TARDE DEMAIS PARA O EPITÁFIO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
----
"Há coelhos atrás da erudição:
Tarde demais para o epitáfio." (Manoel
Ferreira Neto)
----
Sin - cronias ad-jacentes aos idílios e ilusões
perdidas,
Teo-gonias re-versas de a-gonias in-versas aos
ideais da eternidade
Às ideias da imortalidade, aos sonhos do
para-sempre,
Aos pensamentos do perpétuo,
Harmonias in-versas às utopias do sublime
(Desconfio re-vestimentos de heresias à luz das
ironias fáceis
Nesta egrégia linguagem e estilo,
Há coelhos atrás da erudição:
Tarde demais para o epitáfio)
----
Sin - tonias ad-versas ao ritmo da música que
apresenta
A balalaika e a polka no baile dos desejos da
estilística dos sentimentos,
Eivados das maresias das náuseas defronto ao
sublime das Angústias, emoções leves, habitam-lhes seren-itudes dos volos,
O tempo passa... Tudo passa... O que houver de ser
sê-lo-á
(E não cairia em equívoco inestimável, dizer estar
desconfiado,
Contudo vero é que o verso re-verso in-verso
ad-virá,
Porém digno é que o re-verso verso in-verso
haverá-de ser,
Todavia sábio é que in-verso verso re-verso
porvirá,
Ad-versidade de mata-burros, cancelas, porteiras,
Ad-versidade de a-clives, de-clives, curvas,
Ad-versidade de sinuosidades...
Há coelhos atrás da erudição:
Tarde demais para o epitáfio.
----
Se amanhã houvesse de preterizar o instante-limite
de hoje, instante de nonadas efêmeras copulando sorrelfas com os resquícios,
vestígios do vazio, as declinações do verbo perpetuar de ontem as travessias do
mais-que-perfeito do subjuntivo para o pretérito perfeito do indicativo
projetando no além as imagens forclusivas do particípio seduzindo ludicamente o
gerúndio na noite nupcial de trovões e tempestade, consumação do tempo de
idealizar o perpétuo habitado de ipseidades nauseabundas do uni-verso infinito
de voláteis volúpias com a morte na alma, sursis da idade da razão.
----
Se amanhã houvesse de verbalizar as melancolias do
éden perdido no crepúsculo pálido, semblante entrevado de notívagos idílios,
pesadelos das chamas hádicas e a luz cristalina, re-flexos límpidos, celestial
dialética barroca do eterno, contradição futurista do efêmero iluminado de
pectivas das pers e retros das pontes que ad-stringem o solar do raio com a
soleira do arco-íris após o dilúvio do eterno.
----
Se amanhã houvesse de olvidar as lembranças da
frincha no auspício do flamboyant por onde ao entardecer costumava olhar
enviesado para a longitude do uni-verso, por vezes o azul pleno do céu,
pensando nos instantes de querência de glórias, prazeres, de tantos por onde
passava, saltitava, entes íntimos deixados à mercê das situações,
circunstâncias, sentindo profunda saudade, hoje me entregaria de corpo, alma,
espírito às regências nominais e verbais dos caminhos por onde trilho os
passos, satisfeito com as conquistas, com as realizações, ainda o mais
importante, o nada resultado do efêmero é projeto para outros desejos,
vontades, para a vivência de outro amor, ser-lhe em todas as suas dimensões,
que encontrei num momento em que a contingência do abismo tomou-me por inteiro,
em mim sibilava o vento das ipseidades.
----
Se amanhã houvesse de in-vestigar, alumbrar os
vestígios dos gerúndios de esperanças e sonhos do verbo que plen-erseja a
semântica dos sentimentos da cáritas, emoções do nous da verdade, a linguística
dos volos do perpétuo, forclusions do perfeito; dos particípios das utopias e
idílios do ser que plen-ersifica signos e símbolos do eterno re-vestido dos
efêmeros da verdade sempre na estrada sertaneja de raiz rumo à dialética da
iluminação que cintila e brilha no nada para a travessia do estar-no-mundo ao
crepúsculo dos lírios do genesis de cânticos do revés até o sempre, nos
abismos, grutas, cavernas a memória de um "perfect stranger"
procurando a metáfora da vida, o sistere do absoluto...
----
Hoje estaria eu apenas olhando de viés a
continuidade de minha vida desde as sorrelfas da inocência, ingenuidade à
consciência, sabedoria da sagrada palavra... Estaria eu somente sorrindo atrás
de minha sombra imensa e contraída como letra na amurada e só hoje presente.
----
Há coelhos atrás da erudição:
TARDE DEMAIS PARA O EPITÁFIO.
#riodejaneiro#, 13 de agosto de 2019#
Comentários
Postar um comentário