PINTORA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA Graça Fontis AZVIA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO LITERÁRIA E FILOSÓFICA DO POEMA #ABECEDÁRIO METAFÍSICO DO VAZIO E DO NADA#, DE Manoel Ferreira Neto
#AZ-VIANDO"
CAMINHOS - I PARTE#
GRAÇA
FONTIS: POEMA CRÍTICO
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Amanhece,
Na palma
da manhã
No leito
da instantânea saudade, posso sentir
Sonoridades
de cristais na taça volátil do pensar
Prospectivo
engendra resfolegante, sagaz
Rangem ao
tangenciarem
Revérboros
na formatação
Elástica
de minhas ideias
Interativadas
aos devaneios marítimos, símbolos da vida
Atando-me
estritamente
Aos
fragmentos de peculiares sonhos
Fantasias
estranhas, vezes fugazes
A
tornarem_se grande fator de intensidade
No
equilíbrio das emoções e sensações
Nessa
lépida travessia
Ao encontro
de sucedâneos correspondentes às minhas vontades.
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Breves
murmúrios na insegurança dos ventos,
Nos
extremos de outros desejos, de outras solidões
Na
distância diluíram-se
Em mim,
outro "Universo dilata-se
Espigado
em rebeldias,
Renteado
ao nada
Vadios da
mente circulante ao próprio labiríntico
Entregue
ao princípio
Integra-se
às imagens floreadas
Plantadas
nas terras de único dono
Região
inda abstrata de perfumes e essências
A
tornarem-se pólen à intuição
Na
superfície macia da beatitude
Trazendo
sutilezas ao ato criador
Novas
sementes e novo modo de plantá-las!
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Cumplicente
às poeiras do tempo
Isto é,
deslizando nas loucuras desse mundo
Que nos
agarra no transcurso curioso
De
cogitações as possibilidades
Simplificadas
do pensar
Ao tangenciar
prata e ouro
Na
simplicidade da grama fofa a consubstanciarem
O que
julgo, peso e decanto
Das
imagens vívidas e seus enigmas
Na busca
intermitente, lúcido e flexível
Às belas
formas a comporem o corpo da vida
Reversando
meu imaginário fecundo
No
retorno do semblante em exaltação
A minha
excelsa forma de sonhar!
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De outro
ângulo, sonorizacões diáfanas
Transpassa
meus úmidos apelos
Canto
baixo de contestação
Porquanto
meus passos urgentes
Ressoam
ritmizados as pedras sem respostas
Na quente
paisagem das horas em lentidão
A espera,
com as dúvidas distanciadas
A razão
possa despir-se
E
preencha lacunas e vazios precedentes
As luzes
perspicazes que hoje me acalentam.
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Entusiasta
sim, na dinâmica contraditória e os olhos felinos
Que meu
Ser hospeda
Aguçando-me
o reerguer enxadrista
Dentro do
jogo impuro das difusas causalidades
Lúdicos
no reverso das vontades.
Digo não
ao prisioneiro de mim
Às
insuficiências, à fragilidade limitadora
E aos
múltiplos perfis exteriores
Circulantes
ilimitados da desfaçatez nebulosa
Então...
sobejante e empoderado sou nadante
Do mar e
sol que cada manhã tudo restitui
Sou
"Rio", sou-risos!
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Frenesis
no expresso dos arquétipos
Solertes
tecem seu próprio planetário
De veraz
pouco a dizer no convexo das vozes
Atiradas
ao esmo em compulsão
Amaneiram-se
a formas mais rápidas
Seguem
viagem para algum lugar de êxtases
Comendo
tudo com fome de viajantes
Arrastam
nas veias a intensidade do ego
No tempo
luzente que a muitos confundem.
Então
liberto, adentrado as "logias" que outros não caminharam
Penso...
No que
pensam os poderosos
Quando
acordam assustados
Às horas
passaram
O dia e o
freio rangente do trem
Na última
estação já chegou!
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Gestos
não exalam a dimensão das fuligens
No tempo
que estes viram sopas
As
plantações crescem
E o
rebanho engorda.
Na
erupção dos delitos corrompidores
Lábios
mordicados, gélidas indiferenças
Meus
olhos lacerantes gemem
No
infindável murmúrio que a garganta prende
E as
cores da incoerência
O meu
consciente apreende
Como
grãos noctívagos
Em
tempestades de areias
Entre
muros, vielas e
Outras
tantas apagadas cidades
Das mãos
minhas mãos são expelidas
Como os
castelos de areias no mar das ilusões
Talvez no
amanhã não mais existam
Nesse
tempo de mentes chamuscadas
E
enegrecidas fumaças
Vagam
pela cotidianidade
A
nortearem os novos costumes
Estes...
São ventos, passam.
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Há um
triste canto de melancolias
Em meu
silêncio, audíveis e rumorosos
Transpõem
frestas e frinchas
De
encontro a rostos abrasados
Sintomas
reprimidos da indignação
Sem
sublevação, soluços são tragados
No
refúgio d'alma
Para que
sôfregas perscrutações
Disfarcem
o desgarro da voragem longa de pesadelos
E novos
semblantes ergam-se no sossego
De outros
caminhos até a eternidade
Antes que
seus passos arrastem
Repulsões
e ascos desse mundo
No
repasse trazendo danos a almas divergentes
Aos
pasmos de sombras assumidas na cara
De todos
que brindam verão antecipado.
Aí que
meu olhar se perde lá, bem à frente
Na
história ainda suspensa nos opostos
Das
razões abstracionadas
No
requinte das minhas palavras prudentes...
Afinal,
... ainda não sabem
À frente
tudo pode acontecer e...
Nele, o
(Verão), o Sol para todos brilhará?
Removeste
uma mensagem
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Insisto em
abstrair, sorver o húmus da noite
Noites
insones, sonhos dispersos
De
sorrisos passageiros
...
Jogar-me as perscrutacões... porquê?
Do lá
além das montanhas
Prados e
vales com densa vegetação
Os
delírios poéticos são mais iluminados
Ah... os
corpos transitam deslumbrantes
No
repente das vozes
No hálito
indiscreto a bafarejarem
Risos
neblinados tão efêmeros
Quanto
sustenidos melódicos pouco inteligíveis
Pelas
Campinas vazias
De
asseverado coral ardiloso.
Pausa-me
o "Logus" febril sob fraca luz
À hora...
do nada, resplendecem
E a ira
de inquietude, cala-se
No
sumidouro manipulador de sonhos, abandono-a.
Quieto,
ausente da civilização
Eu sou Eu
Brincando
com o que n'alma arde
Salvo das
inúmeras interrogações
Silencio-me
na verdade da linguagem sentida
Que
minhas paredes internas entendem.
@@@
Julgar-me-ia
louco se meu sofístico-poético
Da boca
não fosse liberto,
Se meus
dedos travassem
Quando
desce a noite
Se meus
olhos, chuvas e luzes
Arredios...não
mais vislumbrassem
E se o
pêndulo mental
Que meu
crânio abriga
Não
emoldurasse bandeiras
Aos
monumentos póstumos que edifiquei
Dentro de
horas e tempo não dissociados
Contidos
em meu instinto de perpetuidade
Emergentes
das águas a desaguarem
Na nudez
dos símbolos e emoções
Orbitados
as mãos cumplicentes
Das
palavras a circundarem
Ideais,
saudades, verdades e buscas...
Absurdas
belezas dessa "Vida"
Incabível
num só "POEMA".
@@@
Kant-andarei
no rastro da interna chama
Guia de
meus instintos Mesclados às sensibilidades
No espaço
por onde a esperança caminha
E o Sol
fecunda instantes de vislumbres
Ao ímpeto
que o medo não acorrenta
O olhar
auspicioso, das paisagens prazenteiras
Não se
furta
Por
outra, outros roteiros nas dobras do 'Tempo'
Exílio
sem luz, horas de lamentos
Perpassos
sombrios anterior a risos
Por conta
dos sons que eu,
O dia e a
noite colhemos.
Pó de
constelação sobre caracteres audíveis
A
transcenderem o limite do vazio
Que esse
chão sem prévia
Esculpiu.
Graça
Fontis
@@@
RESPOSTA
AO POEMA CRÍTICO LITERÁRIO, POÉTICO, FILOSÓFICO
*
#Azviar#,
no sentido de levar a efeito os caminhos poéticos, literários e filosóficos da
obra e do escritor por inteiros, visto a obra haver sido composta através do
Abedecedário, adentrando em todas as dimensões da Arte das Palavras, da
sensibilidade, racionalidade, intelectualidade, intuição, percepção, intenções,
é tarefa árdua, tarefa que exige reflexão profusa, adentrar no íntimo
sensível/espiritual à busca de revelar-lhes o Eidos.
***
Aos 18 de
fevereiro de 2020, publiquei a obra poética ABECEDÁRIO METAFÍSICO DO VAZIO E DO
NADA com que Graça Fontis sentiu-se eminentemente envolvida, era a sua
oportunidade de identificar o conhecimento do homem e da obra, consubstanciar
os seus valores e virtudes críticas. Sarrasbiscara algumas linhas de sua
análise e interpretação críticas. Não havia percebido inda que o poema fora
construído em termos de Acróstico com o Abedeceário. Aí começou a sua jornada
de tecer os caminhos do escritor e do homem, através das letras, do
"abcd..." Dois meses de luta em todos os sentidos de uma crítica
literária, tarefa árdua por revelar a si como crítica literária.
***
A sua
crítica está pronta, mas inda sendo digitada, que eu preferi dividir em duas
partes, como ela própria diz "Tem muitas coisas inda a serem
buriladas". Graça Fontis sempre teve uma paixão inominável e indescritível
pelas críticas, comentários, ensaios de nossa amiga e companheira das Artes Ana
Júlia Machado, dizendo que com ela aprendia a Arte da crítica e da poesia,
literatura, a sua mestra. Discípula digna de reconhecimento, aprendeu e está
aprendendo efetivamente os caminhos da crítica.
***
Numa
obra, seja em que dimensões, literárias, poéticas, filosóficas..., há sempre
uma frase, um pensamento, uma idéia que revela e sintetiza, a chave da
interpretação. E aqui identifico os versos que são o eidos da crítica, análise
e interpretação:
***
"Eu
sou Eu
Brincando
com o que n'alma arde
Salvo das
inúmeras interrogações
Silencio-me
na verdade da linguagem sentida
Que
minhas paredes internas entendem."
***
A crítica
funda-se e fundamenta-se na descrição do tecimento do "Eu" poético,
literário, filosófico, diante das contingências da existência, problemas, dores
e sofrimentos e o sonho do Ser e da Espiritualidade. Com efeito, traçando com
engenhosidade e sensibilidade as sinuosidades das circunstâncias e situações
existenciais, a "verdade da linguagem sentida". Com efeito, Graça
Fontis nesta crítica poética atinge a colina do Conhecimento da Obra e do
Homem, unindo-se à Crítica Literária/Filosófica/Poética de Ana Júlia Machado.
Ambas mostram com percuciência o Eidos de minha Obra. Críticas realmente
OFICIAIS.
Manoel
Ferreira Neto
@@@
#ABECEDÁRIO
METAFÍSICO DO VAZIO E DO NADA#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Fesmone:
POEMA
@@@
Aquele
desejo inominável, inaudito
A
criatividade acender a vela de algo inédito,
Ninguém
jamais o haja ao menos imaginado inconsciente,
Não
havido inda por longo tempo
De
realizá-lo, creio ser o instante-limite,
Aquela
vontade indescritível o engenho, arte acompanhem-me.
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Bem-aventurada
a liberdade sobre as coisas
Que os
ideais exigem,
Existe o
que me silencia a voz
Se
pretéritos de dúvidas e incertezas,
Penso os
infinitos dos verbos
Que
concebem, geram, concedem a vida...
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Casa-do-ser
onde sentir-me confortável, desfrutando
De todas
as condições de perscrutar a vida que me habita,
A
existência que precede a essência,
Saber-me
no mundo, pisoteando poeiras, cascalhos, pedras,
Palmilhando
campos, chapadão...
Perscrutar
os subterrâneos da alma, arrancar-lhes o perdido.
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Deduzir
posso de palavras, pensamentos, idéias,
O que
estranho demais seja por não admitir este verbo,
Não falo
daquilo que coloca acima de todas as coisas,
De toda
ciência, de toda religião,
Da
verdade re-velada e da eterna salvação da alma,
O que são
a jóia, orgulho, entretenimento, garantia da vida.
@@@
Ergo as
mãos à soleira da montanha,
Etiquetas,
princípios, à esquerda de ideais,
Às
re-versas, in-versas imagens, perspectivas, contra-luzes
Da
liberdade, escravidão, alienação, loucura mansa,
Consumam
preceitos, dogmas, idôneos cogitos,
À mercê
de jogos estrambóticos arrancando calafrios.
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Fazer o
quê? - seria percuciente a perquirição
Falácias
escorreitas deslizam dos becos,
Facécias
ilustres arrastam-se nas sarjetas,
Bohêmios
dedilham cordas de agonias, desesperos,
Idílios
fecundam obséquios obtusos, que recompensas
Esplendorosas
por tanta finesse concedida,
Quimeras
febundam a liberdade dos sonhos.
@@@
Grunhem
os porcos nas madrugadas de lua cheia,
Desespero
zera de vírgulas, interrogações
Sobre o
que explica o porco ser um animal tão sujo,
A sujeira
é a sua identidade,
Nas
tabernas, cantinas, bares e botequins, quiosques
Tessituras
a erupirem imagens corrompendo visões...
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Húmus de
terços dispersados de compadecidos
De
sorrisos passageiros, tristezas contínuas,
Retalhos
de seda envelam o anoitecer,
Na
alforje o que silencia o resto das cogitações,
Para me
sentir inteiro, alfim mister sê-lo,
Reverso
as razões de afogar mistérios, temores, tremores.
@@@
Id, ego,
superego,
O som das
vozes é plausível de notas e melodias,
A poesia
basta, preenche os vazios de nada,
Esvaecem-se
forclusions e manque-d´êtres,
Vazios
cobertos de neblinas e garoas,
O sorriso
tem um "S" que carece de acertar-lhe o sotaque.
@@@
Já-já o
ponteiro do relógio a-nunciará outra hora,
A
ampulheta acaba de se virar, recomeça a passagem da areia,
As folhas
das palmeiras indicam que a chuva está vindo
Do alto
mar para a ilha,
Sêmens e
vestígios artificiam as tecituras de ventos
Que
agitam as águas do mar, redemoinham poeiras.
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Kayros...
O tédio é aquela insuportável, intolerável
Calmaria
da alma, que precede a viagem feliz
E os
ventos alegres, alvissareiros,
Tempo
oportuno de in-vestigar o "abecedário",
Afugentar
o tédio de qualquer modo é vil, viperino,
Tédio
tornou-se cultura, para manter a criatividade sob controle.
#RIO DE
JANEIRO, 16 DE ABRIL DE 2020, 14:09 p.m.#
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