GRAÇA FONTIS PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA A PROSA #CINZAS SOBRE O MÁRMORE BRANCO#
Impressionante este texto, então passo a imaginar o
lugar, o ambiente onde a teatralidade das paixões rondam em gritos confundindo
os sentimentos e os gostos no roda-pé d´um mundo fisionomicamente elevados e
expostos nos costões de pedras, presentes no cartão postal de formato artístico
ao afluirem divinamente os artifícios alegóricos dos disfarces fluitivos a
cavarem insolências nos sulcos porosos das orquídeas florais no mármore em
movimento e no vácuo do silêncio sob lampejos súbitos da modernidade e abaixo
do cinza-céu cujas nuvens não são obstáculos as representações dos maiores
desfrutes versados e adversados do anti-oculto desvelando verdades encobertas
do ente-em-si com suas ânsias e angústias, escalando das profundidades em
trans-coragem, sem pudores as formatações expressas em grandes tons luminosos,
audazes palavras que se divertem na obscenidade despida e fertilizada
paradisiacamente, sem perigo ao espírito itinerante e sem medo como rebento
inocente ao projetar-se no cume montanhês do pensar reflexivo a validade
surda/muda do existir, vezes na silenciosidade outra em gritos que acorde o
eterno da sua congelada eternitude para se achegar às luzes e às chamas que
inspirem maior confiança, esperanças aos sequentes períodos assombrosos alçados
das penúrias mundanas, cujos hospedeiros esquecidos no aniquilamente oriental
desde as entranhas aguardam boas e novas alegrias a sediarem espaço à língua
delicada e sensível às superficialidades de todos os sabores afrodisíacos, ou,
algo mais consistente pressuposto ao pensante turvado na autoinquirição quanto
seus involuntários desvios pelo trilhar dos caminhos vertiginosos e
contingenciais da alma sensível e, em permanência abismática, a essência
subjacenciada na origem até o cerne das relações totais ou aparentes do ser sob
o sol das quimeras utópicas e das irreversalidades das transparências as dúbias
verdades que fecundadas embutem-se no contemporâneo.
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Das cinzas que esparramastes, meu escritor, isto
que extrai. Só espero haver alcançado algo de seu pensamento. Beijos!
Graça Fontis
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Crítico é aquele que, ao des-velar, desvendar o
segredo de uma obra. descobre os pensamentos e idéias nela envolvidos, florando
as utopias e os ideais do autor, e o próprio autor descobre outras nuances de
seu pensamento, de suas idéias.
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Você já escreveu inúmeros comentários e críticas de
valor inestimável, são de enorme contribuição para os leitores se
familiarizarem com a linguagem e estilo. Mas esta análise e interpretação
merece reconhecimento maior, por haver desvelado as "cinzas" que
esparramei no banco de mármore branco, ou seja, a metáfora e a metafísica
envolvidas na obra estão excelentemente desvelada. Quem sabe no futuro você não
amplie e torne-lhe um Ensaio, nesta interpretação estão todas as diretrizes
para um estudo epistemológico do espaço estético.
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Parabéns pela interpretação de excelência!
Beijos no coração.
Manoel Ferreira Neto
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#CINZAS SOBRE O MÁRMORE BRANCO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA
Esparramo cinzas sobre o mármore branco do banco no
alpendre, frente à rampa de entrada, de um lado canteiros de flores di-versas e
ad-versas, do outro árvores de diversas frutas, além da grade, a linha férrea
da Estrada Férrea Central do Brasil, na solidão e silêncio carregadas de melancolias
e lembranças do vir-a-ser o sonho do pretérito que irradiaria de luzes
fosforescentes as trevas e mistérios do vazio, fornicando com o nada,
encapuzado de nonada, re-vestido de travessias do prazer e êxtase, perfeita
dimensão libidinosa, a relação sin-crônica com o efêmero acaba-se assim - vazio
e nonada fornicando nos interstícios dos instintos a presença eidética do
a-temporal - a amizade harmônica da travessia, e há verbo de ser, termina-se
assim - engabelando a carne do gozo, tripudiando o verbo do tesão, e no
recôndito da natureza a forclusion íntima dos re-versos imperfeitos e
mais-que-perfeitos subjuntivos do crepúsculo que brilha de sombras o
entardecer, particípios do anoitecer que pro-jetam tempo de átimos da
continuidade dos segundos habitando os limites-instantes aos confins do espaço
de vácuos, habita na alma o desejo voluptuoso do caos apocalipsiando as chamas
ardentes do inferno como sudário para esquentar as carências do absoluto,
esfriar os medos do eterno de purgações entre as quatro paredes - se a purgação
das mazelas e chulices da vida pretérita em síntese do inferno na
transcendência se faz na linguística semântica da pena "ada" atitude
de nad-ificar a vida por inter-médio de nihils desde o genesis à consumação do
calipse das virtudes e valores, as virtudes e valores do pocalipse-a do
genitivo vivencial que muda de cor no fim do arco-íris, também é a semântica
linguística, em plena capachidade com as metáforas ornamentais da vida escusa,
viperina, utopias e ideologias chinfrins, ação de des-cender o porvir às
oratórias do clérigo aos limbos e sarjetas do estar-no-mundo que se revelou de
gerúndios preterizados antes da terra, antes do mundo, antes da vida, e na
plen-itude do ser o não-ser são as cinzas que esparramei sobre o banco de mármore
branco, e neste momento o brilho da lua e a cintilância das estrelas aderidas
esplenderam, trans-versejaram, trans-versificaram, contingenciaram e
contin-versaram a iluminidade, iluminis-cência, iluminismo das utopias dos
medos de ec-sistir a verdade, de ser um orgulho das origens perfeitas da
eternidade re-vestida de éticas do divino, preceitos do absoluto.
#riodejaneiro#, 06 de agosto de 2019#
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