-o tão somente por orgulho e picardia. Sou alegre por olvidar a
hora. Afigura-se-me ser a egocentricidade susceptibilidade clemente. Todas as
veredas acarretam-me a ela. Requesto em mim a cadência de modinhas antigas. Só
me rememora o jeito nímio deficiente, mui pouco suberabundando os
"xisólios das questiúnculas"
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O fecho de que não me escureça, suspendo-me.
intenciono-me ser, excluir-me de mim, aportar, estacar no meu íntimo, Ser ele,
outorgando-me inteiriço.
#riodejaneiro#, 30 de agosto de 2019#
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