COMENTÁRIO DA ARTISTA-PLÁSTICA E POETISA, Graça Fontis, AO TEXTO /**O ÚLTIMO DISCURSO**/
Magnífico texto! Discorre com sagacidade e sutileza o término de um
ciclo conturbado...incerto quanto às expectativas a advirem, porém a meu ver
este não é o último discurso...na verdade é o primeiro que já chegou derrubando
portas...portões ...trincheiras e quaisquer outro obstáculo que obstrua sua
jornada dentre conjugações verbais filosoficamente subjetivadas quiçá legíveis
a leigos ou expert em sua verbalização! Se o amor foi o precursor dessa
travessia...rogo...que ame sempre em total plenitude...a tudo, a todos
infinitamente! Avante Poeta!...Minha admiração sempre...
Graça Fontis
**O ÚLTIMO DISCURSO**
Travessia...
Passagem...
Coisas de ontem preterizadas na memória trans-literalizando-se ao longo
do tempo, tornando-se ideais do outro, sonhos e esperanças do que trans-cende
caminhos por vezes de treva, por vezes de sombra, por vezes de êxtases e
volúpias da felicidade, dialética do efêmero. As inspirações do verbo podem ser
plen-itudes, se o desejo da verdade nelas habitam, podem ser o nada, residindo
no eidos os vazios, vácuos, se a fuga do ser nelas forem o prazer do momento, a
saltitância do medo, do "eu".
Coisas de hoje inda plenas utopias do vir-a-ser subjuntivado do eterno,
aliás perenes sorrelfas à soleira do amanhã que as tornará pretéritos, e
olhando-os de soslaio sentimento e sensação de nonada vida, mentira.
Último discurso de um tempo que termina, princípio de outro que se
inicia, olhar projetado aos primeiros raios numinosos, desvelando horizontes e
uni-versos para além da montanha respingada de orvalho, alvorecer do ser que
trans-cende o verbo, futur-itude do ex-tase que trans-nasce os ventos do tempo.
Ultimo discurso do nada de um tempo entrelaçado de efêmeros e quimeras
da luz plena, que cintila de raios o além. Último discurso das nonadas de um
tempo engolfado nos pretéritos do in-finitivo, dos in-fin-itivos in-fin-itos
das dialéticas, a mente voltada aos projetos do perpétuo que se desliza solene
e pomposo no cogito das gnoses filosóficas, não na alma do espírito que
a-nuncia a verdade do verbo na continuidade dos volos do espírito. Fuga. Má-fé.
Último discurso do vazio que trilha sendas e veredas no silvestre dos
campos à luz que continuamente a-nuncia outros raios e cores do arco-íris do
vir-a-ser do porvir aderido às pre-fund-itudes do há-de ser. Só o vazio
re-colhe e a-colhe o múltiplo. Vazio sou. Múltiplo a-nuncio às travessias taos
do verbo liberdade.
Último discurso. Discurso do nada que negligencia os valores e virtudes
da morte que morre o morrer. Discurso da ponte partida que não dá passagem ao
outro lado do cristalino da água no sem-margem do rio que segue o seu destino,
mas é con-templar a seiva do tempo, alimento do eterno nas bordas e fronteiras
do quotidiano dos desejos da liberdade, onde se procura o lugar de emoções
diferentes.
Ultimo discurso de quem sente profunda a liberdade e por amar
simplesmente.
Último discurso do encontro
Primeiro discurso da continuidade
Que continuamente é o Ser,
Re-nascem outras utopias, outros idílios
Re-fazem outras quimeras, outras fantasias
Re-luzem outras perspectivas do Sonho do Verbo Amar
Último discurso da liberdade
Primeiro discurso de amar simplesmente...
Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 19 de julho de 2016)
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