#EMBARCADOURO VERGADO À ESPERA DO ADEJAR# GRAÇA FONTIS: PINTURA Graça Fontis/Manoel Ferreira Neto: PROSA
E são simulacros os entendimentos, as histórias
incompreensíveis a comporem invencionalidades irreais, a tornarem-se reais os
fantasmagóricos dignificadores do mundo real regente das mãos sonhadoras e
utópicas convencionados pelo além do bem e do mal, quando a humanidade se cala
e espera, ao lacrimejar suas ânsias, desassossegos no embarcadouro vergado à
espera do adejar e ao arrancar d´alma o que teima insistentemente no permanecer
das invenções gotadas no glamour fugaz ao perpassarem os frêmitos incitados e
instintivos nos faróis indicadores do futuro quando sem mistérios e dentro do
moinho de ventos a serem decifrados.
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“Con-templar o in-verso, intencionando o verso”,
funilando o verbo e o amor antigo, a palavra e os desejos, os sentimentos de
ternura, carinho de amanhã, de outros tempos distantes e longínquos adiante
novas emoções nos olhos fortemente castanhos e a síntese de que nada morreu,
nada escafedeu-se, nada esvaeceu-se – cúmplices!
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O silêncio é incenso, segredo a par, enigma
singular e solitário, e nos becos soterrados há vasos, há túmulos, há flores,
há vias, há sinuosidades nos passos além alamedas. Onde abate o alicerce ou
foge o instante estou envolvido para sempre.
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A solidão é vela de sete dias, orações com horários
marcados, re-presentação teatral de fé, crença, espiritualidade, todos os
gestos rituais, há coro, há salvas de palmas, há sapateares, há o ponteio dos
valores e merecimentos, segue os tempos, as gerações, as eras, cem anos de
solidão é apenas um símbolo, signo da continuidade que se faz continuamente.
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Ruas sem réguas, sem léguas, sem tréguas, sem
passos, sem luzes, sem lógica nenhuma... Ilhas cor de limão deflorado saíam da
lisa esbatida de uma montanha no cádmio sereno de tudo sob a navalha do céu e
do nada, do inferno e da metafísica do vazio.
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Luzes a-lumbradas nas pálpebras da insônia, se é
brilho ofuscante eu amo de paixão, sinto o ímpeto de senti-las verdadeiramente,
trans-literalizá-las em palavras de imagens, perspectivas de outros mergulhos
em profundidades inestimáveis aos sonhos de plen-itude, às utopias da
ab-solutidade das estesias que despertam o peito e a sensibilidade para a
acuidade das formas e conteúdos, temas e temáticas do sentir e pensar, na
síntese do verbo e dos versos “encontrar” as pontas das linhas para esticá-las,
estender os nós do sim e do não, os nós do consentimento de outras imagens se
manifestarem na memória, no espírito de trans-cendência do real, irreal,
contingente, quotidiano, os nós de barrocos e modernidades, de impressionismos
e símbolos, de expressionismos e metafísicas, de abstracionismo e superstições
da sexta-feira 13 em que nada existindo de concreto, de nostalgias de metáforas
dos nós da vida e da morte... nada pode contra a ciência do círculo vazio, do
longilonge do tempo da vida.
#riodejaneiro#, 03 de agosto de 2019#
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