**SILÊNCIOS SILENCIANDO... IMAGENS, SONS, POESIA DO MISTÉRIO** Manoel Ferreira Neto: DESENHO/GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: BALADA PROSAICA E POÉTICA
Pers-critos
epitáfios, escritos nas pedras de túmulos ou pequenas tabuletas suspensas na
cruz, per-formam o tempo, verbo de pretéritos conjugando perfeições e
imperfeições, im-perfeitos sonhos de futurais vires-a-ser de esperanças,
perfeitas sorrelfas de con-ting-entes angústias e tristezas que per-vagam
perdidas nos confins, no In-finito re-fazem-se silêncios perambulando efêmeros
e nada, re-nascem solidões originando, concebendo sentimentos e emoções vazios.
Prolixos e
herméticos,
Solidão e
silêncio,
Nada de
in-fin-itivos solsticiando
O limiar do
horizonte,
Quimeras da
alma,
Perspectivas
e imagens,
Cores e tons
Contra-luzes
à luz das neblinas do ad-vir,
Da jornada
da existência, os seus complexos
Labirintos,
Nada de
regências verbais
Velando a
soleira do uni-verso
Em instante
de sedução do vazio
Ad-nominado
ao abismo para os abissais
Genesis do
vento sibilem,
Desde a
travessia da profundidade
À superfície
do mundo,
Nas
paisagens da viagem aos interstícios
Velados do
In-finito,
Maria-fumaça
desbravando a madrugada,
Rumo às
águas do rio São Francisco,
Vaga-lumes
iluminação a vidraça do vagão.
Silêncios
silenciando silenciados vazios; solidões de éritas desilusões, decepções,
solidões con-tingenciadas de quimeras e fantasias, conciliadas aos sonhos
perdidos, mesmo que não se chora pelo perdido, lágrimas não os fazem re-nascer.
Silenciados
silêncios, silenciando o nada, nada de In-fin-itivos, pontes partidas,
mata-burros, paisagens íngremes, áridas.
Silenciando
silêncios silenciados do efêmero, gerúndios do tempo, partícipios do verbo,
in-fin-itivos do ser, sendo a travessia dos pretéritos ao presente particípios
do ser, sendo a passagem do presente ao há-de vir do eterno eterizado de
absolutos; eterizado de divin-idades, eterizado de além e confins.
Infinitivo
dos ventos do além
Per-vagando
os verbos e sonhos,
Circun-vagando
as ipseidades e
Solipsismos,
Facticidades
e edipianas fugas,
Do Ser que
se É,
Per-fazendo
as essências e utopias,
Os eidos e
puras alucinações da
Verdade e do
belo,
Re-fazendo
as
Esperanças e
desejos de versos
Re-versos
in-versos de estrofes
Ad-versas,
trans-versas, os volos do
Inaudito, os
paráclitos do ininteligível,
Paradoxos do
logus,
Ratio
sublime do
Não-ser sendo
o ser;
Dianoética
do discernimento,
Na tomada de
decisões,
Consequências
estarão presentes sempre,
Guiando pela
obtenção de um equilíbrio, harmonia,
Entre o
excesso e a falta,
A falta
representando o excesso,
O excesso,
hipocrisia da falta não con-sentida,
O paradoxo,
aquele farsa e falsidade de nele
Habitar a
estesia da alma e suas contingências,
Consciência,
Outras
virtudes...
Pretéritos,
sombras, conflitos e dores, sofrimentos e angústias não se eterizam ao longo do
existir, são sêmens e pólens de outros sentimentos e desejos, a cruz da
contingência trazemo-la nas costas, para mim o signo, símbolo de uma missão,
quimera acreditar quaisquer estilos e linguagens artísticas preenchem os
espaços vazios que o palmilhar os passos no meio das coisas, dos homens, dos
objetos, formas e conteúdos de uma irresponsabilidade com o espírito da vida, a
verdade atrás de todas as verdades, tornam-se ela a visão e o espírito, outros
ares de buscas e desejos, mas a alma não se quieta, não se tranquiliza, sedenta
e faminta de compreensão e entendimento do que é isto - ser-no-mundo,
estar-no-mundo.
Do ser sendo
o não-ser, inauditos silêncios da alma.
Silenciando
silenciados silêncios, miríades de memórias reveladas no espelho de horizontes
longínquos, arribas distantes, perspectivas de sentimentos aqui, lá, em
qualquer lugar, algures, alhures, em qualquer recanto do desconhecido,
incognoscível,
em quaisquer
cavernas no cume da montanha,
À soleira de
matagais,
Bosques a
envelarem os caminhos do mar,
A mostrarem
ruas e caminhos-da roça
Para a visão
do esplendor do mar,
A orla
trazendo em si re-flexões a serem descobertas...
Imagens
pretéritas
Perpetuando
instantes de melancolias,
Átimos de
segundos de
Nostalgias
de sons orientais,
Orientes de
outras conquistas,
Sobretudo a
ética das etnias,
Ethos das
sagas, sinas,
Momentos de
lusitanas saudades do
Haveria-de
ser, haveria-de perpetuar,
De perecer
as angústias, vazios, nadas,
São eles a
essência da semente
Que dará o
sabor ou a amargura,
Haveria-de a
água cristalina matar
A sede do
eterno,
As límpidas
águas do pequeno córrego,
Margeado de
árvores.
Retratos
d´outrora perenizando
Momentos de
prazer,
Prazeres
pretéritos trans-elevando
Desejos
inconscientes de tempos
Passados nas
asas livres e soltas
Do condor,
Do há-de
vir,
Do
vir-a-ser,
Do porvir,
esperanças,
Sonhos,
Do forró das
imaginações férteis,
Toque
jerusaliano,
Sínteses do
passado e presente.
Na longa
estrada do tempo,
O ser
revelará as dimensões do eterno,
As
circunstâncias do efêmero,
As situações
do verbo nascendo da
Falência do
nada,
O silêncio
pres-ent-ificando o In-finito.
No tempo
contínuo das veredas...
O não-ser...
Apresentar-se-á
descontínuo às luzes diáfanas, aos raios numinosos da manhã, a chuvinha fina e
fria caindo lenta no prenúncio do alvorecer, às sombras do crepúsculo que
trans-cendem o anoitecer, sem estrelas, sem lua,
Solidão do
silêncio,
Silêncio da
solidão,
Do silêncio,
a solidão;
Da solidão,
o silêncio,
Verso-vice,
uno-versa
Do silêncio
e da solidão
O porvir
futural da verdade...
#RIODEJANEIRO#,
12 DE NOVEMBRO DE 2018)
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