#CINZAS SOBRE O MÁRMORE BRANCO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Esparramo cinzas sobre o mármore branco do banco no
alpendre, frente aos canteiros de flores di-versas e ad-versas, além da grade,
a linha férrea da Estrada Férrea Central do Brasil, na solidão e silêncio
carregadas de melancolias e lembranças do vir-a-ser o sonho do pretérito que
irradiaria de luzes fosforescentes as trevas e mistérios do vazio, fornicando
com o nada, encapuzado de nonada, re-vestido de travessias do prazer e êxtase,
perfeita dimensão libidinosa, a relação sin-crônica com o efêmero acaba-se
assim - vazio e nonada fornicando nos interstícios dos instintos a presença
eidética do a-temporal - a amizade harmônica da travessia, e há verbo de ser,
termina-se assim - engabelando a carne do gozo, tripudiando o verbo do tesão, e
no recôndito da natureza a forclusion íntima dos re-versos imperfeitos e
mais-que-perfeitos subjuntivos do crepúsculo que brilha de sombras o
entardecer, particípios do anoitecer que pro-jetam tempo de átimos da
continuidade dos segundos habitando os limites-instantes aos confins do espaço
de vácuos, habita na alma o desejo voluptuoso do caos apocalipsiando as chamas
ardentes do inferno como sudário para esquentar as carências do absoluto,
esfriar os medos do eterno de purgações entre as quatro paredes - se a purgação
das mazelas e chulices da vida pretérita em síntese do inferno na
transcendência se faz na linguística semântica da pena "ada" atitude
de nad-ificar a vida por inter-médio de nihils desde o genesis à consumação do
calipse das virtudes e valores, as virtudes e valores do pocalipse-a do
genitivo vivencial que muda de cor no fim do arco-íris, também é a semântica
linguística, em plena capachidade com as metáforas ornamentais da vida escusa,
viperina, utopias e ideologias chinfrins, ação de des-cender o porvir às oratórias
do clérigo aos limbos e sarjetas do estar-no-mundo que se revelou de gerúndios
preterizados antes da terra, antes do mundo, antes da vida, e na plen-itude do
ser o não-ser são as cinzas que esparramei sobre o banco de mármore branco, e
neste momento o brilho da lua e a cintilância das estrelas aderidas
esplenderam, trans-versejaram, trans-versificaram, contingenciaram e
contin-versaram a iluminidade, iluminis-cência, iluminismo das utopias dos
medos de ec-sistir a verdade, de ser um orgulho das origens perfeitas da
eternidade re-vestida de éticas do divino, preceitos do absoluto.
#riodejaneiro#, 06 de agosto de 2019#
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