#MEIGUICES INSOLENTES DO INFERNO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA(Belo Horizonte, 06 de março de 1987)
Epígrafes:
“A psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor”
– Freud
"Crio a mim para emular a minha
ausência." - Manoel Ferreira Neto
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Procuro{?}[!], por vezes, no passado, uma série de
recordações, a fim de, com elas, criar-me, estabelecer uma história,
"causo" ou lenda satisfar-me-ia, mas encontro-me longínquo e minha
existência insufla-se de memórias do tempo de Zagaia, pretéritos de
insegurança, dúvidas, medos, sobretudo carência. Nas mínimas circunstâncias,
quem ama lembra-se de seu amor, o significado e sentido, retém, entrega-se de
corpo e alma, doa-se na sua realização. Surge-me que só vivo em um átimo de
instante sempre inusitado, numa circunstância de surpresa ad aeternuum às
avessas. Emoções e sentimentos são outros. Saberia enunciá-los?
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Como se sente no mundo, a autenticidade é a
solidão. É o ser quem vai sentir e emocionar-se, vibrar-se até. Terá penetrado
em seu íntimo, inteirado dele, sentido. Isso que denominam repousar-se é-me um
impossível envergonhar, um limitado constrangimento, estreito senso de
vergonha.
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Alcanço a profundidade, aprofundando mais e mais no
que está surgindo em mim. Não consigo entender mais a palavra solidão. A
presença efemeriza-se no tempo. Procuro a originalidade no âmago e essência.
Impedem-me de encontrar uma despedida autêntica, afastamento legítimo e
verdadeiro; originais a tristeza e o desconsolo de tão incomensuráveis que são.
O itinerário propício para encontrar a alma é afastá-la o mais possível de mim,
não deixando a razão interferir, consentindo as quimeras. Ser inteiro em mim é
não me ser. Existir só em mim é não ser mais alguém. Viajar unicamente a mim é
afastar-me de mim. Representar-me em toda a essência e vitalidade.
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Sinto um frio intenso no olhar. Não é só desfrutar
a presença, o desejo de mim. Não é só de degustar as palavras a vontade minha.
Não é só um anseio a sensibilidade pura. Habito-me e sou habitado. O desejo de
mim me expulsa. Sou levado às antípodas do infinito, onde só a subjetividade
aquém de mim, onde só a intuição é capaz de revelar-me. A mais linda revelação
só se revela a mim como um escombro da paz, como cinzas da alegria. A mais bela
lembrança só se manifesta assim como um vestígio da felicidade. Os olhos
brilham intensamente. Vivem um amor, sentindo a sua presença. A mais exótica e
estética lembrança só se apresenta a mim como um resquício de calma. Crio a mim
para emular a minha ausência. Lembranças há, mas elas se referem à superfície.
Sorrio na profundidade – um perfeito sorriso infantil: só me resta manter uma
relação de realidade comigo. O menor pingo de orvalho da noite, lágrima, que seja,
me umedecendo a fisionomia, já se me torna amável realidade. A mais estilística
memória só se aflora como uma interrogação. Não me importo, sendo uma
correspondência íntima. Nos meus sentidos e significado, de minha alma, a
presença não sinto. Por estar envolvido, por não aceitar o que está sendo
revelado despercebido passa.
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Não me afastando, não me envolvendo, conservando
uma distância, estou, no mais profundo de mim, esclarecendo a alma, o que
sinto, o que penso, insinuando os problemas, traumas e conflitos inconscientes.
Em me pensando, não me é possível sentir: não sinto quem sou. Em me sentindo,
aflora-me: sou quem eu sou no que não sou e sou. Afloro este ser e ele se
aflora por inteiro. Quero, e isto dói intensamente, dizer o que hoje desejo de
mim próprio e qual o pensamento que passou por mim assim que abri a porta de
meu dormitório no apartamento às cinco e meia da manhã, após uma festa de
aniversário de colega de magistério.
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Torno-me uma linguagem aberta em que se me pode ler
o âmago, interpretar as dimensões psíquicas e sensíveis, abordando em especial
as moléstias. O mais recôndito de mim enche-se, enfim, de paz, que a solidão
exaspera e que o tempo afadiga. Sinto isso absolutamente. É querer sempre o
mais autêntico, atingir inestimável nível de originalidade e singularidade.
Sirvo-me da espera do belo futuro e o caminho, que a este conduz, jamais se me
afigura interminável; por ele me desloco a passos largos. Afigura-se-me, então,
sentir menos estranhamente o chão de terra e o que ele me adentra melhor. É um
afluxo de fora. Sou o profundo em minha autenticidade. Estou a distanciar-me do
que é supérfluo e superficial. É conservar os íntimos, os que me são queridos.
Todos os meus sentidos abertos acolhem a presença. Tudo em mim a isso convida.
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Jamais alcançável haverá um abismo sem a presença
dos sentidos abertos. O ser ama brincar de abismo. A estes sentimentos as
palavras não se prestam. Ou melhor: a estes sentimentos não se prestam as
palavras. Aspiro a tudo com delícia. Procuro cansar os meus desejos em vão. São
nobres os sentimentos, emoções, a alma, modificando um pouco os caminhos do
homem e estas modificações tornar-se-ão metamorfoses. Cada um de meus
pensamentos é um fervor. O íntimo entreabre-se um instante num aconchego da luz.
É a nobreza do desejo do intenso alcance; o que o testemunho do mundo reflete
na sua plenitude. Imaginar as lágrimas, a comoção, a alegria, e, no fundo, a
conquista do espaço em meu interior.
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Se soubesse o significado e o sentido do amor, nem
seriam somente as lembranças e recordações, os instantes felizes e alegres, os
momentos de inteira realização. Tudo é silencioso. Há uma volúpia no silêncio.
Afigura-se-me haver um gosto suave no silêncio. Encho a boca de um gosto de mel
e de deliciosa amargura. No âmago de mim, enorme e feliz, sinto-o por estar
profundamente original em mim. Irei sentir a ausência de um abraço de
despedida. Percorro os cômodos sem reabrir as janelas fechadas há muitos anos,
nem ergo as cortinas. Perambulo pelos labirintos, abrindo as frestas,
escancarando as portas. Um homem deve mesmo interessar-se por se realizar e
assistir aos homens realizarem-se. Não reivindico, passo a assumir os valores e
princípios que a história constituiu.
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Sou feliz por esquecer a hora. Afigura-se-me serem
a subjetividade, a sensibilidade humana. Todos os caminhos levam-me a ela.
Busco, em mim, o ritmo de árias antigas. Só me recorda o seu modo demasiado
imperfeito. A fim de que não me entristeça, interrompo-me. Intenciono ser,
isentar-me de mim, ir ficar no meu interior, ser ele, entregando-me inteiro.
Nenhuma satisfação parece-me pertencer a mim mesmo. Sendo o único a gozá-la,
faço-o tão somente por orgulho e picardia. O desejo de amor inter-penetra a
lembrança do labirinto, cujo estranho e patético rumor chega através do êxtase.
As palavras, os modos, as atitudes, as coisas, os tristes trópicos, a voz dócil
e meiga, o corpo são uma saudade plena e perpétua da vertigem do despertar.
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Compreendo, agora, o que está sendo de mim, por
quais rios e mares estou a navegar, por que ventos e brisas deixo-me levar.
Correspondência anterior e interior: lembranças e recordações de
acontecimentos. Aprecio mais os tesouros dos campos, os cristais das grutas.
Compreendo: eu me persuado de que maduro estou para uma forma nova. Para além
de minha simples vontade, eu estou.
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As palavras, penduradas no tempo, vão desfiando
novelos de linha, tecendo as letras de uma compreensão e entendimento. Cada
instante é essencialmente insubstituível: faz-se mister concentrar-me
unicamente. Quisera-me mais difuso. O amor espera-me a cada instante. As
letras, suspensas no tempo, vão imprimindo, no espaço imaginário do papel, a
linguística do instante. Há certa intensidade de clímax que o homem mal pode
ultrapassar não sem umedecer os olhos. A palavra vaga sobre onda, que, hesitada
e tumultuada, fica indecisa. Os sentidos dissipam-se, perdendo o ânimo; de
volátil e inflamável, desmaiam, manifestando, por processo exterior, a
descrição minuciosa e fiel de uma extravagância. Penso dolorosamente: poderia
estar alhures. Por vezes, não sinto limites em meu espaço. Ponho, ao nível de
suas sensações, as extremidades algo longínquas das mais nobres emoções.
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O porto, onde minha alma – enfim! - repousa,
contempla o mar.
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Toda forma não assume senão, por ínfimos momentos,
o mesmo ser. A lucidez das imagens traz-me este silêncio cheio de palavras.
Este silêncio não se lhe afigura, em hipótese alguma, a um diálogo ou monólogo.
É um silêncio ausente de silêncio. É uma ausência de silêncio, faltando e
falhando no enigma do escuro, no segredo da claridade.
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A busca de uma moral não me parece muito hábil, nem
mesmo provável, enquanto não souber plenamente quem eu sou. Como homem no
mundo, por se realizar, será o significado e sentido, será o presente. O
sentimento de uma plena vida, provável, mas ainda não atingido, deixa-se, por
vezes, entrever, liga-me o ensejo de vislumbrar e torna a voltar em meio a
essas eternas represálias, enovelado a tantas angústias a que nem de longe posso
discerni-las, des-crevê-las, elucidá-las. Poder sentir-me seguro, usufruir de
mim, realizar-me, como um ser novo, encontro-me, aqui, na superfície, sob um
céu novo e no meio de coisas completamente renovadas. Não é que reclame do
outro a sua inteira disposição para mim. Não é que reivindique de mim a plena
espontaneidade do outro. Ou melhor: não é que reivindique de mim o pleno outro
espontâneo. Nem mesmo não é que reivindique a plenitude espontânea do outro de
mim. O instante é de uma solenidade demasiado ardente. O mistério da vida
recomeça a rumorejar em cada entalhe das emoções. A nível da relação com o
mundo, é realizar o desejo de assistir a intimidade desvencilhar-se de si
mesma. Recomeça a ruminar, em cada entalhe da percepção, o enigma da viagem. É
conceber o homem na sua mais autêntica inteireza. Afigura-se-me a inteireza ser
aflorar o não-ser sendo, revelar o sendo ser, manifestar a evasão da alma na
invasão do espírito. Parece-me a vida indistinta, que se atarda no sono
inautêntico, intenciona adiar-se no adormecimento autêntico. Não me permito
palavras lançadas.
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Dizer o que sinto, nem mesmo a terra nem os restos
mortais, me irá separar: a individualidade está consumada. Rumo ao mundo, à
humanidade, isso é uma felicidade incomensurável, uma estética imensa, e eu
feliz por haver abraçado a plenitude.
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Há uma certa sensualidade num amplexo estético. Os
olhos sentem os instantes de tristeza: servem-lhes profundamente na atitude de
vislumbrar a entrevisão. A sensualidade grita-se com o suave como para dar
melhor acolhida à nobreza de sentimentos. Encontro o sentido do amor e da
amizade. Nenhuma forma de vida detém a totalidade mais tempo do que lhe é
necessário para se dizer.
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A ética nasce da síntese do instante da totalidade
e da linguagem do efêmero. O menor instante da vida é mais longo do que a
morte, e a recusa. A morte não é, senão, o acordo mútuo de outras vidas para
que tudo sem cessar se reassume.
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A palavra retine na felicidade do instante.
Proporciona colocar o eterno no efêmero. Adentra na sensualidade, a fim de ir
ao mais profundo, conciliando-se ao que de mais tenro há. O seu espaço em meu
interior. Embora afastado, realiza minutos de inteira corporeidade. A imagem em
que meu desejo se abismou.
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Deixo-me ser algo sem nome, uma sensibilidade no
seu âmago. Comigo mesmo, penso ter sido a despedida mais original a que jamais
outorguei a mim. Coloco em palavras os meus sentimentos, a intimidade de meu
ato. Deixo-as irem consigo mesmas em toda a viagem. Fecho-me sobre águas calmas.
Por onde passeia a minha busca, as ondas voluteiam imensas e suaves. Procuro um
original do âmago e essência. Não me aproximo. Recordo-me em se me apresentando
assim.
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Aparecimento da planície no vão do âmago de mim, o
mais recôndito sítio da ilimitada promessa. Revelação de andanças. Consigo
superar a dedicação de minha amizade, meu ser na intimidade do interior. O
desejo incomensurável de sua realização: no fundo quer ser o único, as suas
atenções voltam somente para o alimento do amor. Teme não conseguir
conquistar-se, sentir-se sempre contente e em paz. Numa perpétua estupefação
apaixonada, conquista a relação quotidiana e contínua com a impossibilidade
possível. Encontro-me na oportunidade de uma sede a me esperar, uma sede
particular diante de cada fonte. Almeja outras palavras para imprimir e marcar
meus outros desejos.
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Poder fundamentar os seus sentimentos, não cair,
nas teias da imaginação, a distorção, a distância de quem está refletindo,
meditando, reunindo todas as recordações e lembranças. Com a intenção exclusiva
de uma harmonia, de um equilíbrio, a ausência de quem está procurando sentir o
seu mais abismático. Minha intimidade alentece, assim como o processo do sol
menos vertical se faz mais lerdo, mais passivo. A perplexidade de quem descobre
ter sentido algo, e esta descoberta faz-lhe um susto, um bem imensurável, mas
que não pode responder por toda a sua veracidade, por vezes, mera fantasia que
cobre as dores e sofrimentos com a fertilidade da imaginação, por vezes, mera
ficção que acende as chamas do poder de criatividade.
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Surpreendo a sombra e o silêncio sob a ambiguidade.
Apresenta-se-me a olhos nus. Como a sensibilidade vai ao encontro da intimidade
do outro, como a intuição exterioriza-se no outro, como a emotividade penetra
no outro, tenho a sensação, muita vez, de estar a nadar, a tal ponto em ar luminoso
e quente me cobre e lentamente me ergue. Mostrar-me a todos, inteirar-lhes de
minha individualidade, manifestar-me inteiro, reconhecer as minhas virtudes e
valores. Perco-me numa desorganizada perseguição a coisas fugidias.
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Estivesse numa situação em que dissesse a mim, na
superficialidade, entender-me-ia, compreender-me-ia, justificar-me-ia, mas, na
profundidade, lá no âmago, tudo é tão ineficaz e sem essência. Minha
intimidade, desde que se fixe, não mais vive. São significados omissos na
fisionomia, nos olhos, nos esgares faciais, motivos e razões escondidos no
inconsciente. Estou atrás do ser. Transpareço a nível das palavras. Descubro-me
por inteiro. Respondo a coisas que nem mesmo havia conhecimento delas. Conservo
o hábito de uma ampla esperança a que se chamaria fé, caso fosse ajuramentada.
Um perfeito êxtase em minha fisionomia. Pleno perfeito um ausentar-me de mim.
Um diapasão completo sinto. De mim, em rumo à transcendência, uma evasão
absoluta. A estrada em que me encontro é a minha estrada, longos aclives,
curvas fechadas, extensão de pura terra, poeira, nas margens vegetação
rasteira, sigo-a como cumpre fazê-lo. O sol deita-se e as nuvens azuis colorem
os terraços brancos.
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Afigura-se-me haver distendido uma mola em meu
interior. Parece-me, a princípio, haver sentido uma eclosão, por haver dito com
o mais profundo de mim, manifestando-me bem para além do inteligível. Ouço, à
superfície das águas, a eclosão dos sons, os sons da voz. Irá haver um abismo
entre a subjetividade e as palavras. O rosto fica na sombra sob o ouro do
diadema brilhante.
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A distância vai se efemerizando lentamente. Aos
saltos, realizo-me. O declive do prado favorece minhas enormes passadas. As
minhas enormes passadas são favorecidas pelo declive do prado. Alcanço a água
do rio resfolegando. Teço um longo discurso, mas não há palavras. Mergulho com
grandes gargalhadas. Há, como nas obras célebres, o passo da simulação e o da
reconciliação.
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Só ao longo da grande planície é-se possível um
encontro com a essência.
#RIODEJANEIRO#, 11 DE FEVEREIRO DE 2020#
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