#ESTAMINÉ DA VIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Emoção anil,
Anil, anil, anil...
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Não é na vereda a cursar
Não é nenhuma melodia para tatear no violão
Não é nenhum devaneio para mausoléus, penumbra de
preces perenes
Não são tragadas com alguns amigos na
"estaminé da via"
Não possuo querença.
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Tenho todo o tempo do mundo para os lácios da
criação e inspiração dos verbos do Ser, nonadas à luz dos raios de sol
incindindo-se nas ondas marítimas que se sarapalham na praia, vazios à mercê
dos encontros e des-encontros, das conquistas e buscas da estesia da
consciência e sabedoria, nada às cavalitas da liberdade e das consequências que
palmilham as estradas de poeira, campos de grama viçosa e esverdejante,
ipseidades e facticidades ao longo dos lotes vazios...
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Tenho todo o tempo do mundo para con-templar as
luzes e sombras da con-tingência do eterno e do efêmero...
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Ei, cara!
Declare-me o que confecciono
Não é assento para abancar
No acesso da frontaria
Contemple moços e garotas que vão para bailar!
Observe o velhinho e a velhinha na cadeira de
descanso
No alpendre, no início da noite, lembrando-se de
suas vidas!
Observe o rapazinho sentado no banco da pracinha
pública,
Revendo a matéria da prova a que se submeterá logo,
Muito difícil isto de Balancear Fórmulas Químicas!
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Ei, cara!
Exibe-me qualquer coisa recente, novidade
Oldies e oldies meus, épocas por avante
Não tem brilhas que refulgem
A não serem essas serranias no porvir?
A não serem essas gotículas de chuva escorrendo
No vidro da janela de guilhotina?
Não são lá essenciais cerros tão fleumáticos
Conseguir-me-ia licenciar, ao flanco de blues
Janas e Palomas ganindo ao longínquo?
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Não é nenhuma palavra em cujo seio residem
símbolos, signos de a-nunciações de verbos a conjugarem os in-fin-itivos do
silêncio, metalinguísticas, metafísicas, semânticas, linguísticas a estesiarem
os ex-tases do tempo e dos ventos que e-nunciam o espírito da vida, a alma da
solidão.
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Tenho todo o tempo para riscar com o diamante das
ausências e forclusions o espelho do há-de ser o desejo de construir a
realidade com o reflexo dos seus valores, a vontade de verdade com a sabedoria
de comer as coisas com o olhar. Tenho todo o tempo do mundo para a estética da
vida com as intrínsecas ambiguidades, encontrar a semente para a realização do
Ser.
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Ei, criatura!
Não tem nenhum horto
Do distinto flanco do cosmo
Belas enflores
Onde eu conseguiria gozar do seu eflúvio deleitoso?
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Enuncie-me, ó criatura,
O que eu concebo!
Ensine-me como torcer a lã
Para fazer estame
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Lua anil
Encontra -se encovando retro do campo-santo.
#riodejaneiro#, 26 de agosto de 2019#
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