#PRAZERES E ÊXTASE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Para que
perder aqui palavras,
são tão
difíceis de
encontrá-las
viçosas e banhadas de orvalho,
quê
parafernália da mente,
quê
teluria da razão e instintos,
que
psicodelia do intelecto e volos...
***
Por que
expressar coisas
que todos
aqueles que pensam,
cogitam,
elucubram,
conhecem
por si mesmos,
sabem de
sui experiências,
quando
simples enunciação é
nota de
mau gosto, voz desafinada
do
silêncio de náuseas e outras flamas
do
"Espírito de Existir"?
***
Por que
desenhar imagens nas perspectivas
do croqui
de ideais do retrato da luz na moldura
das
contingências do sim e do não no tempo,
se a FACE
DO SER no espelho dos ventos
emoldura
sentimentos e emoções atrás da imagem?
Assim, se
um homem se aventura
a
converter numa dualidade a pretendida unidade do "Eu",
ambiguidade
a tão esperada síntese do "desejo" e "realização",
se não é
gênio,
é em todo
caso rara e interessante exceção.
Na
realidade, não há nenhum "EU",
nem mesmo
na mais simples criatura,
não há
unidade,
mas mundo
plural, multíplice,
pequeno
firmamento,
caos de
formas, matizes, situações,
heranças
e possibilidades,
absurdos
de representações, performances,
circunstâncias,
tesouros e outros universos abertos.
***
Cada
indivíduo isolado vive sujeito
a
considerar esse caos como unidade
e fala de
seu eu como se fora um ente simples,
bem
formado, definido,
limpidamente
transparente de contradicções
e
quimeras, nonsenses
e
ilusões,
não quer
mais per-fazer faíscas de fogos
nas
chamas de fertéis imaginações,
objeto de
arroubos da história dos tempos.
***
Nada mais
mágico e esplendoroso que,
ao abrir
os olhos no alvorecer,
espreguiçar,
depois de
brincar com o cônjuge a noite inteira,
noite de
prazer e êxtases os mais sublimes,
gozos de
entrega e doação, clímax de cáritas,
sêmen da
adesão do ânima e ânimus,
mergulhar
nas pre-fundas da alma,
acenar
BOM DIA.
#RIO DE
JANEIRO, 24 DE ABRIL DE 2020, 11:59 a.m.#
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