**LINCES DE DESEJOS INAUDITOS** - Manoel Ferreira
EC-SISTIR
Na tangência e co-tangência dos ex-tases
Pela glória do verbo que se torna carne
Além dos umbrais e rituais
Com as suas cintilâncias,
Brilhos egrégios e omnipresentes de todas as magn-itudes...
EC-SISTIR
Além dos confins
Ornamentando as sorrelfas
Numinosas de horizontes longínquos
Re-flexivas das travessias nas pontes partidas
Dos mistérios e enigmas, do incognoscível, do invisível visível
Que trans-cendem a razão e todas as dimensões sensíveis,
Sons dos poemas, essências da poesia
Glória às palavras,
Às semânticas saudosas das nostalgias a-temporais...
Queijo mineiro
Degustado com cafezinho da hora.
Quê delícia!...
Ambíguas re-presentações, simbólicas sorrelfas do não-ser, a-nunciando
ambas imagens outras, pre-nunciando outras pectivas de pers trans-cendentes e
uni-versais, re-velando ambas re-flexos numinosos de horizontes longínquos,
vestígios do tempo engolfado nos transitivos verbos da náusea e angústia,
dimensões accessórias de ilusões e fantasias do eterno.
Imagens dúbias de perspectivas e ângulos, linces de desejos in-auditos
efemer-izando na retina dos olhos perdidos nas frinchas e frestas do vácuo,
girando na roda-viva das contradições e nonsenses do perpétuo, o silêncio e
solidão do ser, quiçá intencionando re-fazer, pers a pers das pectivas da
perfeição, os átimos do tempo sarapalhados nos cantos e recantos, sítios,
lugares do uni-verso, para re-criarem as intuições eivadas de inspirações do
real, visto à luz da sublim-idade da verdade, que, embora efêmera nos
instantes-limites do nada, é o broto da flor que abre as pétalas no alvorecer,
exalando o perfume da esperança da incólume liberdade de ser a contingência
eterna de encontros e des-encontros, pretéritos-húmus do há-de vir mais-que-perfeito.
Além dos confins ornamentando os idílios re-flexivos das travessias nas
pontes partidas dos mistérios e enigmas, as melancolias e nostalgias gnósticas
das águas que não são as mesmas em passando de por baixo da ponte das vontades
e querências da não-dialética da nonada e perpétuo.
Miríades do nada, re-flexão que re-flete o re-flexivo, na silvestre
trilha da memória que apreende no recôndito vazio de seu "stício" o
inter do verbo que trans-literaliza imagens no mover do tempo, percuciência do
efêmero que alimenta a origem da alma com as migalhas, côdeas do pão metafísico
e ontológico do ente que nasce póstero e póstumo na tangência das volúpias pela
glória do verbo que se torna a carne, em cujas veias corre o sangue vivo e
ardente do ser tao da espiritualidade, do ser Krishna do deserto de aspirações
do livre-arbítrio, libertas quae sera tamen. Queijo mineiro degustado com
cafezinho da hora. Quê delícia! Ninguém pode dizer ou pensar, imaginar tampouco
que o verbo da eternidade trans-cende, trans-eleva o verbo do nada que move o
manque-d´être das forclusions dos pretéritos, vistos à mercê das perfeições
im-perfeitas do divino ou como dizem os portugueses "divos" saudosos
das melancolias intemporais.
Além dos umbrais dos mitos e rituais não dizendo nos ipsis das
contingências os litteris do paraíso celestial a luz com as suas cintilâncias e
brilhos egrégios de todas as magn-itudes, mas sob o re-flexo do dizer as
in-verdades da verdade que trans-cendem a razão e todas as dimensões sensíveis,
mas a origem da alma concebe e dá a luz ao incognoscível e inaudito, glória às
palavras, júbilos às metáforas, são sons dos poemas, são essências da poesia,
são anjos de linguísticas e semânticas do EC-SISTIR...
Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 19 de julho de 2016)
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