#ODE ÀS METÁFORAS DE ÊXTASE E SÍMBOLOS DE ESTESIA! GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA SATÍRICO
Ode aos
que dão pérolas aos porcos,
Pois que
assim mostram com magia e esplendor
O egrégio
senso de solidariedade e compaixão,
O
excelentíssimo espírito de caridade e fé cristãs,
Desejando,
assim,
Redenção
dos pecados e pecadilhos,
Culpas,
remorsos, responsabilidades,
Ressurreição
– quem sabe até assunção ao céu!!! -,
Podendo
curtir e usufruir
As
belezas divinas do Paraíso Celestial,
A paz
real e indescritível
No
crepúsculo pálido
Da
natureza trans-cendental.
E diz a
Bíblia: “Não dê pérolas aos porcos!”
@@@
Ode aos
que arriscam
A
dignidade, honra, caráter,
Alma,
espírito, vida,
Outras
cositas mais,
Em prol
de petiscarem
Caminho
de pouca distância,
Menos
poeira,
Menos
cansaço,
Menos
raios incandescentes de sol,
Numinando
as margens da estrada,
Con-templando
as pressas do non-sense,
Panorama
de cair o queixo de tanta beleza e resplendor,
Iluminando
as dialéticas das cavernas
Dentro e
enfiadas nos abismos,
Transparecendo
as imagens e perspectivas
No
interior das pedras das montanhas,
Para o
inferno de prazeres,
Alegrias,
satisfações,
Com
direito puro e inalienável,
Prático e
inconteste
De
curtirem as chamas
E
presença de todos os pecadores
De todas
as laias, estirpes, raças,
Origens,
Não
importando se a arte é origem
Da vida ,
Se a
vida, origem da arte,
Enquanto
ouvem pela eternidade
Os
parágrafos e cláusulas
Do
apocalipse de Mefistófeles.
Quem não
arriscar,
Com
efeito,
Não vai
petiscar essas honras!
@@@
Ode aos
que preferem
O pouco
ao nada,
O pouco
de inteligência
Irá
permitir-lhes, até com grande eficiência,
Organizar
as hipocrisias essenciais
Para o
jogo das falcatruas,
Com as
cartas marcadas das estratégias,
Com os
naipes específicos dos instintos
De
interesses de poder;
O pouco
de sensibilidade
Irá
garantir-lhes a certeza
De que os
parceiros, companheiros, amigos
Não lhes
olham de rabo de olho,
Não são
capazes de perceber
Que estão
sendo usados e utilizados
Em
proveito próprio,
“Os fins
justificam os meios”,
Dizia
consciente e orgulhoso
Maquiavel,
Serão
descartados assim
Que as
real-izações se fizerem presentes.
“Antes
pouco do que nada!”
@@@
Ode aos
matos atrás dos coelhos,
Porque
são e serão esconderijos
Dos que
Com o
olho esquerdo
Mandam o
bem, o amor,
A
compaixão, solidariedade,
A
dignidade, honra, respeito,
O
caráter, personalidade,
Id, ego,
superego,
Às
pré-fundas do inferno,
Com o
olho direito
Mandam a
compostura, conduta,
Princípios,
Ideais de
valores e virtudes
À merda,
Esperam
em estado de êxtase e euforia
As
medalhas de honra ao mérito,
O
banquete de Platão,
Regado de
vinho do Porto,
Churrasco
de carne de tatu,
Caçado a
vira-lata,
Por serem
livres e de visão ampla
Da vida,
Das
coisas do mundo,
Ec-sistência,
Mesmo das
imagens e panoramas
Do além,
Vistos
sob a luz do re-nascer do sol
Nas
montanhas distantes e longínquas,
Através
da fresta, abertura, frincha
de janela
Semi-aberta.
“Atrás
desse mato tem coelho!”
@@@
Ode aos coelhos
atrás do mato,
Porque ao
fim do dia,
Após
correria daqui para ali,
De lá
para cá,
Tentando
saciar a fome,
Que lhe é
peculiar e singular
À
sobrevivência
Da
simplicidade e humildade
De seus
instintos,
Tiram uma
palha,
Sonecam,
Dormem
O sono
dos justos,
Dos
justiceiros
Que são
oposição, oponente
À
realidade do espírito
Do além
do bem e mal .
“Atrás
desses coelhos há matos!”
@@@
Ode ao
único pássaro voando,
Espontâneo,
livre,
Trinando
as belezas do iluminismo,
O belo
das dialéticas,
O barroco
da subjetividade e tragédia
Do ser e
não-ser,
O
romantismo da tuberculose,
A
modernidade do câncer e Aids,
Da
poetose, do intelectualoidismo,
Corrupção,
banditismo,
Do que
dois pássaros voando
Sem rumo,
destino,
Perdidos
no tempo e espaço
Das
vivências, experiências,
Vivenciários
Das
buscas de êxtases e estesias
Do pleno,
Sublime,
Eterno,
Imortal,
Condenados
ao olvidável,
Ao nada
Das
travessias e nonadas.
“Antes um
pássaro na mão do que dois voando!”
@@@
Ode aos
que não olham
Os dentes
Do cavalo
ganhado,
Põem nele
a cela,
Freio,
cabresto,
Ferram,
Vão
passear pelo sertão
A fora,
Alegres,
felizes, satisfeitos,
Libertam-se
da sociedade,
Suciedade,
Civilização,
Ovelhas
dela
Pastores
que sustentam
Passaporte
diplomático,
Muito
cedo iriam
Para a
mansão de Mefistófeles.
“Cavalo
ganhado não se olha os dentes!”
@@@
Ode aos
que preferem
Estar com
fome,
Estômago
roncando à beça,
Bagos dos
olhos
No mais
profundo das órbitas,
Pernas
tremelicando,
Sem
derramarem pujantes lágrimas,
Sem
reclamarem,
Sem
descerem as puas
Em Deus
Por lhes
darem destino
Tão
triste e des-consolador,
Do que
mamar nas tetas
Das
propinas,
Do
dinheiro público,
Dos
patrimônios históricos,
Culturais,
Artísticos,
Do
dinheiro dos turistas,
Das
explorações e roubatinas
Comerciais.
“Quem não
chora, não mama”
@@@
Ode à
água mole
Que de
tanto bater (dar)
Na pedra
dura
Até
furá-la,
Quem sabe
A pedra
dura dos interesses espúrios
Seja
furada,
E nos
lugar deles
Haja
possibilidade
De
encontrar
O
espírito da compaixão,
Amor,
Solidariedade,
A
partilha dos bens,
A
democracia das utopias,
A
comunhão das necessidades
De vida,
Direitos
humanos!
“Água
mole em pedra dura tanto bate (dá) até que fura”
@@@
Ode aos
que riem por último,
Ser-lhes-á
dado tempo
Sem
ponteiros, sem margens, sem pressa,
Sem
minutos, segundos e horas,
Para
check-up geral nos dentes,
Deixar-lhes
tão brilhantes
Que
iluminem as trevas
Da
ignorância,
Ausência
de percepção,
Intuição,
Sensibilidade
Do outro,
Para
rirem melhor
Dos
poderes, orgulhos,
Lisonjas,
Pré-conceitos,
Dis-criminações,
Vontades
de subestimar,
Negligenciar,
Diminuir
Os
valores, virtudes
Éticas e
morais,
Cujas
intenções foram de esconder
As
incapacidades, incompetências,
Inferioridades,
fracassos e frustrações,
Fugir do
nada que é,
Sê-lo-á
por todos os séculos,
Milênios,
Ao outro
não restando
Alternativa
Senão
enfiar a cabeça
No buraco
de tatu,
Jamais
lhe mostrando
Aos
homens, ao mundo, à terra
Até à
consumação dos tempos.
“Quem ri
por último ri melhor”
@@@
Ode aos
macacos velhos
Que se
satisfazem em comer as bananas
Na terra
mesma,
Aquela
vaidade de subirem na galha
Mais alta
das árvores,
Para
curtir as delícias da banana,
Mostrar
poder e sisudez,
É de
tempos de outrora,
No
momento, podem ter vertigens,
Caírem,
morrerem
Por
encontro imprevisto,
Quando
poderiam saber de antemão às revezes
O que é
isto – morrer de morte natural?
Enfiar a
mão na cumbuca
Da
ousadia
Já não
lhe cabe mais.
“Macaco
velho não enfia a mão na cumbuca!”
@@@
Ode aos
vencedores,
Realizaram
os sonhos
Dos bens
materiais,
Da paixão
inominável,
Do amor
indescritível,
A paz de
espírito,
A
consciência-estética-ética,
A
visão-(de)-mundo
Percuciente
e esplendorosa,
Pois
terão tempo de sobra
Para
comerem tranqüilos,
Serenos,
As
batatas fritas
Com molho
de catchup,
Sal,
algumas pintadas
De molho
de mostarda,
Acompanhadas
de uma cervejinha gelada,
Um
aperitivo delicioso,
Conversando
com os amigos,
Cúmplices,
álibis,
Capachos,
Sozinhos,
Observando
as nuvens brancas e azuis no
Céu do
meio dia,
No céu de
estrelas e lua.
“Aos
vencedores as batatas!”
@@@
Ode aos
que querem
A
redenção,
A
ressurreição,
A
perfeição de caráter,
Personalidade,
Condutas
e posturas éticas,
Valores e
virtudes morais,
A
perfeição em tudo que fazem,
O amor,
paz,
Tranqüilidade,
Serenidade,
A conta
bancária bem rechonchuda,
Amigos de
primeira qualidade,
Inteligência
sem precedentes,
Intuição,
percepção indescritíveis,
Sensibilidade
e espiritualidade
De sábios
e profetas,
Razão
prática e pura entrelaçadas,
Comungadas,
aderidas,
Advindos
dos dons e talentos
Que lhes
foram doados gratuitamente,
Não
necessitando esforços, lutas árduas.
“Quem
tudo quer tudo perde!
@@@
Ode aos
que caçam
Tatu,
perdiz
Com gato,
O que é
manifestação de inteligência
Elevadíssima,
Pois nem
a perdiz,
Nem o
tatu
Reconhecem
o miado
Como
ameaça às suas vidas,
O
resultado é bem superior
Às caças
com cachorros,
Sorriem e
latem para
As
vítimas,
Latem e
sorriem para os donos
Não têm
perspicácia alguma.
“Quem não
tem cão caça como gato”.
@@@
Ode aos
que só
Conhecem
adágios, ditos populares,
Expressões,
Para a
realização de seus objetivos,
Propósitos,
Os mais
ad-versos,
Construindo
assim nova
Linguagem,
estilo,
Para a
expressão das pré-fundas
De seus
desejos verdadeiros,
Escusos,
De seus
interesses e ideologias.
#RIODEJANEIRO#,
16 DE ABRIL DE 2020, 22:11 p.m#
Comentários
Postar um comentário