POR ONDE ANDA O NADA?/CARIOQUICÉIAS DO VERBO!...# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA
Por onde
anda o nada?
Carioquicéias
do verbo!...
Que fim
levaram o Em-si, o Para-si?
No
crepúsculo do nada,
Sempre as
cintilâncias da luz que,
Re-versas e
in-versas de ad-versas
Vers-itudes,
versias, redimensionam as iríases
Do verbo e
ritmam melodicamente
As éresis da
con-ting-ência
Da
etern-idade,
Das
etern-itudes e,
Por além dos
tempos e ventos,
Aqueles sons
célticos irlandeses dos ventos
Soprando os
tempos para adiante,
Os tempos
movendo as brisas para trás,
Alfim
requerem liberdade
Para
jornadearem ao longo dos interstícios
Do nada
oculto de poeiras da estrada,
Do nada à
luz do rio cristalino de per-curso,
De-curso,
Sem fonte,
Sem margem,
Entregue
livre às forclusions e furtividades
Das sendas e
veredas
À mercê dos
passos a passos
Em direção à
vida do viver,
À existência
do existir...
Era-me a luz
que iluminava as trevas; era-me a vela que sarapalhava as chamas no vazio da
noite, olhando-as sentia-me aberto às con-tingências do mundo? Re-encontrá-lo
fez-se mister mudar de rumo, itinerário. Re-encontrá-lo fez-se sine qua non
rasgar sentimentos e emoções, jogá-los ao léu quais confetes, e com grande amor
e alegria re-fi-lo nuncamente com tanta originalidade, autenticamente, sou-lhe,
é-me ele.
- Duas
águias voaram por longos anos lado a lado. Certo dia, uma delas seguiu em
direção a outros in-finitos.
- Mas isto é
tão simples assim?
- Não podia
ser mais simples que isso. O nada é para ser e--xis-tido com volúpias. O vazio
é para ser vivido com êxtases.
- E é só?
-
Solamente!...
- Solamente
só... Acreditar ou olvidar?
Verbo e
silêncio... Verso-Uno do Ser...
Re-versos
atrás de éritas pectivas retros de imagens res-plandecendo na superfície lisa
do espelho, inda que ínfimas e minúsculas, nos átimos do tempo, pre-nunciando
mistérios do além, enigmas da posteridade, aqueles tais de in-consc-ientes que
velam medos e tremeliques do há-de ser, des-velam fugas e outras condutas de
má-fé, perambular pelos baldios dos becos, sob a cintilância das estrelas,
brilho da lua - que romantismo sem precedentes! -, cantando "não estou com
sono/não há para onde ir...", tempos de outrora: restaurante vazio, mesa
na calçada, gim com limão e gelo, solidão, nem viv´alma na avenida: que fim
levaram todas aquelas idéias, ideais? que fim levaram todas aquelas quimeras?
-, madrugada não custa a passar, o orvalho continua a cobrir as flores do
jardim, o alvorecer será apenas um fenômeno da natureza, morrer ou viver não é
a questão, a questão é deslizar no vazio, nada se há-de re-colher, nada se
há-de a-colher, nalgum canto aquém de alhures o epitáfio escrito com as
gotículas de garoa do tempo nos devaneios de carioquicéias do verbo e do nada,
que os in-fin-itivos de arriba olvidaram as fin-itudes em uníssono recitando os
pleonasmos, vícios do eterno, os cacófatos do ab-soluto...
Vernáculo de
solidão nad-ificado de éritos resquícios das melancolias do in-fin-itivo
querendo as sorrelfas do genesis deixadas ao léu nas bordas das im-perfeições
perfeitas das perfect-itudes, das nostalgias do gerúndio, desejando com
excelência da sensibilidade e do espírito, nas margens invisíveis dos horizontes
de perfeitas im-perfeições das nad-itudes em cujas faces visíveis do in-visível
alumia o semblante do abismo abismático de abissais sensações, a continuidade
que se faz continuamente...
A morte é a
última esperança,
Saudades do
particípio
Naquela
fissura mais que compulsiva
Do
apocalipse do Tudo, do Eterno,
Do
Ab-soluto,
Projectadas,
Melhor
ainda,
Jogadas a
esmo qual confetes
Na soleira
das pectivas intro que
Re-nunciam,
Nunciam
Desde o caos
no instante
Do ser
cosmos,
A mostragem
na moldura dos núncios
Do vir-a-ser
em nome,
Sobrenome,
Nome
completo do "Eu",
RG, CI,
Identidade almática e do mundo,
Silêncio e
infra-silêncio
Nada mais
são que sombras da linguagem,
Penumbras do
estilo, brumas do dis-curso.
Nada é luz
do silêncio. Nada é luz do infra-silêncio. Nada é luz da verdade, também das
in-verdades.
#RIODEJANEIRO#,
15 DE NOVEMBRO DE 2018)
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