CRÍTICA DA CRÍTICA - Manoel Ferreira
Não há neste texto seu, Ana Júlia
Machado, um só instante ou única palavra que desvirtue, tergiver-se a análise,
interpretação da "Crítica", metáfora ou seu título, aliás podendo até ampliá-lo
CRÍTICA DA CRÍTICA CRÍTICA, tomando o sentido da última Crítica como
"despautério da interpretação", "nonsense da análise". Há
quem critique sem ter a mínima noção do objeto que está criticando, sem ter conhecimento,
o que os instintos gritam na palavra é vomitado, com intuito apenas de se
mostrar superior, com intenção exclusiva de denegrir a imagem. Em verdade, em
verdade, não havendo qualquer conteúdo que explique ou justifique, não havendo
o menor logus, o que eu chamo nitidamente de "piti (de)
intelectualóide". O mundo está repleto de intelectualóides, debilóide
metido a intelectual. O homem é um ser crítico, mas a crítica deve ser
fundamentada em verdades, deve ser estruturada na razão, no logus, seja em que
nível for. Chamar um homem lúcido de bêbedo é despautério, é um cego, incapaz
de discernir a realidade. Chamar uma pessoa inteligente de burra é o mesmo.
Criticar, criticar, criticar, eis o que torna o imbecil superior, o superior
imbecil. Eis o que esconde, envela a realidade medíocre, mesquinha de uma
pessoa, esquecendo-se de que não é o outro, objeto da crítica, a lídima
verdade, não é o outro que carregará para sempre a mochila ou a cruz de seus
desvirtuamentos de caráter, de personalidade, sua natureza cretina, viperina, e
sim quem está criticando por não ter noção de quem seja ele próprio, não tem
mínimo conhecimento de sua psique, comportamentos, gestos, simplesmente um
alucinado no meio dos objetos, coisas e homens, no meio do mundo. Vamos para o
campo literário, sendo a origem deste texto a crítica que sofreu nos seus
comentários. Quem o fez dizer que estava você adulterando a estrutura, a
poética de sua poesia, a estética de sua forma, desejando se valorizar,
sentar-se na cadeira do Olimpo dos Deuses poetas, denegrindo a sua imagem. O
piti intelectualóide foi da pessoa que a criticou, ou melhor, o imbecilóide,
intelectualóide foi dele, não era crítico literário para criticar algum
despautério da análise ou interpretação, a "arte da poesia" que é a
sua realidade de intelectual. Quis torná-la imbecil, sendo a imbecil tal
pessoa. Pois comigo foi exatamente o contrário: reconheci de imediato os seus
grandes valores intelectuais, poéticos, sua sensibilidade - jamais foi fácil
para quem quer que seja, doutores, ensaístas, críticos, professores, senso
comum tecer considerações reais sobre a minha obra, ela é estritamente
complexa, lê-la requerem conhecimentos prévios, e você, no seu estilo e
linguagem mergulhou na sua estrutura, mas também na sua sensibilidade,
engrandecendo a minha obra sem limites. Chamei-a a ser minha secretária
particular, além de "administradora" de meus grupos. Dei-lhe de
presente uma Comunidade para a exposição de seus "comentários" -
aliás, este termo está errado, devem ser chamados de "arte da
poesia". Ninguém abarca um obra literária na sua essência, conhece-a no
mais profundo de si, sabe-a essencialmente, são estudos e mais estudos, são
investigações e mais investigações, são avaliações e mais avaliações, muito ainda
terá de ser dito, interpretado, o poema segue a sua eternidade, a prosa segue a
sua eternidade, aí está o eterniário, o eternial da obra, segue os tempos e
neles outras coisas serão des-cobertas, des-veladas. Sou crítico literário, não
ouso expressar qualquer interpretação sem antes investigar a sensibilidade da
obra, sem antes visualizar a sua estrutura, sem antes investigar os seus
fundamentos. A crítica da prosa, apesar de toda a sua complexidade, ainda é
mais fácil de ser realizada do que a poesia, analisar, interpretar a poesia é
puramente sensibilidade, intuição, percepção. Desde os vinte e sete anos,
quando fiz a primeira crítica literária, diz ao rapazinho: "Se eu gostar
de seu livro, faço um comentário por escrito, mas, se não gostar, não significa
que você não tenha valores, significa que eu não soube valorizar sua obra.
Farei apenas um comentário verbal". Amei a obra. Fiz o comentário. O
rapazinho e eu somos hoje grandes amigos, somos amigos íntimos, sendo ele o
esposo de nossa amiga Nivea Maria Matteocci, e esta obra dele, SONHO DO VERBO
AMAR, uma novela, já li exatamente cento e trinta e duas vezes e ainda há
coisas que não descobri nela. Ser filósofo é mais fácil do que ser crítico
literário, é uma rocha de Sísifo no sapato. Tarefa árdua. Uma coisa não desenvolvi
na minha jornada: criticar o de que não gosto. Mas há uma razão para isso: medo
de dizer asnice, impulsionado pelo desafeto, medo de ser injusto, impulsionado
pelos meus conhecimentos adquiridos. Óbvio que o seu texto ultrapassa os
limites da obra literária, seja prosaica, seja poética, seu texto abrange todos
os níveis das ciências, um texto epistemológico no seu interdito, das artes, da
cultura, da filosofia, da vida humana. Este texto é a obra-prima da crítica,
tomando eu a liberdade de chamá-lo, não intitulá-lo, de CRÍTICA DA CRÍTICA
CRÍTICA, tomando de empréstimo o título de uma obra de Karl Marx. Os amigos
poetas, prosadores deveriam correr atrás de você e pedir que sempre critique os
seus poemas ou prosas, iriam aprender muito, além de serem mais projetados.
Você me chama de mestre, tem-me como seu mestre, mas digo com todo orgulho e
felicidade você é a minha mestra, apesar das experiências já adquiridas ao
longo do tempo, aprendo com você, desaprendo para aprender com você. Um grande
abraço, dizendo: "Siga em frente. A eternidade é sua".
Manoel Ferreira.
A crítica……
A apreciação é uma avaliação
produzida a um, ou a algo que aprecio, seja prosa, verso, reflexão entre outras
coisas da vida. Logra ser produzida com bom intento, designada a análise
criativa e ainda a crítica com o pérfido propósito. Necessitámos produzir
análise positiva e consentir a análise aniquiladora. E beneficiar daquela que
nos edificam com afeição, pois ela nos benesse a prosperar. Mas, é necessário
que quem crítica detenha erudições e bases para a construir. Jamais tive
intenção de fazer julgamentos no sentido depreciativo. Críticas arrasadoras já
as fiz, mas com o propósito de incitar. Mas tal só ocorreu na profissão que
praticava e que me compelia a tal postura, por muito que me custasse.
Aqui, neste espaço jamais perpetrei essa falta. Não é essa a minha função. Se
não aprecio o que avisto, passo à frente e nem interpreto. Já fui mal decifrada
por alguns “ditos craques”, mas, ignotos para mim. Não os conheço do palco das luzes
da ribalta. Quiçá, lhes metesse confusão, ou receio de lhes causar penumbra.
Posso avalizar que não. Minha “praia” não é essa. Jamais tive propensão a ser
escritora ou poetisa. Não foi a opção eleita por mim.
Podem estranhar este meu excerto, mas tem justificação. Já interpretei mais do
que comento e provavelmente abandonarei de o fazer e olhar para mim. Preencher
o meu tempo com novas descobertas. Sim, porque a vida é feita de descobertas,
boas e más. Por vezes, a mesma é madrasta e arranja-se maneira de olvidar esse
infortúnio descobrindo novos oceanos. Bons ou maus…não sei???? A minha
indagação é ininterrupta……Já que há pessoas que creem que eu deturpo alguns
escritos de pessoas, que até me são muito queridas. E, como não estou para aí
guinada renuncio. Venho aqui somente passar algum tempo e fazer minhas
investigações. Porque aceitar a decrepitude, jamais. Há coisas que hei que
anuir na minha vida (ou também não…), mas outras eu denego por completo.
E como se costuma dizer, aquele que se apoquenta excessivamente com os
distintos, não é capaz de se mirar a si próprio. Porque será? Com certeza, o
seu reflexo assusta-o. E a melhor maneira de se ultrapassar a si e à sua
frustração, é pontapear os que um dia lhe podem fazer frente.
Não há ninguém que se iguale ao ser humano, para criticar o próximo, mas
completamente ceguetas para se enxergar a ele mesmo. Por isso, a causa que me
fez parar de ser quem almejaria ser que eu fosse. E, inicio a ser aquilo que
realmente penso que sou……sim, porque certezas absolutas não existem e nem
quero. Mas há momentos, em que a minha lucidez me diz, que não devo estacar
para confecionar discussões. É sempre uma grande perda de tempo. Quando alguém
me impugna, não me atenta ira, pelo contrário, meramente é mais um veículo de
transmissão, para eu confirmar com mais convicção, que certas críticas só
servem para vazar o intelecto. Assim, dispenso-as. Uso o tempo que é tão curto
nesta fugaz passagem, com coisas benéficas. Em cada conceção nociva se camufla
a ambição de se pretender ser alguém que não se é. A felicidade não se compra
nem se vende, conquista-se através daquilo que queremos ser, ou nos deixarem
ser e não tentado ser o que efetivamente não se é. A ilusão é um embuste…a vida
não é repleta de pactos tentadores…há muitos trilhos a fazer na caminhada. E,
mesmo assim, ela jamais será como pretendemos, cada vez mais o tempo e a vida
me ensina que é assim……..
Ninguém é perfeito e nunca será. A perfeição é algo inatingível…mas há quem se
faça de menos perfeito, para ver se assim consegue algo, que de outro modo
nunca atingiria. O emudecimento, não há sombra de dúvida, que é a melhor
réplica, quando se escuta patetices…
Ana Júlia Machado.
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