ESCRITORA CRÍTICA LITERÁRIA E POETISA Ana Júlia Machado COMENTA O POEMA SATÍRICO #CADÁVER DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA
No poema
do escritor “CADÁVER DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA”, uma excelente sátira ao que
tornou-se a escrita nos dias de hoje...está como a hipocrisia de quando se
morre e não gostava-se...mas na hora, era boa pessoa, coitada e morreu...a
máscara total dos hipócritas. Esta foi uma excelente analogia que o escritor
usou para comparar à triste escrita dos dias actuais..
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Sonsice
patente nas faces
nas
palavras de comum cônscio de ninharia
uma
dissimulação um embuste
uma burla
um uniforme não demora
e está aí
já foi...coitada
Verbalize
olá para norma em desmesura
imploro
um dito no mundo
dos
poemas dessa espécie eu exonero-me
sem essa,
basta de conversação
Desleal
proposta, sem essa
e o dia
vai-se..
e essa
peleja permanece
e o que o
povo quer
é bola e
fêmea despida
prossigo
a perfídia
e arrisco
ser leal
e na
cadência desta existência
eu
componho tudo o que eu desejo
O pó para
a parte contrária da alcatifa
enquanto
você abala
na carona
de uma censura
sonsice,
dia sobre dia
horror, a
realidade, frouxa
que não
compreende ninharia
corja,
falsidades, anedotas
Escrúpulo
enclausurado
é o
delito na autoridade
como
sempre foi
é assim
que vai ser
o domínio
é o perverso
é o
famigerado ricaço que avassala
ricaço
doloso
eu sofro
eu não escuto
Esse
capital é dúbio
Como é
tudo na sociedade que vivemos...muitas carpideiras em velórios a exibir a
falsidade e no campo das letras vence o aldrabão e a mentira compulsiva de como
vai a vida. Mas, o povo ofusco de todo, somente quer notícia que alimente o
ego...a triste escrita que deixa ficar mal um Lusíadas e tantos outros
escritores de renome, que devem estar a dar cambalhota na cova..e viva a
hipocrisia que o povo gosta...
Ana Júlia
Machado
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RESPOSTA
À CRÍTICA SUPRA
Aí é que
está o 'x" da questão, Aninha Júlia, Ana Júlia Machado: é da hipocrisia
que o povo gosta. Os escritores de renome dão cambalhotas na cova... A
literatura contemporânea está morta. A Literatura singular ainda vive, e vive
maravilhosamente bem, queiram ou não, digam o que disserem dela. Em 2018, não
me lembra a situação específica, recorda-me que alguém num post dissera que não
sei nem escrever, e critico as pessoas que escrevem. É assim mesmo. Só se jogam
pedras em árvore que dá frutos. É um adágio mineiro, usadíssimo no Centro-Norte
de Minas Gerais. Não sei escrever, e escrevo até em Inglês. Imagine se soubesse
escrever: escreveria em Alemão, Francês, Português e Inglês.
Manoel
Ferreira Neto
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CADÁVER
DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: POEMA SATÍRICO
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O cadáver
sobre a mesa
Esse
fúnebre cardápio
Recheado
de mistério,
Ornamentado
de enigmas,
Requintado
de segredos,
Silêncios,
Congelado
em pergunta,
Choro,
rezas e velas,
Sussurros
ao pé do ouvido,
Suspiros
profundos.
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Compulsória
serenidade
Ímpar
figura na sala
O cadáver
sobre a mesa
Foi de
todos boa amiga,
Tolerante,
compreensiva,
Humana,
prestativa,
Justa,
Mãe
exemplar, esposa,
Amantíssima
fiel,
Boa
pagadora, religiosa,
Excelente
contadora de causos,
Egrégia
declamadora de poemas,
Lugar garantido
no Olimpo
mas por
hora é cadáver
em
postura circunspecta, introspectiva,
frias
mãos entrelaçadas
lábios
cerrados, pálidos,
olhos
fechados,
vestido
azul,
rigor do
traje completo
talvez
use calcinha cinza de renda,
Soutien
branco de bolinhas pretas.
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É como um
violoncelo
afinado
para a festa
nos
amplos salões da terra.
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Em volta
o tempo trabalha
A
fisionomia das almas
Dos
comensais taciturnos
Que à
força de algumas lágrimas,
Apertos
de mãos, palavras,
Tapinhas
mudos nas costas,
Se
conforma com a perda:
“a
coitada descansou”
“pois é,
parou de sofrer”,
"foi
o melhor para ela, estava muito doente,
“pior é a
gente que fica”
"estará
sempre na memória de todos",
“pra
morrer basta estar vivo”,
"a
vida é tão curta, tão passageira."
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Alguns
instantes depois
Das
palavras clericais, encomendando a alma,
Dos
passos lentos na rua seguindo o esquife
Dos panos
quentes dos pêsames
À soleira
da tumba,
Do pano
cobrindo a peça retirado
Resta o
tédio do cadáver
Ao
término dessa comédia
Moderna,
contemporânea...
#RIO DE
JANEIRO, 21 DE ABRIL DE 2020, 09;15 a.m.@
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