#ALDEIA DE LÁGRIMA DOS INSANOS - III TOMO #UTOPIA DO ASNO NO SERTÃO MINEIRO#
CAPÍTULO XI - II PARTE À noite do dia em que Ratto Neves mandou o pregador ir “pentear asno”, ou melhor, “pentear macaco”, estivera ele deitado à rede na varanda da casa, lembrando das coisas do tempo de escola. Não gostava de ficar no meio da criançada brincando no horário do recreio. Preferia ficar sentado a uma carteira à porta da classe, que ele próprio colocava, olhando aquela bagunça, gritarias, correrias. Quase nem falava com os colegas. Sentia vergonha deles. Não sabia explicar de que vergonha se tratava. Não era de uniformes impecáveis na higiene e asseio, não era de as notas serem mais do que as dele, das inteligências serem mais de alto nível do que as dele. Não era por diferenças sociais e humanas. Era vergonha. Às vezes, dona Quita – seu nome era Quitéria -, a servente do grupo em que estudava, via Ratto Neves olhando as crianças comendo os lanches que a mãe preparara, sentindo pena dele, não tinha nada para comer. O que fazia, dona Quita, diante dessa...