/**A CHURRASCO DE CARNE DE TATU E WHISKY**/ GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA
Caríssimo amigo, Tássio do Bistrô
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Estimo que aquela homérica ressaca sua de whisky,
degustando churrasco de carne de tatu, enquanto conversávamos no canto mais
re-côndito de seu bistrô, já tenha passado. Tássio, sinceramente, não esperava
mesmo aquela recepção tão calorosa com que me recebeu na sua residência no
final de semana. Jamais havia comido churrasco de carne de tatu, regado a
Whisky - quê delícia!
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E você sempre querendo mergulhar profundo nas
minhas palavras, perguntou-me a razão de reclamar da presença de espírito,
visto que digo coisas em certos momentos são necessárias muita reflexão. Você
até errou de copo no momento da pergunta: ao invés de levar a cerveja à boca,
levou o whisky, aquele gole, tossiu, tossiu, lágrimas os olhos verteram.
"Você é o culpado, Heloy". Respondi-lhe sinceramente há quando nem
sinto o que digo, a coisa sai espontaneamente. O eu-poético é assim mesmo:
surpreende com as suas falas. Daí, passamos a conversar em alto nível, e lá vão
churrasco de carne de tatu, whisky e cerveja. Devo ter dito as maiores asnices,
as asnadas homéricas que acontecem nestes instantes. Não me lembra o que disse.
Também não me lembra de suas palavras. "Quê pileque, meu querido
amigo!"
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Pois lhe vou contar a nova do Pasquim. Nesta manhã,
acordei-me sorumbático, macambúzio. Olhei para a telinha do computador até de
esguelha, não queria sentir a sua presença insofismável. "O que vou
escrever hoje?". Dei um pulo da cama, vesti um shorts e uma camiseta. Já
conhece a minha trivialidade matutina: ir à mercearia comprar cigarros, pão e
leite.
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Sorumbático e macambúzio, andava de cabeça baixa,
olhando os meus passos na calçada. Retornando a casa, fervi a água para o café.
Enquanto fervia, deitei-me sorumbático e macambúzio, olhando às travessas para
a telinha do computador. Não iria escrever coisa alguma. Café pronto, passei
manteiga no pão, sentei-me na cama.
Sentei-me na escrivaninha, num fôlego só escrevi um
texto. Só depois de terminado é que li e reli para saber o que havia escrito.
Sabe das trivialidades: catar no arquivo do Windows alguma imagem, sair
publicando em todos os grupos de que participo. Lembrou-me de sua pergunta:
"Por que vive re-clamando de falta de presença de espírito, se há quando
diz coisas que são necessárias reflexões e mais reflexões para serem entendidas".
Dando um sorriso - até me espantei, pois que, macambúzio e sorumbático, jamais
se é possível um sorriso, mesmo aqueles amareliçados -, pensei: "Os
leitores vão me perguntar o que são "circunstâncias
in-circunstanciais"?"
Ninguém perguntou coisa alguma. Mas... Todavia...
Contudo... Houve quem me chamou para voar nas asas das circunstâncias
in-circuntanciais. Foi quando o sorumbaticismo, macambuzismo se esvaeceram,
escafederam-se, sai saltitando no meu escritório, cantando junto com Bob Dylan
THE LEVEE´S GONNA BREAK. Voei, e continuo voando nas asas das
"circunstâncias in-circunstanciais", e acredito que as críticas
amigaa estejam também voando nelas, conhecendo outros panoramas dos vales e
montanhas da terra.
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Acho que agora, Tássio, você pode compreender com
perfeição que eu mesmo não sou capaz de saber o que digo nalgumas
circunstâncias da vida e dos momentos.
Essa é a nova para o Pasquim, depois de três dias
que retornei à casa, após o final de semana na sua residência, recebido a
churrasco de carne de tatu, whisky, e a pão de ló.
Um grande abraço e até outra oportunidade.
Heloy Mattoso de Campos.
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#riodejaneiro, 17 de fevereiro de 2020#
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