ANA JÚLIA MACHADO CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA ANALISA E INTERPRETA O POEMA #ALTAR PARÁCLITO DOS DIVINOS SENTIMENTOS#
Neste texto do escritor, filosofo e crítico
literário- ALTAR PARÁCLITO DOS DIVINOS SENTIMENTOS, penso que poderei fazer uma
analogia com Vinícius de Moraes, certa ou errada, como sempre não sei…
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A poesia devota de Vinícius de Moraes: A criação de
uma versificação.
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Nessa era, Vinícius cursava a Faculdade de Direito
do Catete, e além dos confrades já populares da academia; fez novos e grandes
amigos, como Octávio de Faria e Augusto Frederico Schmidt. Juntos incitaram a
poesia do adolescente
Autor, incutindo-o através de querelas sobre a
ligação do homem com Divo, a energia do dano, a imaculabilidade e o chamamento
do planeta, o fenecimento, o espírito e a consciência, intelectivo aliciado de
uma inspiração satírica de pós-guerra ou o poeta vanguardista, entusiasmado com
os ismos de uma renovada letradura. O poeta que brota em Vinícius dispõe um
poema que discorda da temática que firmara os modernistas. Escapulindo-se da
realeza real e envolvente, o autor tentou indagar os enigmas do eterno,
executando, nos verbalizares de Imaculado real intrincado de cornículo. A
santidade amplificada no término da noção do indivíduo prevaricador e débil,
que careceu facultar escoamento a uma instrução beata, auferida no colégio
Santo Inácio e cultivada pela família, avançará sendo desprezada aos parcos
para a maduração de um criador mais expansivo e interagido com seu meio,
semelhante resume Bosi: a premência biográfica logo desviou o fuso dos assuntos
desse trovador sentimental por eminência para a privacidade dos afeiçoados e
para a existência lasciva. Porém, a inspiração vindoura de Vinícius de Moraes
não quedou independente da utopia apaixonado que dimanou em sua etapa
escrupulosa. O perturbante anseio de união ao Imortal se recaiu mais tarde no
sentimentalismo afeiçoado, na perquirição de um amor exemplar ou da mulher
protótipo ou no assombro pelo que não se empobrece, que detém-se até no mais
efémero dos momentos ou nas mais diminutas dos encarniçamentos. A força
impulsora de seu sentimentalismo pode ser incompatível nessa volatilização do
momento inspirador que alcança imortalizar o limitado e enaltecer a
insignificância da sensação do ser.
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O divórcio da santidade neossimbolista, a nova
espécie de vate desconvertido não suprimiu o entendimento beato, pois esse
deteve-se subjacente na complexidão do estádio materialista, na utopia que se
expressa no imutável abatimento da enunciação aprazível do autor (Ferreira,) A
inspiração de a Sensibilidade do Excelso distingue-se do sentimentalismo amante
da poesia vindoura de Vinícius de Moraes, como por exemplo da inspiração de A
Nostalgia do dia-a-dia. A temática da existência borga, a paixão pela melodia,
pelo cinematógrafo, o engrandecimento da mulher, a disposição e a repercussão
sobre outras formas primorosas esboçarão a nova atitude do criador fronte ao
universo, sua nova forma de significar a intelecção desse mundo em questão de
talento.
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Porém, na temática amorosa persiste o idealismo do
poeta religioso que cobiçava agregar-se ao Celestial. No anseio de estar no
Perene, o poeta faz da locução inspiradora o utensílio de usufruto. O poema
converte-se o campo favorável para um arrebatamento devoto que perseverará na
figura de Eros em sua etapa subsequente.
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Presença essa muitíssimo expressiva que acarretou a
apreciação a identificar em Vinícius
Um veemente poeta lascivo.
Ao lado dessa sensualidade, convive no devaneador
devoto, o pânico do tombo. A Angústia de saber-se letal, motivo o receio das
tenebrosidades e o estranhamento no sujeito
poético que estabelece-se inadequado a uma zona
terrestre.
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A figura do poeta devoto representa a constrição do
pecaminoso, patenteando uma aparência nostálgica e catastrófica, deliberada a
executar um destino. Assim, ele é igualmente o esconjurado, aquele que nem a
crença conseguirá poupar poeta que se declara nos cantos alternada crença e
constrição, religião e derrotismo. Enquanto idealista sensível, demanda
harmonizar-se consigo próprio numa acção de êxtase e veneração celestial, pelo
hiato integral do físico e da alma, executando um caminho evidente para o
conseguimento da mercê. Assim, aprecia o paraíso, numa patente heterofonia do
divino, ou executa a jornada beata, excedendo trilhos para embriagar-se e
agregar-se à deidade, na execução do enlevo devoto. Enquanto idealista
blasfemado, transporta consigo o peso de uma incumbência; é frequentemente
dominado pela noção do piáculo e procura, desesperadamente, o bem-estar para
suas inquietudes. A sensibilidade de estranhamento o faz cursar o mundo como em
uma prova. O ausentar-se daqui é o meio descoberto, por isso a evasão é
imortal. Tal procura será o incentivo para seu compor poético, como ele próprio
declara no canto Fim, de o Trilho para a separação: será a Realidade somente um
estímulo à jornada / ou será ela a inerente jornada? Em sua evasão, vizinha-se
da forma do semítico vagabundo, que parte desterrado, isolado e sem intento.
Nesses instantes, o poeta afigura-se aos autores sonhadores e simbolistas, em
seu pressentimento de admiração e procura ininterrupta.
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Exatamente observo esta sensação de duplicidade no
texto do escritor Manoel Ferreira Neto…a religião estará sempre entre o que é
prazer e delito e que não deixa bem patente as suas inquietações e discórdia da
religião que coloca o homem em dúvida..mas que acaba por optar pelo deleite,
mesmo que seja devoto…
E este último verso dá a entender bem tal
sentimento…
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O homem pecaminoso procura ser absolvido mediante a
intelecção dos intentos divinais e de si próprio. Devoto, o sujeito poético
parte em demanda do sentido do enigma celestial, para que possa conseguir a
remição exequível.
O poema Auto-observação elucida essa investigação,
na medida em que anuncia um sujeito que admite na essência extrínseca uma
dimensão de sua inerente interioridade. Tal procedimento reflete a necessidade
de compreender-se a si mesmo por meio da sensibilidade da verdade extrínseca. A
volatilização do sentimental e de sua inspiração se faz por meio da enunciação
de sua constrição e de sua crença. O poeta indaga os enigmas que abrangem a
deidade e imerge no delírio de um mundo falso, ávido por uma conciliação que
sabe impraticável. Assim, em constante situação de contenda, afigura-se à
figura do indivíduo faustoso, compartilhado entre o prazer terrestre e o receio
da pena celestial. Daí, o cruzamento de programas que o causará vivenciar a
existência e o fenecimento, numa evasão atormentada direcção a uma vereda cada
vez mais afastada da tão idealizada concórdia íntima. Exatamente observo esta
sensação de duplicidade no texto do escritor Manoel Ferreira Neto…a religião
estará sempre entre o que é prazer e delito e que não deixa bem patente as suas
inquietações e discórdia da religião que coloca o homem em dúvida..mas que
acaba por optar pelo deleite, mesmo que seja devoto…
E este último verso dá a entender bem tal
sentimento…
A quinta-essência da locução Comiseração não cabe
enunciá-la-, estatuir-lhe, alistá-la.
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Dispô-la de douta meditação. No alicerce do ser. No
culto intercessor das celestiais índoles, Arte se compõe.
Ana Júlia Machado.
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Magistral, de excelência a sua análise e
interpreta, querida Aninha Júlia. Creio haver chegado o instante de mergulhar
nas coisas do espírito, tentando comungar-lhe às contingências existenciais. Li
Vinícius de Morais faz algum tempo. Não pensava que houvesse deixado ele estas
dimensões de seu pensamento em mim. Em verdade, criei este poema hoje, deitado
na cama, sentindo dores nas costas. Efetivamente, as minhas buscas não são de
origem religiosa - faz pouco Graça Fontis perguntou-me se já acredito em Deus,
sendo a resposta categórica: "Não acredito mesmo." A sua análise e
interpretação mostra-me com evidência e clareza que a Espiritualidade pode ser
artificiada independente da Religião.
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Beijos nossos a você e à nossa amada netinha.
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Manoel Ferreira Neto
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#ALTAR PARÁCLITO DOS DIVINOS SENTIMENTOS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Solidariedade
De versos e estrofes dialogando intempéries e
glórias
Con-tingenciadas aos ziguezagues do efêmero,
Dimensão do eterno, perquirição do ser e tempo,
Às sinuosidades da liberdade e escravidão,
Vertentes artífices da cegueira comungada
Aos preceitos dogmas, da consciência
Ligada aos ideais e sonhos,
Diálogo de princípios con-templados à luz
Das contradições da verdade,
Ausência da sensibilidade que concebe desejos e
ideais
Da consciência de só a coragem de criar, inventar
Outros horizontes, em cujos recônditos residem
Esperanças da espiritualidade tecendo
Universos do sublime e divino,
São a semente e o húmus do Ser,
Diálogo de virtudes observadas sob os linces
Das idéias que perpassaram, perpassam
A História da fragilidade humana....
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Compaixão
A quinta essência da palavra,
Essência de sentimentos e volos da alma
Aderidos às utopias espirituais do amor,
Não cabe descrevê-la, prescrevê-la, inscrevê-la,
Eleva-se acima das vagas nuvens,
Eleva-se acima dos brilhos estrelares, lunares
Em rotação universal, sentidos, significados,
definições
Do amor que lhe habita o âmago,
O que desata num só instante de sonho,
Carícia, gesto é metáfora, não o ser puro,
Compaixão é toque singelo no eidos do coração
Que pulsa a profusa sensibilidade das contingências
Do efêmero e eterno,
Relê a sem-palavra das esperanças
A razão não alcança, o intelecto não atinge
Realizar a síntese humanidade e espiritualidade,
Claros gestos de integração
Quinta essência do verbo uno do Ser
Num desejo maior do ser espírito
Mais leve do que a brisa matutina
Como é lírica a compaixão
E só sensível no re-verso in-verso das quimeras,
E só visível no verso verdadeiro de intenções,
Sublime suspirália é fogo de chamas vivas,
Sublime respirália é água mansa que
Desliza suave no rio da humanidade de ser
Tingindo o espaço de vida episcopal,
Tingindo o universo de vinho ecumênico,
Colorindo o tempo de risos e nadas...
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A quinta essência da palavra
Compaixão não cabe descrevê-la,
Prescrevê-la, inscrevê-la,
Compô-la de sábia reflexão
No fundamento do ser
No altar paráclito dos divinos sentimentos,
Mister se faz.
#riodejaneiro#, 20 de agosto de 2019#
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