**ALVORECER DO VIR-HÁ DE SER** - Manoel Ferreira
Voláteis inteligências eivadas de pretéritas e inauditas pers do desejo
incólume de criar, re-criar o outro dos questionamentos do sublime, perpassando
conhecimentos retrógrados, sabedorias demodês, olhar cínico e sarcástico, de
esguelha e frio, sorriso amareliçado, como pudera con-sentir com tantas
vulgaridades e nonsenses ao longo das suas in-vestigações da verdade, quiça
explique não era inda o tempo de traçar as suas linhas, fundamentá-la com as
experiências e vivências, quisesse apenas amenizar as angústias e tensões da
alma, preencher os vazios fosse com o que fosse. Tudo resultou em nada.
O que me fora vazio hoje é um abismo sem margens em todos os sítios da
alma; o que me foram ausências do verbo desejar o conhecimento dos sonhos
habitavam-me hoje são querências do sentimento-verbo do que trans-cende os
mistérios, enigmas da origem da alma, rituais, mitos da genesis do pretérito
eivado de in-verdades; o que me foram os manques-d´êtres do sonho de amar, amor
às esperanças que projeta o não-ser aos auspícios do in-finito, na síntese do
divino e absoluto, re-vestem-se do cântico dos cânticos da fé, não há sonho sem
esperanças, não há esperanças sem fé, não há o outro do verbo realizar o ser
sem os inauditos do estar-no-mundo, não há o amar verbo intransitivo do
silêncio sem o in-finitivo do amor que se esplende aos templos de efígies
místicas, re-templando as luzes ad-vindas da imensidão do espaço poético,
incidindo no paráclito que flui raios pelos cantos e recantos, despertando na
longevidade do ser as miríades numinosas do surdo-ab do nada e efêmero,
acendendo as chamas nas lenhas da lareira, projetando as carências e medos do
desconhecido ao olimpo dos valores e virtudes do espírito fenomenológico do
soluto-re indício "starting over" das primevas quimeras e fantasias
da alma, eidos da arte e do belo, da linguística e da semântica das águas vivas
que escrevem com moléculas de hidrogênio e oxigênio o líquido puro e sublime
das nonadas-travessias, passagens-nadas ao juntivo-sub do há-de ser.
As voláteis inteligências são dotadas de talentos e dons para re-criarem
palavras dicionarizadas com sentidos vulgares, servindo apenas para tirar o
osso da carne do diálogo, comunicação, entendimento, deixar-lhe tornar-se
cinzas livres, eivando-lhes, seivando-lhes de pás lavrando as mânticas-se,
isticas-lingue do perpétuo efermerizando o soluto-gito dos cócitos do ser tao
nonada da vida do viver que é sempre, desde a eternidade à eternidade, muito
perigoso. Nas utopias do ser tao mineiro não habitam a iluminidade do ser, o
iluminismo do ser-verbo, mas os raios de sonho da verdade que se plen-ifica de
volos de etern-itudes. O iluminismo não dialetiza o surdo-ab do soluto-ab,
apenas desliza e escorrega nos êtres-manque das solícitas verdades do efêmero e
nada.
As voláteis inteligências con-sentem sítios outros da sensibilidade,
subjetividade ao espírito da verdade que se projeta livre no tempo das memórias
da humanidade desejando o verbo da plen-itude conjugado com os temas e
temáticas da luz do crepúsculo da morte raiando e numinando o alvorecer do
vir-há de ser.
Manoel Ferreira Neto.
(26 de julho de 2016)
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