#DA ARTE À CON-TINGÊNCIA, À MORTE✴️# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Há um
equilíbrio difícil a estabelecer entre a extensão de nós para quando já não há
“nós”, "eu" e "outro", nem solipsismos, e desse “quando”,
síntese do tempo e das sorrelfas do "ser", do vento e dos sibilos dos
abismos da "verdade", para o instante em que nos pro-jectamos. É
nessa corda tensa, batida de luz cega, surrada de sombra luminosa, que uma vida
perfe-{c}-ta se pode equilibrar.
***
Inabitável
esse meu lugar de origem, essa rarefação de mim, ar condicionado de nada e
vazio do "me", é aí que se anuncia ou se gera quanto interminável
problema que interminavelmente resolvo, quanta verdade última deles, face
primeira, iluminado início, fulgor primordial. Eis pois que, nessa dimensão
absoluta, me é possível aflorar a eternidade para lá do tempo, a pura memória
para lá da recordação e até da evocação, a liberdade inteira para lá do que me
determina, o sagrado para lá da religião, puro para além da ciência, a
necessidade de estar vivo para lá da Arte à Contingência, à morte.
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Só então
pois entenderei que a imortalidade se me levante como exigência inexorável e
que o Mundo se erga enfim como a final justificação de tudo isso.
(**RIO DE
JANEIRO**, 24 DE ABRIL DE 2020, 20:34 p.m.#)
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