CRÍTICA LITERARIA DA AMIGA MARIA FERNANDES AO TEXTO //**SE HOUVESSE AMANHÃ - IV PARTE**/
Liberdade
do ser que se cria e recria conforme a chama que o ilumina e lhe aponta a
felicidade do infinito. Não se deixa atemorizar pelo que lhe apontam como certo
" come chocolate ", mas vai pesquisar, vai ao profundo da questão e
tenta banhar-se de verdade, da resposta que estará de acordo com o seu
raciocínio e razão. Parabéns, meu amigo Manoel Moreira Ferreira Neto. Um
abraço.
Maria
Fernandes.
CERTA
VEZ, NO TERCEIRO ANO DE "GRUPO", ESTAVA EU COM NOVE ANOS, EXATAMENTE
NO DIA 28 DE SETEMBRO DE 1965, COMPLETA HOJE 50 ANOS, MINHA PROFESSORA
PERGUNTOU-ME O QUE SIGNIFICAVA "ABSTRATO". RESPONDI-LHE: "O QUE
NÃO SE PODE VER, PEGAR, MAS PODE SENTIR. EU SINTO O ABSTRATO". a
PROFESSORA OLHOU-ME DE VIÉS, QUANDO DISSE QUE SENTIA O ABSTRATO. MINHAS NOTAS
NA "LÍNGUA PATRIA", DEVIDO À REDAÇÃO, ESTAVAM BAIXAS. NÃO ERA
NOVIDADE PARA MIM; SEMPRE FUI PÉSSIMO EM REDAÇÃO NA ESCOLA. SEMPRE FUI ASSIM:
PREFIRO ENTRAR, MERGULHAR EM MIM E BUSCAR A MINHA PRÓPRIA VERDADE, INVESTIGO-ME
SEMPRE CARÁTER E PERSONALIDADE FORTES, NÃO ACEITARIA A VERDADE DOS OUTROS, O
QUE AS PESSOAS DITAM COMO CERTO. TUDO TEM DE SER DE ACORDO COMIGO.
Respondi
à crítica da Amiga Maria Fernandes, //**SE HOUVESSE AMANHÃ - III PARTE**//,
dizendo haver sido péssimo em Redação na época de estudante, senão na Faculdade
que só tirava dez. No Grupo não queria que ninguém soubesse que tinha o dom e
talento das letras, levei isto tão a sério que fiquei realmente péssimo, mas no
meu quarto/biblioteca, na presença de minhas quatro mães, escrevi as minhas
coisinhas. Não só em Redação, mas na Língua Portuguesa, sempre fui péssimo
aluno, tirei até Zero em Português no terceiro ano de grupo. E hoje sou a
menina dos olhos de meus queridos e tão amados leitores, muitas invejas na
jornada, os meus dons das letras, como diz o meu amigo, locutor, Secretário de
Desenvolvimento, João Comunitário, os meus dons e talentos são incomuns. Tenho
para mim que isto é a força do sonho. Sonhei com as letras desde tenra
infância. Quando me perguntavam o que queria ser, quando crescesse, a resposta
era única "Quero ser escritor".
Sento-me
nos botequins tiro a cadernetinha do bolso da camisa, começo a escrever. Não há
quem não me olhe escrevendo, tornei-me um folk-lore. Eu mesmo nunca vi alguém
escrevendo nos botequins. Acho mesmo que se não tivesse tais dons e talentos,
inventá-los-ia eu, pois a minha verdadeira paixão, o amor na vida são as
Letras.
**SE
AMANHÃ HOUVESSE - IV PARTE**
Se
amanhã houvesse de explicar a intencionalidade de dividir "Se amanhã
houvesse" em sete partes, houve de disponibilizar-me um tempo para pensar
o estar-no-mundo em comunhão com as conquistas, esperanças, para isto mergulhar
no "eu poético", investigar-lhe as situações e circunstâncias, só
vislumbrando a felicidade de uma criança que brinca como jogo das palavras, tripudiando
com o tempo, blefando com o verbo. Hoje seria quem re-versasse, in-versasse a
verdade da plen-itude com os interstícios baldios da alma, interditos
sarapalhados de regências e declinações das utopias das esperanças e pretéritos
mais-que-perfeitos que se sintetizam na pectiva de retros, retros de
crepúsculos, entardecer, retros de anoitecer e madrugar, alvorecer a semente de
orquídea que será a flor e a beleza nívea da náusea das mesmidades no instante
de travessia para outras dimensões do absurdo e divino ser no transcorrer dos
ipsis e litteris das páginas de um sono o picadeiro do circo de gestos e
intenções do in-fin-itivo verbo de haver nascido do trapézio que oscila de uma
perspectiva a outra, mas o grande espetáculo seria no picadeiro de quem tudo
pode para criar a alegria através de gestos tragicômicos da liberdade; nasci no
meio dos livros, vou morrer no meio deles, com efeito, epigrafarei a solidão do
palhaço, silêncios e vazios, re-presentando na metáfora dos subjuntivos
gerúndios os vernáculos eruditos do vir-a-ser jogados no jogo lúdico do tempo,
jogo de ruminâncias de ouro e riso, epitafiarei os re-versos in-versos da morte
nada sendo senão a mediocridade em não saber, trazer a sabedoria em dentro, que
o "Das" do mistério poiético da verdade borrificar de loção a face
esquerda dos idílios, conspurcados de batidas do sino da igreja sob a luz da
notívaga noite da libido na querência sensível e trans-sensível de acontecer o
sublime das palavras que versificam e proseiam os liames de vestígios do nada
na característica específica e sine qua non de pretéritos que originam os
ritmos e acordes do "eu poético" que se re-vela ao mundo por
inter-médio da arte circense da Estrela Polar, romance de idílios da
"ec-sistência", desvelado o nítido nulo do cócito cogito das
sorrelfas idílicas que da lídima "persona" ilumina a liberdade do
abismo.
Se
amanhã houvesse...
Ruminâncias
de ouro e riso
Querência
sensível e trans-sensível
De
acontecer o sublime das palavras!
Acordes
do "eu-poético...
Se
amanhã houvesse...
Das
páginas de um sonho
O
picadeiro de um circo
De
gestos e intuições
Liames
de vestígios do nada
Desvelado
o nítido nulo
Do
Cócito Cogido das sorrelfas idílicas!
Se
amanhã houvesse...
Epitafiarei
o blefe do verbo,
A
luz da notívaga noite
De
idílios da "ec-sistência"...
Se
houvesse o "se" de amanhã no eu poético das poiésis...
Se
houve o eu poético da poiésis, o amanhã de mim representado de palavras
alegres, de plen-ersejar os sibilos da vers-itude, seduzindo a nudez da
sabedoria, a ruminância das ad-vers-itudes, bolinando a pureza da eternidade.
Sou quem no sou, no ser-de-mim... sou palavras do inter-dito dos baldios
terrenos da alma, a orquídea simbólica da sorrelfa sob a chuva fininha do
eterno.
Fico
sentindo e con-templando o nublado
Do
amanhecer, olhando o mar à distância.
Orvalh-itudes
de quimeras tocando as páginas viradas, se amanhã houve de imortalizar os
interditos de sonhos e esperanças, melancolias e nostalgias pretéritos, cujos
estilos de linguagem olvidei, ad-nominando e ad-verbiando o caos do efêmero,
seria hoje, após sono profundo, nem me lembra se sonhei, a plena saudade de
manhãs em que regava os canteiros de flores, amava tocar o orvalho nas pétalas
e folhas, dizendo-me estar orvalhando as palavras, sorrindo de soslaio, a
jornada era longa, sem fim. Mister criar-me, re-criar-me, inventar-me, a
verdade, as verdades me esperavam nalgum terreno baldio de minh´alma, era
engajar-me, arrancar-me de mim, destrinçar-me, a face afiadíssima de dois gumes
do efêmero e eterno cortava-me em todas as direções, a minha missão era o eu
poético, utensílio que amenizaria as dores da contingência, dialética da naúsea
e dogmas do "ser". A força do sonho; haveria de ser quem sou, as
letras não mentiriam, a verdade do "sou" seria registrada pelos dedos
das mãos. Hoje estaria sentindo e pensando estar bem distante ainda do que
sonhava realizar, são apenas garatujas fortuitas, quanto mais eu ando mais vejo
metafísicas e metáforas na poeira das estradas.
"A
única coisa que levará desta vida
São
os ideais, as idéias, o pensamento,
A
sensibilidade, esperanças e sonhos" - dizendo a mulher entre o sono e a
vigília.
Se
amanhã houvesse de recordar sentimentos e emoções vividos com as leituras das
cartas de leitores de Dostoiévski, carinho e ternura deles com o grande
escritor, haveria com efeito de lembrar dos sonhos de ser querido e reconhecido
por meus leitores. No tangente às profundidades da alma, Dostoiévski é o meu
grande mestre, à luz de sua alma mergulhei na minha, homem e escritor se
realizam na relação com os companheiros das letras, amigos da vida. A minha
eternidade são as letras, a vida conjugada com a companheira, o grande amor, os
amigos, todo o resto são efemer-itudes que devo viver plenamente, embora as
contradições e dialéticas, o verbo é a luz das sendas e veredas no silvestre
caminho do "ec-sistir", sei que represento a verdade no que digo de
mim, enfim só na Bíblia não existe "re-presentação", tudo é a verdade
absoluta, eternizada de divin-idades.
Manoel
Ferreira Neto
(Rio
de Janeiro, 28 de setembro de 2016)
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