SILÊNCIO ÚLTIMO DO MISTÉRIO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Neptuno,
Em seus
instantes de éritos do tempo e do espaço...
Visto da
Terra,
Netuno
apresenta uma alta magnitude
(quanto
mais brilhante o astro, menor sua magnitude),
sendo
impossível
observá-lo
a olho
nu,
Tritão,
De longe
o maior,
Tênue e
incomum sistema de anéis também existe,
exibindo
Estrutura
irregular com concentrações
de
material
que
formam arcos,
À soleira
da Oliveira, nos auspícios da montanha,
Ovelhas
perdidas
Comprazendo-se
dos raios e fulminâncias do sol
Que se
esconde nas retrógradas traseiras,
De por
trás dos mitos e mitologias,
No
espelho re-verso das in-versões dos deuses
E das
tempestades, maremotos, tsunâmis marítimos...
@@@
Quando
pelo saber
o corpo
se purifica,
é
procurando o saber
que ele
se eleva.
Para o
sabedor, ante-sábio,
todos os
instintos
tornam-se
sagrados...
@@@
Entre os
milagres, os demoníacos,
menos
concordam com a razão;
e no
tangente aos milagres divinos,
a razão
poderia ter ainda,
próprio
para seu uso,
sinal
negativo:
se alguma
coisa é re-presentada
como
ordenada por Deus,
numa
aparição imediata d´Ele,
opõe-se
diretamente à moralidade,
embora
tendo toda a aparência
de
milagre divino,
Enquanto
Safo,
Escreve
sobre as próprias dores e prazeres,
é
perceptivo em seus poemas
uma
linguagem autônoma,
feminina
e fluída...
@@@
Tu, só
tu, puro amor, com força crua,
Que os
corações humanos tanto obriga,
Deste
causa à molesta morte sua,
Como se
fora pérfida inimiga.
Se dizem,
fero Amor, que a sede tua
Nem com
lágrimas tristes se mitiga,
É porque
queres, áspero e tirano,
Tuas aras
banhar em sangue humano.
@@@
Da morte
a fonte mais bendita,
Da
eternidade, o silêncio último do mistério,
Da
esperança, o mistério das coisas simples,
Da raiz
íntima de mim, a beleza que se projeta
Para o
que há de ser, há de vir.
Na
rarefação de mim, o tempo salta para além,
Na música
de outrora, tudo se revela e acontece.
@@@
Faço
versos e conjugo verbos
Do indizível
e sondável
Deixo
fluir a morte,
Ser o
outro de mim,
Ser o que
em mim sou.
@@@
Vou
singrar teu sono
feito
veleiro louco
e ancorar
de repente
no teu
ventre virgem e livre;
o mar
lúcido de teu olhar,
pouco a
pouco,
amainará
o peixe de minha vertigem.
@@@
Desejo
arar tuas vigílias com palavras claras,
com
versos transparentes e ser,
subitamente,
fruto no
teu chão,
searas e
prazeres que me eram
raros por
tua causa
hão de
brotar nessa canção silenciosa,
que
componho e musicalizo
à mercê
da criatividade e ilusões
as mais
diáfanas
e também
as mais obscuras.
#RIO DE
JANEIRO, 14 DE ABRIL DE 2020, 05:34 a.m.#
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