À SOLEIRA DO BOSQUE, BO-TEKO DE CAUSOS DI-VERSOS, PERS DE AD-VERSOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto:: POEMA
Dedicado à
minha inestimada e amada Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, no BLOG
"BO-TEKO DE POESIAS"
Pers de
ilusões
Do nada às
travessias de nonadas
Ins-crevendo
nas constelações atrás do In-finito
Mandamentos
re-versos de legendários cânticos
Das pontes
partidas às abóbodas do horizonte,
Abóboras do
passado e das quimeras, ilusões,
À mercê dos
ventos e tempestades, tragédias e glórias,
Plenificado
de paisagens do vale e do deserto,
Sertão,
outras visões do mar, além de onde
O mar e o
in-finito se encontram, não se lhe vê o ad-vir,
Ondas e sons
se com-"ungando", entre-laçando-se,
Romanceando
no espaço de estrelas e planetas
Sentimentos
e emoções que pre-nunciam
Inspirações,
Percepções,
Intuições,
Sensações
voláteis e volúveis, etéreas e fugazes
Do deserto
às colinas,
Das orlas
marítimas aos bosques,
De cujos
auspícios se vislumbram, con-templam
Os abismos
De cujas
profundidades
Sons
in-audíveis pres-ent-ificam-se,
Metafísicas
concebem a imensidão das utopias,
Metalinguagens
concebem esplendorosas
Dialécticas
do silêncio vazio de silêncio,
In-audito vazio
de inter-ditos.
Pers de
devaneios
Dos ideais
que floram no alvorecer
De flores
que des-abrocham,
Os clicks de
máquina fotográfica,
A imagem,
Aos toques a
cada átimo de segundo
Dos lápis,
pincéis, outros utensílios indispensáveis,
Ao que se
a-nunciaram, as intuições, projetos,
A imagem se
criando, recriando,
Até o que há
de atrás do atrás da inspiração...
No espírito,
na alma, no que lhes transcendem,
A procura da
estética do belo na pintura,
No quadro,
Na moldura,
No original,
Sons e
silêncios se manuscrevendo nas
Páginas e
linhas tortuosas, contraditórias,
Por vezes
nonsenses,
Solidão e
náuseas,
Ritmos e
melodias se enter-ligando
Nas
palavras, meta-físicas e meta-sonísticas,
Espirito e
alma, verso-uno de des-aprendenças
E
aprendenças de outras luzes e contra-luzes,
Imagem-espelho,
espelho-imagem,
O eterno
sentimento de amor que se conciliam,
Palavras,
sons e imagens
Vida e
desejo do eterno de espíritos versos-unos...
Pers de
silêncios e solidões,
Noite de
quarto minguante nos silêncios,
Boteko de
Gilbeys ao limão e gelo,
Sons da
solidão, dos ventos suaves e serenos,
Maresias de
idílios nas luzes luminando o calçadão,
A mente sem
ordem, sem qualquer motivo de ação,
Sem saber
por quê, como para quê...
Na areia
mole, do outro lado da avenida, marcas
De pés, tudo
são para sempre,
A hora mais
bela da solidão das águas, silêncio...
Taça de
Gilbeys,
Mais um
gole, os pensamentos flanam nas luzes
As idéias
mergulham oceânicas no desejo onírico
Do sonho...
De ondas
marítimas que,
De docas em
docas,
Banham a
areia da praia,
Enquanto as
gaivotas passeiam tranquilas,
Os
pescadores lançam a rede no mar,
À espera da
colheita de peixes,
Banhistas
curtem o crepúsculo
Algazarras
íntimas entre amigos, íntimos,
As ondas do
mar estão serenas, ouve-se-lhes
De revés os
sons das ondas tocando na areia.
O senhor em
Copacabana de chapéu e longo paletó,
Dirige-se
para casa, atravessa a rua,
Perscrutando
ao longe o Corcovado,
Re-velam o
espírito da vida,
A alma dos
desejos e vontades,
A latência
das buscas, o manifesto das querenças
Da fé,
Da
solidariedade,
Da
compaixão,
Da
fraternidade
Da terra e
do mundo.
Pers de
desvarios
Verbalizando
Trajetória
na precisão das perspectivas do Ser-existir,
Tocando, com
a alma, universo divinizado,
Quiçá as
chamas de achas na lareira,
Nestes
instantes-limites não enviem-me ao olhar
Percepção,
além das percepções,
Visão, além
das visões,
Intuições,
além das idéias e pensamentos
Tudo é o
Ser,
Sujeito e
objeto interligados
Num único
Espaço-Tempo.
Depurando
cada e todo o estado d´alma
Do homem que
vê além de si mesmo
A ânsia de
existir no Nada.
Pers de
luzes diáfanas
Iluminando
as dialécticas do tempo,
As
contro-vérsias do efêmero e eterno,
As
con-tradições do bem e do mal,
Os
non-senses dos dogmas e preceitos,
Do nada e do
tudo,
O hilário
das tragédias e infelicidades,
A sátira da
verdade e dos costumes,
A crônica da
mentira e da dignidade,
O circo da
amizade e inimizade,
De mãos
dadas com a hipocrisia, farsa, falsidade,
A fábula do
absoluto e da náusea,
O causo das
mazelas e dissimulações
A lenda do
saci-pererê e do menino da porteira,
Trazem no
bojo, na algibeira, no alforje
Do Verbo e
do Verso
O eidos, o
núcleo, o cerne, o paráclito
Da Vida.
Pers de
linces do olhar
Pervagando a
soleira da eternidade,
Circunvagando
as sombras no crepúsculo,
Devaneando
na neblina que cobre o corcovado,
Na neve que
cai na choupana solitária da floresta,
No orvalho
que toca as folhas das árvores na madrugada,
Enquanto a
coruja canta as esperanças da sabedoria,
Re-velam a
presença presente
Da Vida do
Espírito.
O senhor de
chapéu e longo paletó, na chuvinha fina da noite, abre o portão de sua
residência com tanta leveza de movimento, entra, tranca-o com a mesma atitude,
caminha alguns passos, sobe três degraus, abre e fecha a porta. A beleza da
chuvinha caindo lá fora sobre a luz do post de energia elétrica, raios de luz e
gotículas de água, a janela do quarto fechada, cortina aberta, a esposa às
voltas com seu novo croqui, de antemão às revezes imaginando as cores, a imagem
de sua intenção, sons e letras nas teclas notebookeanas.
O seu nome é
Tumulto, e escreve-se na lápide, na pedra. Luz dormindo acesa na varanda, sonos
di-versos e a-dversos do efêmero, do eterno, do in-audito, ritmos de carências
e medos, de entregas e ousadias, são tão fortes as coisas da alma e do coração,
das razões e do intelecto à cata de re-verter silêncios, imagens, sons na arte
da Com-unhão, comungando-se. Tenho palavras em mim buscando canal...
O ar da
noite é o estritamente necessário, sine qua non, mister para continuar, e
continuamos...
#RIODEJANEIRO#,
24 DE NOVEMBRO DE 2018)
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