COMENTÁRIO CRÍTICO DA POETISA E ARTISTA-PLÁSTICA(PINTORA) GRAÇA FONTIS À /**CRÍTICA DA CRÍTICA**/ DE ANA JÚLIA MACHADO E MANOEL FERREIRA NETO
Bem...estou aqui embevecida: Critica da Crítica e...Critica...Já li e
reli e sem constrangimento digo que lágrimas brotaram frente a dois monstros
literários em plena argumentação quanto ao seu parecer diante uma obra a ser
analisada ou criticada deixando claro a capacidade e por vezes incapacidade não
por incompetência mas sim zelo pelo outro...mantendo uma apreciação mesmo que
ínfima de incentivo...Aqui e agora no deleite destes escritos sinto-me
privilegiada e agradecida por ter acesso a todo esse conteúdo que a princípio
parece pouco mas não o é pela grandiosidade das informações que abrange na sua
total sintetização. Parabéns aos autores com eterna admiração...
Graça Fontis
CRÍTICA DA CRÍTICA
Não há neste texto seu, Ana Júlia Machado, um só instante ou única
palavra que desvirtue, tergi-verse a análise, interpretação da
"Crítica", metáfora ou seu título, aliás podendo até ampliá-lo
CRÍTICA DA CRÍTICA CRÍTICA, tomando o sentido da última Crítica como
"despautério da interpretação", "nonsense da análise". Há
quem critique sem ter a mínima noção do objeto que está criticando, sem ter
conhecimento, o que os instintos gritam na palavra é vomitado, com intuito
apenas de se mostrar superior, com intenção exclusiva de denegrir a imagem. Em
verdade, em verdade, não havendo qualquer conteúdo que explique ou justifique,
não havendo o menor logus, o que eu chamo nitidamente de "piti (de)
intelectualóide". O mundo está repleto de intelectualóides, debilóide metido
a intelectual. O homem é um ser crítico, mas a crítica deve ser fundamentada em
verdades, deve ser estruturada na razão, no logus, seja em que nível for.
Chamar um homem lúcido de bêbedo é despautério, é um cego, incapaz de discernir
a realidade. Chamar uma pessoa inteligente de burra é o mesmo. Criticar,
criticar, criticar, eis o que torna o imbecil superior, o superior imbecil. Eis
o que esconde, envela a realidade medíocre, mesquinha de uma pessoa,
esquecendo-se de que não é o outro, objeto da crítica, a lídima verdade, não é
o outro que carregará para sempre a mochila ou a cruz de seus desvirtuamentos
de caráter, de personalidade, sua natureza cretina, viperina, e sim quem está
criticando por não ter noção de quem seja ele próprio, não tem mínimo conhecimento
de sua psique, comportamentos, gestos, simplesmente um alucinado no meio dos
objetos, coisas e homens, no meio do mundo. Vamos para o campo literário, sendo
a origem deste texto a crítica que sofreu nos seus comentários. Quem o fez
dizer que estava você adulterando a estrutura, a poética de sua poesia, a
estética de sua forma, desejando se valorizar, sentar-se na cadeira do Olimpo
dos Deuses poetas, denegrindo a sua imagem. O piti intelectualóide foi da
pessoa que a criticou, ou melhor, o imbecilóide, intelectualóide foi dele, não
era crítico literário para criticar algum despautério da análise ou
interpretação, a "arte da poesia" que é a sua realidade de
intelectual. Quis torná-la imbecil, sendo a imbecil tal pessoa. Pois comigo foi
exatamente o contrário: reconheci de imediato os seus grandes valores
intelectuais, poéticos, sua sensibilidade - jamais foi fácil para quem quer que
seja, doutores, ensaístas, críticos, professores, senso comum tecer
considerações reais sobre a minha obra, ela é estritamente complexa, lê-la
requerem conhecimentos prévios, e você, no seu estilo e linguagem mergulhou na
sua estrutura, mas também na sua sensibilidade, engrandecendo a minha obra sem
limites. Chamei-a a ser minha secretária particular, além de "administradora"
de meus grupos. Dei-lhe de presente uma Comunidade para a exposição de seus
"comentários" - aliás, este termo está errado, devem ser chamados de
"arte da poesia". Ninguém abarca um obra literária na sua essência,
conhece-a no mais profundo de si, sabe-a essencialmente, são estudos e mais
estudos, são investigações e mais investigações, são avaliações e mais
avaliações, muito ainda terá de ser dito, interpretado, o poema segue a sua
eternidade, a prosa segue a sua eternidade, aí está o eterniário, o eternial da
obra, segue os tempos e neles outras coisas serão des-cobertas, des-veladas.
Sou crítico literário, não ouso expressar qualquer interpretação sem antes
investigar a sensibilidade da obra, sem antes visualizar a sua estrutura, sem
antes investigar os seus fundamentos. A crítica da prosa, apesar de toda a sua
complexidade, ainda é mais fácil de ser realizada do que a poesia, analisar,
interpretar a poesia é puramente sensibilidade, intuição, percepção. Desde os
vinte e sete anos, quando fiz a primeira crítica literária, diz ao rapazinho:
"Se eu gostar de seu livro, faço um comentário por escrito, mas, se não
gostar, não significa que você não tenha valores, significa que eu não soube
valorizar sua obra. Farei apenas um comentário verbal". Amei a obra. Fiz o
comentário. O rapazinho e eu somos hoje grandes amigos, somos amigos íntimos,
sendo ele o esposo de nossa amiga Nivea Maria Matteocci, e esta obra dele,
SONHO DO VERBO AMAR, uma novela, já li exatamente cento e trinta e duas vezes e
ainda há coisas que não descobri nela. Ser filósofo é mais fácil do que ser
crítico literário, é uma rocha de Sísifo no sapato. Tarefa árdua. Uma coisa não
desenvolvi na minha jornada: criticar o de que não gosto. Mas há uma razão para
isso: medo de dizer asnice, impulsionado pelo desafeto, medo de ser injusto,
impulsionado pelos meus conhecimentos adquiridos. Óbvio que o seu texto
ultrapassa os limites da obra literária, seja prosaica, seja poética, seu texto
abrange todos os níveis das ciências, um texto epistemológico no seu interdito,
das artes, da cultura, da filosofia, da vida humana. Este texto é a obra-prima
da crítica, tomando eu a liberdade de chamá-lo, não intitulá-lo, de CRÍTICA DA
CRÍTICA CRÍTICA, tomando de empréstimo o título de uma obra de Karl Marx. Os amigos
poetas, prosadores deveriam correr atrás de você e pedir que sempre critique os
seus poemas ou prosas, iriam aprender muito, além de serem mais projetados.
Você me chama de mestre, tem-me como seu mestre, mas digo com todo orgulho e
felicidade você é a minha mestra, apesar das experiências já adquiridas ao
longo do tempo, aprendo com você, desaprendo para aprender com você. Um grande
abraço, dizendo: "Siga em frente. A eternidade é sua".
Manoel Ferreira.
A crítica……
A apreciação é uma avaliação produzida a um, ou a algo que aprecio, seja
prosa, verso, reflexão entre outras coisas da vida. Logra ser produzida com bom
intento, designada a análise criativa e ainda a crítica com o pérfido
propósito. Necessitámos produzir análise positiva e consentir a análise
aniquiladora. E beneficiar daquela que nos edificam com afeição, pois ela nos
benesse a prosperar. Mas, é necessário que quem crítica detenha erudições e
bases para a construir. Jamais tive intenção de fazer julgamentos no sentido
depreciativo. Críticas arrasadoras já as fiz, mas com o propósito de incitar.
Mas tal só ocorreu na profissão que praticava e que me compelia a tal postura,
por muito que me custasse.
Aqui, neste espaço jamais perpetrei essa falta. Não é essa a minha
função. Se não aprecio o que avisto, passo à frente e nem interpreto. Já fui
mal decifrada por alguns “ditos craques”, mas, ignotos para mim. Não os conheço
do palco das luzes da ribalta. Quiçá, lhes metesse confusão, ou receio de lhes
causar penumbra. Posso avalizar que não. Minha “praia” não é essa. Jamais tive
propensão a ser escritora ou poetisa. Não foi a opção eleita por mim.
Podem estranhar este meu excerto, mas tem justificação. Já interpretei
mais do que comento e provavelmente abandonarei de o fazer e olhar para mim. Preencher
o meu tempo com novas descobertas. Sim, porque a vida é feita de descobertas,
boas e más. Por vezes, a mesma é madrasta e arranja-se maneira de olvidar esse
infortúnio descobrindo novos oceanos. Bons ou maus…não sei???? A minha
indagação é ininterrupta……Já que há pessoas que creem que eu deturpo alguns
escritos de pessoas, que até me são muito queridas. E, como não estou para aí
guinada renuncio. Venho aqui somente passar algum tempo e fazer minhas
investigações. Porque aceitar a decrepitude, jamais. Há coisas que hei que
anuir na minha vida (ou também não…), mas outras eu denego por completo.
E como se costuma dizer, aquele que se apoquenta excessivamente com os
distintos, não é capaz de se mirar a si próprio. Porque será? Com certeza, o
seu reflexo assusta-o. E a melhor maneira de se ultrapassar a si e à sua
frustração, é pontapear os que um dia lhe podem fazer frente.
Não há ninguém que se iguale ao ser humano, para criticar o próximo, mas
completamente ceguetas para se enxergar a ele mesmo. Por isso, a causa que me
fez parar de ser quem almejaria ser que eu fosse. E, inicio a ser aquilo que
realmente penso que sou……sim, porque certezas absolutas não existem e nem
quero. Mas há momentos, em que a minha lucidez me diz, que não devo estacar
para confecionar discussões. É sempre uma grande perda de tempo. Quando alguém
me impugna, não me atenta ira, pelo contrário, meramente é mais um veículo de
transmissão, para eu confirmar com mais convicção, que certas críticas só
servem para vazar o intelecto. Assim, dispenso-as. Uso o tempo que é tão curto
nesta fugaz passagem, com coisas benéficas. Em cada conceção nociva se camufla
a ambição de se pretender ser alguém que não se é. A felicidade não se compra
nem se vende, conquista-se através daquilo que queremos ser, ou nos deixarem
ser e não tentado ser o que efetivamente não se é. A ilusão é um embuste…a vida
não é repleta de pactos tentadores…há muitos trilhos a fazer na caminhada. E,
mesmo assim, ela jamais será como pretendemos, cada vez mais o tempo e a vida
me ensina que é assim……..
Ninguém é perfeito e nunca será. A perfeição é algo inatingível…mas há
quem se faça de menos perfeito, para ver se assim consegue algo, que de outro
modo nunca atingiria. O emudecimento, não há sombra de dúvida, que é a melhor réplica,
quando se escuta patetices…
Ana Júlia Machado.
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