PINTORA CRÍTICA LITERÁRIA E ESCRITORA Graça Fontis POEMATIZA ANALITICAMENTE O POEMA #VIAJANTES DA GARBOSIDADE DISCURSIVA#
Ah, esse alheamento a porosidade existencial, a
comunicabilidade
As lembranças resvalam, ressaltitantes
Na confluência do amor, transigem-se
Traseuntes das noites brancas,
Mais brancas que o dia
No fluido de divas formas em proveito do tempo
Halo de paz à cortina zelosa, selam
Sonhos proféticos não estacionáveis
Sejam quaisquer estações
Aos viajadouros embalados pelos verbos a mercê dos
ventos
Invergáveis as tempestades, nutrem-se do fogo que
alimenta
Nas trilhas inadiáveis, sem fronteiras
Nas curvas melodiosas e corcovadeadas a atentarem
mais espaço as palavras
Gotejadas em rentidão ao orvalho do clima florestal
De cipós, samambaias e agarepés
Movimento vagaroso para o florescer
Sem dimensão do vazio que fascina
Indimencionável onde o nada não é definitivo
Às adequações, a reconstrução.
Numa viagem mesclada de emolumentos e
congratulações
Pela tolerância alegre nas farturas e penúrias
Porquantas sendas as línguas aladas caminharam
Cantaram seus mistérios
Enigmas e esperienciamentos díspares do saber
Que só o tempo de esgueira
Modula e concretiza
Antes que frutos dessa jornada
Emurcheçam ao desvelar o "Sol".
Graça Fontis
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RES-POSTA AO POEMA ANÁLISE CRÍTICA SUPRA
Há-de considerar-se que adentrar-se numa obra
poética, literária, tendo como intenção fundamental análise crítica da
sensibilidade com que o autor criou, artificiou, patentou a sua obra, é tarefa
árdua, exigindo a presença de todas as dimensões sensíveis, racionais e
intelectuais, no sentido de estabelecer as sendas da compositura, desde a
intuição, inspiração, ideias, ideais, delineando sentimentos e emoções à busca
do "eu-poético", desejando fundar os sonhos, esperanças, utopias. A
intenção fundamental da pintora, escritora, crítica literária fora des-cobrir,
des-velar os caminhos desta sensibilidade poética em direção à busca do Ser,
intenção só possível mesmo à sensibilidade artística da artista-plástica, os
dons e talentos da imagem, o poder de criar imagens, cores, luz, contra-luz a
partir de cada verso da obra poética.
***
Em primeira instância, Graça Fontis inicializa a
sua viagem à busca da sensibilidade do autor, atentando para a
"comunicabilidade": como comunicar a sensibilidade, tornar essa
comunicação Verbo Poético de sua análise? O autor funda-se nas lembranças de
outras viagens, resvalam-se ressaltitantes, a felicidade, alegria, prazer, na
confluência do amor, na união dos desejos e vontades dos sonhos do verso-uno, a
união das almas num só projeto, a eternização espiritual, "selando sonhos
proféticos."
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Advém a perquirição percuciente: "De que se
nutrem os viajadouros embalados pelos verbos à mercê dos ventos?"
Nutrem-se do fogo que alimenta os novos horizontes, panoramas, paisagens da
natureza, o desejo de outras aprendizagens, e com eles criarem veredas de
outros ideais, edificarem o "eu-poético". As línguas aladas dos
viajadouros, na confluência do amor, caminharem, cantarem seus mistérios,
des-velarem-se, des-nudarem-se. "Nas curvas melodiadas e
corcovadeadas...", símbolo, metáfora, signo das contradicções, contingências
das dores e sofrimentos, atentam mais espaço as palavras, espaço da
verbalização, espaço do sentido, da significação, alfim as palavras são
enraizamento e abertura, contingentes mas abertas à transcendência. O movimento
da criação poética ao Ser se faz vagoroso e continuamente para florescer o
universo da poesia. O vazio é tocado, é sentido, advém-lhe a fascinação por se
preencher de todas as manifestações exteriores, o panorama, a paisagem da
natureza, a presença física dos viajadouros no automóvel, a comunhão dos
sentimentos e emoções, os verbos das utopias que só o "... tempo de
esgueira modula/e concretiza..." E "Antes que frutos dessa
jornada/Emurcheçam ao desvelar o Sol" artificiar o "eu-poético",
dar-lhe sentido, legar-lhe significação, revelar-lhe o Ser.
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A intenção de Graça Fontis na análise crítica
poematizada fora de desvelar a sensibilidade com que o escritor Manoel Ferreira
Neto artificiou seu poema VIAJANTES DA GARBOSIDADE DISCURSIVA. Que
sensibilidade é esta? A sensibilidade da garbosidade discursiva, o movimento da
criação ao Ser do Verbo Poético, "fluido de divas formas em proveito do
tempo."
***
Assim, Graça Fontis tece a sua análise crítica
poemática que se funda no "ETERNO" NÓS dos viajadouros, a
sensibilidade que funda e fundamenta o halo de amor, paz, a "cortina
zelosa" do afeto que artificia o saber, a sabedoria da criação poética do
Amor.
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Meus sinceros e verdadeiros, cordiais cumprimentos
à crítica literária, poetisa, escritora por este primor de análise crítica,
devendo dizer-lhe que continue a sua jornada poética, literária, crítica, não
se esquecendo de que o Ser se faz na continuidade do tempo.
Beijos, meu Amor. Parabéns!
Manoel Ferreira Neto
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#VIAJANTES DA GARBOSIDADE DISCURSIVA#
GRAÇA FONTIS: FOTO
GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto: POEMA
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POST-SCRIPTUM:
O tempo de viagem da Ilha de Itaoca a Iguaba Grande
não é longo, apenas duas horas de viagem, respeitando a sinalização da rodovia,
o que minha esposa e companheira faz com maestria. Nossa viagem transcorrera
com excelência. E, no sábado, na Praia do Popeye, acompanhado de minha cunhada
Esmaylda Fontes Correa, e alguns conhecidos, olhei para o mar e me veio à
cabeça viagem de trem da Ilha de Itaoca a Iguaba, imaginário, nem de bonde
seria isto possível. Aí é que nasceu este poema. Benzinha e eu fazendo esta
viagem de trem. Dedico-lhe à minha amada e querida Esposa e Companheira das
Artes, Graça Fontis, com muito amor, carinho. Inclusive, através desta
circunstância, projectamos ir a Angra dos Reis de barco.
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Trem de ilusões dispersas, viajando lua e estrelas,
Trem de pensamentos circunspectos, alumbrando
Circunstâncias e pretéritos de regências do tempo,
Trem de ideais a enunciarem as magias místicas
Nos trilhos que se esplendem à presença
De curvas e abismos,
Trem de sonhos a desbravarem as montanhas,
A força dos movimentos,
Jornadearem outras asas para o infinito,
Inaudito das visões de que não existem fronteiras,
Trem de sorrelfas a ouvirem o silêncio,
Contemplar vaga-lumes a tocarem a janela,
Luz de sentimentos,
Trem de fantasias, na Maria-fumaça
Viajantes da garbosidade discursiva a valorar-se
Na inconsequência efêmera do vir-a-ser,
Embutidas as casualidades promissoras, regadas,
Incentivadas mediante promessas de resplendores
Mais que o desvelar do sol
Que a peneira cobre no incansável tempo
Que a tudo descortina o mínimo e o máximo
De infindáveis segredos nas instâncias/estantes
formóticas
Do inconsciente tidas irreveláveis...
Trem de chances de perpetuar as distâncias,
Longínquos sítios onde renascer é presenciar verbos
e ventos,
Sendas e caminhos,
Inventar dimensões do vazio
A preencherem lacunas e ausências da verdade
Fantasiar lacunas do nada
A dispersarem falhas e faltas das certezas,
Trem de passagens, travessias à sabedoria do tempo,
Instante de paragem na estação,
Hora de re-fazer outras trilhas
À mercê de repentes contemplativas,
Cochichantes, conclusivas,
Proporcionais dentre sombras,
Chaves determinantes da compreensão,
Adjetivando a inadequação desconstrutiva das
Farsas utópicas,
Cujo porvir é estacionar-se na desilusão
Inerente à "NÃO-VERDADE.",
Dos sonhos utópicos, imaginários,
Esperanças quiméricas,
Utopia das mãos entrelaçadas
Cujo amanhecer e renovar-se nas quimeras,
Fantasias,
Inerentes ao "ETERNO" NÓS...
#riodejaneiro, 11 de fevereiro de 2020@
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