#DE OURO E RISO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"A poesia é de ouro e riso e não de cascalho
para cobrir a poeira das estradas" (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"Na universalidade existencial capta-se e
afere-se toda poética, para que o poema resplenda, ilumine e sacie almas
sedentas de conteúdos e beleza num alento sob o caos do existir." (Graça
Fontis)
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Poesia do nada. Poesia do efêmero. Poesia de
nonadas.
O mesmo que rimar "sim" com
"capim". Não há linguística que redima e salve, redencie de nos
pastos e campos se alimentarem dele, degustarem de sua melosa substância,
engordando-se dos nihils que neblinas e orvalhos esplendem ao longo do tempo.
Não há semântica que desculpe e perdoe, justifique que nos lotes vagos ou
terrenos baldios não há húmus para engrandecer as rimas, para edificar os
versos, para elevar as estrofes. Não há estilística que re-vele os inter-ditos
que residem profundos na alma do tempo, o futuro a afluir-ser. O vento não
levará consigo ao longo das veredas, largará para trás, nada tem a dizer, a
despertar.
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Paráclitos pers de dialéticas efêmeras de
horizontes obtusos, pectivas eternas de uni-versos sombrios, horizontes de
trevas e brumas, em cujos - do alvorecer brilham de resplendor e magia, -
ângulos... os raios do crepúsculo numinam as inspirações escusas, as intuições
chinfrins, sonetos, poemas livres chinfrins, puro nonsense, e, com talentos e
dons, sublimes, versos e estrofes mágicos, quê beleza e esplendor, despertam os
sonhos do nada cristalino de ideais e idéias a criarem e re-criarem os
interstícios da alma para a consumação da vida, pré-núncio do ser, mas como o
inter-dito das esperanças, entre-linhas das palavras entre-laçadas da
a-nunciação da verdade são juízes lídimos e idôneos do absoluto divino, os
sonetos ou poemas livres do póstumo concebido no eidos do nada cristalino
pervagam nas trevas, vagueiam no espaço de brumas, perambula no limbo do caos,
a alma se re-colhe no re-canto da solidão, con-templando angústias, tristezas,
melancolias, nostalgias, mergulha inteira na cripta da frustração, simplesmente
se prolongou de frustrações e fracassos.
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A poesia é de ouro e não de cascalho para cobrir a
poeira das estradas.
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Cáritas pectivas de dialéticas eternas de confins
ornamentados de pretéritos cont-templados à luz do sol desértico que, com suas
miríades de brilhos, concebe o oásis à mercê da distância que passo a passo
revela a ilusão de ótica, húmus, semente da busca, desejo, volúpia do encontro
com o sublime da peren-itude, com a simplicidade da etern-itude, ingenuidade da
efemer-itude das travessias em cujas nonadas sintéticas do vazio e vacuidade
habitam a estrela polar, guia dos caminhos da verdade, inda que passageira, mas
átimo do tempo que, de linhas em linhas, no tecer e tessitura da esperança
crocheteia as arribas límpidas, trans-parentes, trans-lúcidas, trans-lúdicas
dos in-finitivos do espírito que precedem, antecedem, vem antes dos pretéritos
da alma a insistir, persistir que são o alvorecer perene e pétuo-per da
essência ec-sistencial do ser metafísico da floresta silvestre, em cujo espaço
resplende o cântico da natureza, das águas límpidas dos rios que passam de por
baixo das pontes, revelando outros percursos e decursos da continuidade poética
da poiésis de novas e re-nascidas esperanças à luz da lua azul a conduzir a fé,
no sentido de ser o húmus das inspirações e circunstâncias existenciais, às
long-itudes do oceano, onde toda a vida concebe, gera, dá a luz às eid-itudes
estéticas do verbo-sonho de amar o ser, ser o amor.
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Poesia da verdade. Poesia do ser. Poesia da
trans-cendência-silva da felicidade que se re-faz, re-nasce nas miríades de
raios cintilantes das estrelas, de átimos brilhantes da lua na iésis dos versos
vers-éticos do pleno-absoluto, das estrelas vers-orais do cântico ritmado do
vernáculo bíblico do tempo em-sendo, por sido da morte além da vida, da vida
além das prenuncidades da divina essência, etern-idade do Ser, Verbo do Tempo.
#riodejaneiro#, 02 de agosto de 2019#
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