**ORVALHO DA MANHÃ - PRELÚDIO DO VERBO AMAR** - Manoel Ferreira
Folhinhas singelas, suaves respingadas de orvalho, rosas brancas
des-abrochando, estesia de um alvorecer. Sentimentos, emoções.
Leve-me para o orvalho da manhã, meu amor. Leve-me para o orvalho da
manhã, hoje.
Sentimentos níveos, sentimentos singelos. Sentimentos suaves,
sentimentos de pura leveza. Sentimentos in-auditos, inexpressáveis. Pensei ter
ouvido um pintassilgo trinando na parreira, esta manhã. Em verdade, beija-flor
esvoaçava uma rosa vermelha, tomava-lhe o néctar. De caritas que esplendem
desejos, carência de entregas, doação de ternura, pro-jetando no núcleo do
tempo theos de sonhos e esperanças, subjetivo "nous" de sonhos,
sensível "inner" de sorrelfas a per-vagarem silenciosas e solitárias
pelas sendas perdidas dos campos...
Leve-me para o orvalho da manhã, meu amor.
Leve-me para o orvalho da manhã, hoje
... por todas as suas veredas, encontram-se idílios pre-figurados de
perspectivas espirituais do sublime, intros-petivas dimensões solenes da
ipseidade, sudário sensível que cobre de metáforas e sin-estesias os
manque-d´êtres da alma por cujos interstícios percorrem libidos de prazer, gozo
e clímax do verbo "it" das águas vivas, de toques em toques nas docas
da vontade de con-templar as plen-itudes do pleno de ser verso-uno das
etern-iscências do absoluto que passeia lúdico no silêncio do tempo, ser-de fé
a combinar, conjugar miríades de con-tingências das dialéticas das ipseidades e
deidades da carne do amor verbalizando o corpo de todas as sensações
voluptuosas de volúpias voláteis, ex-tases efêmeras, édendo do espírito,
paraíso edêncio do ser, jardim divin-iético de "estrelinhas cadentes"
a re-velarem a leveza do amor, suavidade do conúbio, simpleza do leito a
receber, re-colher, a-colher a sensibilidade, espírito do sensível, sensível da
espiritualidade nos recônditos abissais e abismáticos, onde o não-ser da vida
busca a re-conciliação com a verdade das in-verdades, assim podendo, dons e
talentos trans-cendentais de evangel-ência, vôos alçar ao longo, na long-itude,
nas distâncias, nos horizontes e uni-versos dos confins e pre-fundas a luz
branca sem raios e cintilâncias, sem brilhos e numi-nous, a pureza pura do puro
purificando a pur-itude do há-de ser do amor-verdade nos ósculos do carinho e
ternura para o abraço livre da liberdade de afagar no peito o tempo dos verbos
plenos de perfeição e defect-itudes.
Leve-me para o orvalho da manhã, querida.
Leve-me para o orvalho da manhã, hoje.
Pensei ter visto no encontro das folhas das palmeiras nas alturas raios
de lua perpassarem os espaços vazios. Pensei ter visto um coelho ziguezagueando
no chão por entre os troncos de árvores. Era um gato com as tramóias para pegar
a sua presa, um ratinho que ziguezagueava por entre as plantinhas.
Arco-íris de cores vivas. Cores diáfanas de vivos arco-íris. Luzes do
tempo, acendidas nas pers de carícias, toques singelos, no corpo de sensações
manifestantes, latentes e inauditas, son-ificando as fantasias, idílios do
sonho, ascendidas nas pectivas de corpos que se comungaram plenamente,
abraçados de singel-âncias osculam na plen-itude a essência do encontro.
Leve-me para o orvalho da manhã, benzinho.
Leve-me para o orvalho da manhã, hoje.
Manoel Ferreira Neto
(03 de setembro de 2016)
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