GRAÇA FONTIS PINTORA, ESCRITORA, POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O POEMA #PROFUNDEZAS AOS CORISCOS DO SOL#
E é com
espírito meio clandestino e visionário que vou girarolar por detrás deste belo
texto, pelos caminhos manoelados com insistência luminâncias líricas
percucientes ao conhecimento numa linguagem incandescente, escorregadiça e
irreverente que toca fortemente a relação do homem e o novo ao adensarem-se às
intrincadas palavras e os instantes fugidios, as suas ânsias e procuras sob as
numinâncias do sol e ritmos utópicos inscritos no mesmo espaço e, com fruidez,
incorre nesse discurso ininterrupto de delírios e confissões, é árdua a luta
pela liberdade, sempre na contramão de outros como prontos a negá-lo viagens
mais transitórias, e é neste espaço extraordinário, criando suas próprias
dimensões permutáveis e significativas o integrar-se ao não humano num processo
de correspondência com uma linguagem espessa e densa, conectada ao amor e à
paixão pelo entorno mais as permanentes questões quanto à arte estética
literária e os caminhos futuros do eu, tu e nós humanos.
Assim, acho
que consegui um pouco caminhar por este espetaculoso escrito. Parabéns, meu
amado escritor!
Graça Fontis
Com
evidência, o texto re-flete isto "as permanentes questões da arte estética
literária e os caminhos futuros do eu, tu e nós humanos", e a sua
trajetória crítica até a expressão do eidos da obra foi traçada com
percuciência, nos "caminhos manoelados, em se referindo às sinuosidades
das expressões da alma, e suas indagações, do patentear os sentimentos
espirituais, discurso ininterrupto de delírios e confissões, e passando por todas
as alamedas de modo, estilo e linguagem, delineia e trabalha a árdua luta pela
crítica densa e espessa.
Parabéns,
minha inestimável Companheira das Letras, Esposa, por este
"girarolar" por detrás do dito, no inter-dito dos desejos da estética
literária. De excelência!
Beijos no
coração.
Manoel
Ferreira Neto
#PROFUNDEZAS
AOS CORISCOS DO SOL#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA
Manoel
Ferreira Neto: POEMA
Deve ir
atrás do sol, inclusive na sombra. Qual é o melhor caminho para subir a
montanha, só mesmo subindo os caminhos se patenteiam. Não sei quem sou, giro e
rolo em volta de mim mesmo, sem parar, não gosto, nem aprecio o próximo tão
perto de mim, preciso vencer, correr atrás do sol, é o que vale, o que tem
consistência e percuciência, longe demais já está o amigo mais próximo. A
estrela Sirius acena: o que falta? Das indagações, não-respostas, viés de
respostas, medos, faltas, do suor do rosto bebericar o vinho na taça, a dose
como manda a etiqueta dos bons figurinos, saboreando-lhe, degustando-lhe. Vim muito
cedo, vim muito tarde. Excesso de luz persegue a escuridão, as árvores são
valiosas por causa das sombras. O pé também quer escrever, firme, determinado,
arguto, corajoso, passa ora pelos campos, pelas orlas do mar, pelos vales, ora
pelas linhas do papel, passos mui comedidos, não querem expor as poeiras ao léu
dos ventos.
Deve ser a
música o húmus, a semente,
o grão
que fecunda
o som dos sentimentos
e das
emoções, o ritmo das utopias e felicidades,
a melodia
dos desejos e vontades da liberdade de ser,
de ser a
liberdade de querenças e desejanças outras
que
continuam a fecundar
o peito de
amores e resplendores,
palavras de
poeta? Não,
palavras de
quem isto sente.
E quem
re-presenta na imagem, na pintura
os sons da
música
do espírito
e da espiritualidade
deve ser não
a musa que inspira
mas a
inspiração
que é musa
a
"Majestade do Som e Pintura"
Devem ser
ainda a luminosidade, a luminância, a numinância a abrilhantar as lágrimas, a
refulgir suas pingas, largar-lhes ao aspecto dos simulacros clandestinos, suas
ópticas visionárias pelas casualidades do brilhante e do prestidigitador, seus
cantos trans-lúcidos, trans-numinosos de colorações e riscos di-versos de
sentir e misticismo, de vislumbrar e miticismo, atirar-lhes a cilada,
acarretando-lhes suas profundezas aos coriscos do sol, a claridade da lua e das
estrelas, sob a claridade das locuções, é quimera, é fantasmagoria secular e
milenar, sê-lo-á por eternamente, os seus riscos pintados de vivenciados
dédalos - preparativos
De hemolinfa
nas veias do susceptível e do perene anseio das boninas do éden divino
acarretam, de modo elementar e instintivo, às estremaduras e ao sesso do
Empíreo divo dos criadores?!
Devem ser
ainda as labaredas a abrasarem as sensualidades, des-ampará-las independentes
para a sublimidade do que se me comunicou bem consciência? Deve ainda ser a
lapeira a altear-me as sensibilidades, experimentar seus resplendores dentro em
mim, insinuando-me a enredar literaturas distintas, poemas sui generis, experimentando
diversos cosmos de percepções, diferentes impressões existentes se declarando,
abrilhantando algumas tenebrosidades que posso sofrer, assombramentos que posso
entrever, engolfar-me neles, assim percebendo um pouco do que ocultam, do que
en-velam, em dialecto e espécie alegóricos e racionais, morais?
Devem ser os
acordes, ritmos,
melodia,
harmonia
olhados
pelos linces da imagem,
as metáforas
dos sonhos,
utopias,
as
linguísticas e semânticas
do
Verso-Uno,
NÓS,
devem ser
visões do uni-verso
músicas que
tocam
o verbo do
Ser
nas cordas
de violão.
Conjecturo-me
assim, são esses os interpelamentos que me faço, sugerindo-me a dizer o que me
irrompe, o que intervém nas bordas deles, como sou apto, é-me lícito compô-lo.
Tudo
continua em tranquilidade, como um duplicado mutismo; tudo continua em plácidas
águas perfilhando o roteiro, todos os seres de sua profundeza em imperecível
frenesi, fruindo formosuras e quietações, florando estesias e seren-idade,
repimpando-se de quietudes e deleites, outra perspectiva de estesia, de
bonitezas e o harmonioso arrebatando os mergulhões, sucedendo de por baixo de
ligações, tudo detém-se em luminosidades fosforíferas à diafanidade dos anseios
e esperanças, da crença e de cada as fantasmagorias do estético e da pulcritude,
da estesia das querenças à claridade das entalações e dádivas verídicas e
autênticas.
#RIODEJANEIRO#,
28 DE NOVEMBRO DE 2018#
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