COMENTÁRIO DE MINHA AMIGA Maria Fernandes e RES-POSTA MINHA AO TEXO //**ESGALHO MIRRADO DE OUTONO**//
O
autor constata que, nos tempos actuais, a sensibilidade ultrapassou a
inteligência! Também gostaria de se perder nesses devaneios de utopias, sonhos,
quimeras, mas algo mais profundo o impele na pesquisa da verdade, do amor, do
infinito. Para isso foi dotado e é nessa perspectiva que orienta os seus
pensamentos que transpõe para os textos que escreve com a sua marca, com
análise/ conclusão, sujeito /objecto . Excelente texto. Parabéns. Um abraço,
escritor e amigo Manoel Ferreira!
Maria
Fernandes
Jardins
dos pensamentos - flores exalando perfumes divinos, pétalas de pura beleza
des-abrochando, uni-versos e horizontes eivados dos verbos sensíveis da magia,
o in-finito esplendendo de paz, serenidade, a roda-viva do mundo em pleno
movimento, à luz do alvorecer borboletas em vôos livre, à merce da travessia da
noit a coruja em silêncio perscrutando no tempo as esperanças do conhecimento,
o ser dos sonhos, o desejo da espiritualidade.
A vida vive, vivendo. Vivendo, vive a vida, vive a vida, vivento, Pensamentos,
idéias, utopias. Face a face in-verdades, mentiras, quimeras, à imagem do verbo
longínquo re-fletida, esplendendo raios numinosos na poética do espaço,
ausências e manque-d´êtres de dimensões eidéticas do vir-a-ser da plen-itude,
falhas e faltas de con-tingeências do que trans-cende angústias e náuseas,
carências da solidão e silêncio, os ventos sibiliando dispersos sarapalhados
por todos os cantos, recantos, sítios da terra.
Intransitivos questionamentos, taos do ser à busca do orvalho da noite que,
sublime, toca as folhas das flores, eivando desde a concepção do broto às
pétalas des-abrochando, e o ser eidético da estesia da natureza se
presentifica, a vida prossegue de dialéticas em dialéticas os caminhos de luz
nas trevas. O invero de neblinas gélidas, as neblinas gélidas do in-verno
cobrem as visões do longínquo, distante, no olhar no vazio do além, nos
recônditos da alma o medo, insegurança, solidão que se vai perpetuando ao longo
das estações travessias vivaldianas e urbanas do verbo e tempo, efígies do
Monte Castelo, cujos sonhos e fé são o amor e a cáritas da esperança, falando
todas as línguas, recitando todos os versos e estrofes, declamando na ribalta
das mágias a perfeição da verdade, o soluto-ab do divino, pedras angulares dos
sons de poemas que evangelizam os cânticos da primavera a resplandecer de beleza
e estesia os rosáceos verbos da harmonia, sin-cronia, sin-tonia com o amor, a
genesis primeva dos pretéritos, cosmos eivando o caos das dimensões da
continuidade aberta ao tempo das consumações, caos alimentando o cosmos com os
grãos do nada e efêmero, sêmen, húmus, sementes do sonho que antecede a
esperança, esperança que precede a fé que fecunda, a fé que febunda, a fe que
basta para elevar elevar o tabernáculo do evangelho das flores que embelezam,
estesiam ao paráclito do vernáculo da felicidade, do divino que habita a alma,
em todas as contingências das cinas pretéritas às cinzas da morte, das cinzas
da morte, morte da carne aos raios numinosos de outro alvorecer, a Língua
Bíblica do Ser, em cujas palavras vivem, concebem o outro, dão a luz à Oriente
Estrela da Ribalta no vero-ab do verb-etico de viver, passo a passo, as
metáforas dos jardins do inverno, pers-pectivando a Leigão Urana do vir-há de
Ser.
Manoel
Ferreira Neto
**ESGALHO
MIRRADO DE OUTONO**
Sensibilidades
excederam a inteligência, sobrepujaram-se, além – ascenderam-se, solstíios de
confins auroras de arribas, aroco-íris do in-finito ent-idade em desregramento,
id-"ent"-idade multi-faceta, multi-facelada, mutilada.
Clamor distante, lacunoso, sobeja alvitrar o coração com altivez e retórica,
com perspicácia e falácia, remanesce trinar as correntezas da alma, ritmar as
ondas do mar trans-cendente, águas cristalinas, cadenciar a magnificência,
cantar o suceder de odes de evos, por que não com atrevimento e verbo, rebeldia
e regências? Contemplar de enviés o que é oposto às concepções, concepções da
verdade e do absoluto, de través o que é inversão às fantasmagorias, de soslaio
o que é ad-verso às
sensibilidades de expectativa e crença, espiritualidades de sorrelfas e fé, de
lobos (visão penetrante) o que é de horizontes, o que é de in-finitivos
in-finitos do longínquo, dos devaneios e sonhos da estese de eloquências, por
que não com enternecimento e embófia?
Prolongo-me eu, hesitante e cheio de dúvidas, angústia sem limites, entre o céu
e o inferno com as forças dinâmicas e vivas, com as energias em chamas, nada
mais consigo ver [quem sabe não deseje fazê-lo, não tenha vontade de esticar os
olhos até o infinito, a imaginação até os arredores do inaudito] senão um
monstro que devora eternamente todas as coisas, fazendo-as depois re-aparecer,
para de novo devorá-las. degustá-las.
Não foi em cata de deleite ocioso e condenável que principiei de me assistir
dos eventos da existência, não somente me assistindo de uma Dádiva que me foi
entregue, de uma tenção desassisada com que sustentei o âmago, não foi à busca
de arrebatamento fugaz que principiei de me cuidar das concepções do
harmonioso, das sensibilidades sedentos de pulcritude que residem, não
simplesmente me favorecendo dos devaneios que em mim acarreto interiormente.
foi para considerar o distinto de mim que fundeei cavado no incógnito, em
pesquisa de quem sou que me cedi ao eterno de poemas e opostos.
Vertigem de me perder, de tudo negar, de não me assemelhar a nada, de quebrar
para sempre o que me define, de oferecer ao presente a solidão e o nada, ao
futuro as utopias e a esperança de encontrar a única plataforma da “Estação
Liberdade”, da "Estação Verdade", da "Estação Amor", da
"Estação In-finito", onde os destinos se podem re-iniciar, ascender.
A tentação é perpétua. Lâminas simbolizam sentidos que se foram, machados
metaforizam sentimentos que hão de vir, não pinto em nenhuma tela uma figura
sem rosto, não escrevo em nenhuma página um “eu” sem imagem ou perspectiva,
alcanço a mente quotidiana, trazendo à beira de um sítio qualquer do rio de
águas límpidas sem mar-gen-tende ausência de pressa, porque rosas ou lilás
com-binam sonho e espírito em mãos que se estendem à descoberta da comunhão...
Porque ventos ou sibilos aderem esperanças e utopias à margem das dores e
sofrimentos.
Ficção, absorvimento, acordo, tosáceas, lilás ao norte: íntegro viço que provém
do inerente chão a cada marcha que abonamos na acalentada por mutismo coincide
a taquara que o vento britou (com) um esgalho mirrado de Outono.
Quimeras que não sucedem de delírios [antes, e de maneira mais pura do que o
poderia eu fazer, delineio esboços, o sentido e a imagem de um olhar, a miríade
de uma perspectiva de horizonte longínquo, de uni-verso distante das estrelas e
da lua cheia], oferecer-me de físico e espírito aos anseios videntes em suas
estimações perpétuas como simulacro e como conspecção veloz da inerente
deidade.
Manoel
Ferreira Neto.
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