#FOLIÁCEAS DE DENTRO ENTRE SUSPIROS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: CANÇÃO DO LANGOR SUPREMO
De nada
os favores con-cedidos,
con-sentidos
livremente por não havido
haverem
modos outros de realizar
as intenções
de esplender as utopias do sublime
além das
fronteiras da con-tingência,
reverberar
e verbalizar o silêncio nada vazio
de
solidão e rebeldias,
de
ausências e meiguices e profanas heresias,
desejando
esperanças e ideais,
auscultar
e sensibilizar
pelo
rigor pretérito de uma tarde nua
pela
jovem alma de quem ama,
pelo
agudo esquecimento e quebranto
a perene
beleza de sentimentos, entregas
e versos
adversos do mundo e pensamento,
nuvem
confusa me enevoando o olhar.
Não ouço
mais.
Caio num
langor supremo
@@@
De nada
os obséquios lançados,
pro-jectados
aos limites do in-olvidável por eles
sido
haverem perfeitamente luzes
no
subterrâneo do espírito,
iluminando
as alamedas das idéias,
pensamentos
para a consagração da liberdade,
da consciência,
que percorrem os tempos
sob os
ventos das ipseidades,
sentido
íntimo e profundo fogo sutil,
labaredas
amenas, faíscas pequenas,
a correr
de veia em veia
por minha
carne,
e no
transporte doce que a minha alma enleia
sinto
asperamente a voz emudecida.
@@@
De nada
as boas ações
patenteadas
no sentido de as dificuldades,
dores e
sofrimentos não se estendessem
para além
das angústias, tremores, temores,
a
continuidade das querenças e desejâncias
fosse
possível, sentir pudesse a estrada
de por
baixo dos pés, o destino qual seria,
como
estaria existindo as conquistas
e no
travesseiro o sono da consciência tranquila,
comedida,
calma, serena.
@@@
De nada
as finesses das palavras,
re-presentar,
simular, dissimular, mentir
fizeram-lhes
pensar e sentir re-velavam
sentimentos
inéditos, que abriram as persianas dos sonhos, venezianas das entregas,
poder
ver-lhes puros com a sensibilidade,
sonhara,
ler-lhes
com sabedoria e perspicácia,
quisera.
Nada
re-velava,
as re-presentações
foram em demasia chinfrins,
mostravam
as ausências de verdades na fala,
gestos,
atitudes, comportamentos.
@@@
De nada a
compaixão tão sensível,
tão
presente naqueles instantes em que a noite
se
presentifica e não se vê única estrela no céu,
tudo
escuro, as luzes dos postes na rua apagadas,
perdição
e desolação,
nem mesmo
se haverá outro alvorecer,
não
entendido havendo os silêncios da alma,
li-os uma
"performance" da hipocrisia,
alfim não
sou destrambelhado, enxergo bem as coisas,
a
perspicácia habita-me com toda a prepotência de seu ser,
sono
profundo flui das
Folhas
brilhantes,
Brotam
flores primaveris num prado
Onde
pastam potros, pôneis e os ventos sopram
Gentilmente
junto das folhas novas
Entre
suspiros,
"Foliáceas
de dentro, nas bordas da língua",
A língua
vacila, titubeia, engrola,
e suave
corre
debaixo da pele uma chama,
Não há
visão nos olhares,
só fazem
troar os ouvidos.
#RIO DE
JANEIRO, 04 DE MARÇO DE 2020#
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