#PERFORMANCE DA SOLIDÃO DO NADA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafe:
"Silêncio do som que esplende a todos os
recantos e sítios da terra volúpias voluptuosas extasiando as vontades do
perfeito" (Manoel Ferreira Neto)
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"A alma na sua transitoriedade planteia
angustiada presságios sonoros poematizando ansiosa a sobrevivência num
pragmatismo existencial" (Graça Fontis)
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Verto sentimentos de mim inócuos
Profiro a cultura não poder nascer,
Crescer, expandir senão na existência...
Porta-voz da consciência que fale alto e claro...
Saber de que careço,
Saber o que sinto,
Saber o que penso,
Morro secretamente e sem dor,
Para viver apenas côdeas de vinte
Divididas em doze, uma parte e meia,
Ventos de sopros robustos prestes a desfazerem-se,
Conforto e solidão e calma e nada
Tranquilidade e silêncio e vazio,
Fábulas gravam no peito quimeras
Cobrindo as ausências, preenchendo as faltas
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Intransmissível Um-Verso de eloquências, de
devaneios,
Entrançando de imagos, ópticas,
Lobos do "rosto-ser", sensibilidades
sôfregas, pejadas
Ornando de ânsias, imaginações, expectativas
Coligações do "eu"/"tu",
"nós" de pesquisas do outro mundo
A feitiçaria do contacto, blandícia, a
magnificência do enlevo,
A deleitação do tempo nas alas das expugnações,
execuções,
Alvoroços paliando de existência a área de
recompondo
De posturas, momices, procedimentos,
Proferindo o espírito na palavra da concupiscência,
Consciências em sinopse experimentada, vivida,
Um-poema de termos que patenteiam
Exactidões do ser-nós,
Verso-uno da criatividade da caridade que reside
A alma de natureza do excelso,
Em noitadas de lua e resplandeceria de astro
O ser-verbo-do- pleno "adorar a querença"
Idolatram-se encanastrados, em sinopse do
irrepreensível
E do inacabado no superior exemplar
Esplendoroso ao futuro do tempo
Que pressagia o alvorejar da insubstancialidade.
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Inter-dito de canções preliminares, ritmado de
re-versas líricas do singelo e sublime, melodiado de in-versos sentimentos e
emoções a sensibilizarem a alma, inspirando-a a con-templar nos inauditos
mistérios do eterno as linhas infinitas que tecem de sonhos e esperanças o
silêncio do som que esplende a todos os recantos e sítios da terra volúpias
voluptuosas extasiando as vontades do perfeito, em cujas bordas residem nuanças
in-finitivas da estesia do além, além prefigurado de nonsenses, além performado
de vacuidades, além metafórico de símbolos e signos genéticos, originários da
luz que precede a concepção da vida, venezianas abertas para o templo edênio do
absoluto, por onde as contingências da morte, em rituais míticos e místicos,
bailam a performance da solidão do nada, e nas perspectivas de que
contingências são pedras angulares e de toque para a consciência e sabedoria de
outras dimensões sensíveis para a verdade de os verbos do ser circunvagarem nas
pre-fundidades do pretérito sempre à busca de suas origens, com isto esperando
alçar vôos percucientes ao uni-verso das angústias e prazeres, ao horizonte das
náuseas e medos, assim suprassumindo os folk-lores da morte além da morte,
aquilo de que no mundo as felicidades são efêmeras, quase idílios, mas na morte
além da morte o vazio pleno e imortal das esperanças e sonhos, as dores e
sofrimentos do mundo são alegrias e prazeres inomináveis, indescritíveis.
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Ah, creio que a morte não me diz mais quaisquer
sentidos, quaisquer importâncias, o melhor mesmo é seguir ouvindo cada vez mais
nitidamente o inter-dito de canções preliminares, canções que afinam os ouvidos
para sentir o som linguístico e semântico do vir-verbo de ser do tempo de
origens e genesis das primevas a-nunciações do que concebe a vida precedendo o
espírito, antecedendo a alma, postergando e protelando o corpo de carne e
ossos.
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Luzes no caminho de trevas. Flores nos silvestres
das baiucas, onde o nada, nonada, efêmero, vazio de cara a cara com o deserto
da vida sem qualquer essência, projetam, lançam o tempo das efemeridades à
vacuidade do não-ser da morte. A vida são os inter-ditos de canções
preliminares, em cujas singulares e peculiares notas o absoluto fenece e o nada
concebe-se nas dialéticas do olho que manda o outro olho catar coquinhos no
terreno baldio das pectivas-inter do sentimento à busca da inspiração do
poema-som da id-ent-idade pre-sent-ificada da verdade.
#riodejaneiro, 10 de fevereiro de 2020#
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