CRÍTICA LITERÁRIA POETISA E ESCRITORA Sonia Gonçalves COMENTA O POEMA #ÓPERA DO VERBO EFÊMERO#
Uma obra espetacular!!! Substancial para a alma de
quem lê sem dúvida, muitos lindos versos envoltos numa prosa deliciosa
poético-filosófica, medindo o silencioso verbo em conjugado aos bocados do
tempo propício e subjuntivo, no infinitivo das inspirações do poeta, nos
suspiros emanados de sua alma cujo tema prosado em trechos de pensares e
poemas, indagações e poesias aqui e acolá, pelos caminhos devaneados nos
morros, nos lagos estelares, muitos delírios completamente poéticos!!! Parabéns
Manoel Ferreira Neto amei!!!!👏👏👏👏
Sonia Gonçalves @@@ #ÓPERA DO VERBO EFÊMERO# GRAÇA
FONTIS: PINTURA FESMONE: POEMA @@@ Epígrafe:
"O silêncio enclausurado rompe os limites da
terra e retumba no infinito ondas sonoras do coração em êxodo."
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A-e-i-o-u... Feto, féretro...
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Na fonte originária das travessias, águas sublimes
de pureza iniciam a longa jornada nos caminhos sem margens, passadiços sem lados,
abaixo o abismo, rodovias, panoramas, paisagens, sob os raios numinosos do sol,
sob o brilho da lua minguante, sob a cintilância das estrelas, Sob as luzes do
Cristo Redentor de braços abertos. Tempo de re-fazendas, versos e re-versos,
estrofes e in-versos do poema de águas, per-fazendo sem métricas e rimas os
in-terditos da alma sedenta de verbos que iluminem os caminhos de trevas, a
selva de mistérios e enigmas, a floresta de forclusions e manque-d´êtres.
Esperanças do verbo... Esperanças do ser... Esperanças do amor, Sentidos na
passagem das horas, dos tempos.
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Neblina de sorrelfas con-templadas à diáfana luz de
subjuntivos pretéritos, à pálida sombra de particípios crepúsculos, à densa
neblina de declinações dos lácios verbos do alvorecer, nadificado o tempo de
rarefeitas quimeras, solipsismado o verbo-silêncio de eventuais volúveis
volúpias, ipseidados os gerúndios do eterno no catavento do afluir-a-ser,
solidão criada para re-fazer sendas e veredas do in-audito sentimento do
efêmero, silêncio re-fletido para sin-estesiar cafuas e cavernas do
im-perceptível.
@@@ Metáforas métricas de linguísticas ad-versas do
tempo e do ser, portos de grandes naus e os ventos, ao lince do vazio de volos,
protelados aos universos longínquos do vir-a-ser, do nada de olhares
tergiversados de dúvidas de o verbo não ser o infinitivo da verdade, do
perpétuo, o infinitivo da verdade não ser o perene do verbo, Ou nem sequer nada
por trás de todos os ideais, A penas o que nada vale, o que é absurdo,
Doentio... Lisbon, Lisbon... Crio, re-crio, invento, in-vestigando os
interstícios da alma carente de silvestres alamedas do amor, palavras
neológicas a sensibilizarem a carne da liberdade de revelar o inaudito do eidos
do ser... sentidos neometafísicos do crepúsculo à hora suspensa na memória.
Invoco-me a mim, entregar-me-ei por inteiro, Nada encontro, Vazio me encontro.
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Visão finissecular Não de acordo com uma
perspectiva cronológica, antes como um estado de espírito O silêncio
enclausurado rompe os limites da terra e retumba no infinito ondas sonoras do
coração em êxodo. Crise geral de valores, onde prevalecem a subversão da
virtude pública e o cinismo social de uma civilização que permite o excesso do
‘interdito, tempo de homens partidos, indivíduos de honras ceifadas, virtudes
estranguladas, às nonadas expressionistas moldando os passes de ballet distante
do alcance distorcido de ausências insanas, existir ausente entrelaçados de
fibras do inconsciente, a quaisquer mãos que conduzam a lira em sons de
travessias românticas.
@@@ Quiçá não possa voar, dando asas à imaginação,
seduzindo a intuição, percepção, bolinando a criatividade nas orlas da
habilidade, paquerando a engenhosidade e arte nas vias de passagem no Bosque
das Estrelas, para poemar a alma do vazio, quem tem rabo de palha, não pula
fogueira, mas nas asas das metáforas com que a linguagem e o estilo crio, com
que Metafísica e Exegese traço os limites e fronteiras, enlevo-as a outras
dimensões, possa pairar nas con-ting-ências, dialécticas, flanar no útero que
gera o ad-vir de outros instantes-limites a conceberem novos nadas e in-finitos
Possíveis de qualquer compreensão do ser... @@@
Enquanto custa a Caverna e o Silêncio, Quero estar
à sombra de uma jabuticabeira, Olhando o canto da amurada, Olhar tergiversado,
Há o tronco do abacateiro entre mim e o canto, Por vezes, abacate maduro cai,
esborracha no chão, Na sombra refletida na amurada, há uma imagem, Nunca tardo
o longínquo, a distância, Não me é dada aquela ilustre e célebre Paciência de
Jó. Quiça possa alumbrar os sentidos que re-crio e com eles inspirar-me as
esperanças a-nunciadas e não re-veladas, des-lumbrar os contra-ditos que
mergulhei no in-terdito e com eles re-sin-estesiar o abismo das metáforas
versais e trans-versais, a caverna das inversões da estética do pleno e do
belo, mesmo que sob a luz de "recorrências", a gruta dos avessos
reversos das línguas, epopéias, óperas, sinfonias, sonhando o Expresso do
Meio-dia, Levando passageiros a passeio, a negócios, Retornando à casa.
@@@
Amar... Amar é verso re-verso de estrofes. Amar é
estrofe in-versa de metáforas. Amar é soneto ad-verso de linguísticas. Amar é
trova trans-versa de semânticas. Amar é chave de ouro, além-versa das
dialéticas dos desejos e in-desejos todos os pontos onde não estou, todas as
estações por onde não passei, não estive nem para um cafezinho às pressas,
todos os portos onde não naveguei, cigana lera o meu destino. Amar é tocar na
poesia e sentir a poiética do verbo enamorar-se da poemática do ser. Amar é
acariciar as cores visíveis da imagem que resplende a todos os cantos os
mistérios da criação. Amar não é nos versos da poesia o romantismo das utopias
da eternidade, prazer e gozos sentir.
@@@ Re-crio o nada de re-flexos das luzes nas
chamas do desejo de vislumbrar o cerne da esperança de neblina pairar na
superfície do abismo, em cujo espaço o nada per-forma sua dança à mercê do
vento gélido ad-vindo das profundidades abismáticas, das ipseidades abissais do
in-inteligível, e sonho na madrugada de silêncio o orvalho respingando as
folhas, o vento suave tocando as nostalgias e melancolias do tempo, o mesmo que
pipoca sem sal, isto é, sem graça, as rosas que, ao amanhecer, des-abrocharão,
exalarão o perfume que inebriará o espaço. Devasso mares e rios de mim
recônditos e longínquos sítos do sublime. Encoimo a consciência perspicaz, quem
não tem cão, caça como gato, a empreender-se a favor ddo singular, e é a
sensibilidade A creochetear os pensamentos.
@@@ Tudo é falso, tudo não quer dizer nada Como se
pode pensar coisas dessas? Não seria o mesmo que pensar razões e fins, Quando
alvorece, pássaros cantando, voando, Maresia do mar, Pelos lados do Bosque das
Estrelas Árvores, sol, luar?...
@@@
Na colina de oliveiras, a linguística do silêncio,
resto da solidão que solsticiou o primevo do tempo seduzido do genesis do ser
nas bordas do não-ser, ampliando as areias do deserto aos auspícios do
horizonte sem confins e arribas, vestígios dos "causos" no balcão de
botequins que acenderam o fogo das quimeras na continuidades das contingências
multíplices. Espírito aventureiro e investigador por excelência. Se houvesse
nascido no século XV Descobriria novos mares, novos continentes… No começo do
século XIX teria talvez inventado o caminho de ferro…
@@@
A alma dos cem anos vagueia no gerúndio dos
pretéritos indizíveis, no genitivo das madrugadas que são a madrugada e as
luzes do verbo de almejar a sabedoria e o saber, nas declinações de a mesma
coisa ser, o resto ser por fora, obtuso e falso, perambula no particípio de
subjuntivos ininteligíveis à luz das nonadas do manque-d´être, deambula no
indicativo das metalinguísticas do tempo imperfeito de versos e estrofes de
memória que trans-literaliza o caos da contingência em cosmos da
trans-cendência...
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E no Everest da colina os ventos dançam a Ópera do
Verbo Efêmero, as estrelas, atrizes da esperança do belo, a lua, coadjuvante do
sonho da beleza versificam em gestos os campos de lírios, a harpa e a cítara
executam o ritmo e a melodia da morte na alma, violino e saxofone executam a
musicalidade do Amar, Verbo Intransitivo, e Diadorim desbrava o ser-tao das
veredas, Brás Cubas conta as suas memórias postumamente, Bacamarte, trancafiado
na Casa Verde, re-pensa a sua trajétoria desde as terras lusitanas. Sou sempre
o que esperou a tradução dos verbos a sentirem sentires, emoções, e os tempos
re-velassem as frinchas, fendas por onde observar, con-templar o Infinito numa
capoeira, o que esperou, nada acontecera; a luz do sol, areia sob os pés, sou
para a cabeça ardente, faíscas, flamas dos pensamentos e ideais. Ao diabo, o
bem-´star sentido enquanto esperava a passagem das horas.
@@@
Caio por um abismo patenteado de continuidade da
queda, entre mim e a pena que traça os caracteres, nas linhas, olhares de olhos
abertos, palavras erram numa transversal oblíqua, o que penso, fantasio,
imagino, as idéias fluem soltas, livres. Entro no alvorecer, a janela da
escrivaninha aberta, o calor do verão está intenso, como um rastro de barco em
alto mar perde-se na água que deixa de se auscultar... perco-me nas ondas que
se dirigem à Eternidade... Místicos sentimentos do eterno sublime, pro-jetando
nos leves pingos da chuva fininha a felicidade que perpassa no movimento do
tempo, do vento o silêncio subjuntivo de pretéritos imperfeitos, alcançando o
espírito da perpetuidade concebida à luz das cores vivas do arco-íris,
atingindo a alma do absurdo gerado ao léu medieval das trevas multifaceladas de
cores, tudo depende de o espírito que vaga pelos bosques superar o
esquecimento-do-ser, querer ou não querer é assunto do intelecto
interpretativo, saio da distração concentrando-me de novo e recordando minha
origem esquecida, a gnose vive da experiência de ser-lançado.
#riodejaneiro, 22 de fevereiro de 2020@
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