#VERBO DA SENSIBILIDADE QUE FORA PERDIDO NO TEMPO, NA HISTÓRIA# GRAÇA FONTIS: FOTO(ARQUIVO) Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: TEXTO
Quisera a
palavra aberta não para saber o que nela habita, não para identificar os sonhos
que sarapalha por todos os lugares, sim dizê-la, expressá-la, proclamá-la.
Dizer a vida em todas as suas dimensões sensíveis, racionais, intelectuais,
inconscientes, mesmo que apresentando as contingências de dor, sofrimento,
contradições, nonsenses, mas identificando o respeito, consideração,
reconhecimento dos homens, humanidade, ser ela preciosa, tesouro inestimável, a
chave da humanidade do ser. Não são estes o Espírito da Vida - a liberdade, a
consciência, os ideais da Espiritualidade?
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Contudo,
desde os primórdios dos tempos, jamais houve respeito por ela, jamais fora
considerada, reconhecida, pode ser descartada, carta de baralho sem qualquer
valor no jogo, peça de xadrez sem qualquer utilidade, valor inda menor que os
"peões." Os sistemas políticos, sociais, trazendo no alforje
ideologias ad-versas e di-versas para instituirem princípios contrários à vida,
leis que os protejam, amparam, deem-lhes autonomia de ação, atitude escusas,
arbitrárias, gratuitas. Quando se sonha, espera, procura alguma coisa útil à
vida, aos tempos, logo é condenada, censurada por não estar inscrita na tábua
das ideologias, interesses, dão-se as mãos as religiões, as ciências, as artes
para amparar-lhes, só são justos os princípios que desrespeitam os direitos
humanos, a sociedade que obedece e adoece.
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Há
"instantes-já", como estes de nossos tempos modernos, guerras frias,
nucleares, biológicas, epidemias dizimando os homens, a humanidade, impingindo
medo, terror, algemando sonhos e esperanças, encarcerando utopias e ideais, tornando
a vida uma qualquer coisa, que são convites para a reflexão, meditação,
alimentar as forças, a coragem para a labuta da vida, por um desígnio mais
profundo, destino fundamental, pelo Verbo, pela Verdade mais eterna. A coragem
das mãos, da alma, do coração deverá abrir sendas, veredas a um tempo nobre,
era que reconhecerá o valor do ser humano, pessoas que, com um apego a todas as
coisas, buscam o que deve ser superado nelas, pessoas com visão aguçada do
sentido da vida, significado de existir. O conhecimento estenderá a mão para
receber o que lhe cabe, querer reinar e possuir.
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Mister
abrir a palavra, expressar sua humanidade, espírito de justiça, gritá-la plena
e abundante de amor, solidariedade, compaixão, humanidade, fazê-la transcender
às contingências mundanas, comungá-la ao Espírito da Vida. Emudecê-la ou
ruminar as situações e circunstâncias dos erros, equívocos do mundo não trazem
benefício algum, ao contrário, fazem com que ela a cada passo se una aos
sistemas, ideologias, aos princípios da escravidão e obediência. Precisamos de
toda arte transbordante de alegria, flutuante, dançante, brincalhona, infantil
e feliz, para não perdermos a liberdade sobre as coisas, sobre o destino, que o
nosso ideal exige a todo momento. Se abrimos a palavra, efetivamente estamos
abrindo a alma, o coração, o espírito para o mergulho na paixão pela Vida. Se
por todos os tempos esperamos que a Vida nos desse res-postas de nossos
problemas, dores, sofrimentos, hoje a Vida é que espera de nós os homens,
humanidade a resposta para a sua continuidade, prolongamento. A carência da
Vida hoje é imensa, temos de preencher os vazios dela com atitudes humanas,
ideais concretos e reais. Por meio da Arte nos são dados o olhar e a mão, e
sobretudo, a boa consciência para podermos fazer de nós mesmos os dirigentes,
os governantes de nossas Vidas. Precisamos descobrir o Verbo da Sensibilidade
que fora perdido no Tempo, na História.
#RIO DE
JANEIRO, 11 DE ABRIL DE 2020, 9:37 a.m.#
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