COMENTÁRIO DO ESCRITOR MANOEL FERREIRA NETO AO POEMA /**TEMPESTADE**/ DA ARTISTA-PLÁSTICA(PINTORA) E POETISA.
A poetisa e escritora Sonia Son Dos Poem Gonçalves admira-se com a
descrição poética de Tempestade. Não há duvidar que é descrição de excelência,
descrição própria da prosa, da Literatura. Em verdade, em verdade, trata-se de
descrição emocional, como uma tempestade toca profundamente a pintora e poetisa
Graça Fontes: no poema, ela descreve suas emoções diante de uma tempestade, o
quanto toca a sua sensibilidade, nascendo medo inenarrável, indescritível,
ininteligência. Graça Fontis mesma revela na resposta ao comentário de Sonia
Son Dos Poem Gonçalves o medo que ela tem de tempestade. O medo com que
deparamos nos versos de Tempestade é pedra angular para o tecimento da poética,
é a compl-etude da obra, a descrição da tempestade em si mesma, a descrição do sensível,
da profundidade da alma, aliás característica essencial e predominante da
artista poetisa e pintora: mergulhar profundo na alma, trazendo à luz as
emoções e sentimentos que lhe habitam, na pintura traça-lhes - como podemos
conferir na pintura que é ornamento do post -, na poesia dá-lhes a luz, isto é,
revela-lhes. È preciso ser pintora e poetisa para trazer à luz da poesia a alma
no seu instante-limite, quando o sensível extrapola-se a si mesmo e mergulha na
transcendência, e neste poema a transcendência é o seu refúgio, onde se sente
segura. Assistimos ora prazerosos e contentes a revelação de uma síntese
inestimável: pintura e poesia, o que enriquece tanto a primeira quanto a
última: a pintura revela a poesia que lhe habita, a poesia revela a pintura, o
momento da Beleza do Belo, e Graça Fontis é a lídima representante desta
síntese. Tempestade, embora sua carga trágica, dolorosa, é uma tempestade
suave, serena, pois que encanta com a poesia e a pintura.
Manoel Ferreira Neto.
**TEMPESTADE**
O céu hoje está nublado
Nuvens ameaçadoras movimentam-se
Rapidamente
Juntam-se para se fortalecer
Bem tarde os corpos cansados
Encontram-se em sono profundo
Ouve-se o estrepitoso
E ensurdecedor som
Anunciando a tempestade
Raios fosforescentes riscam,
Invadem o céu
Dentre a escuridão
Madrugada
Tensa, assustadora
Acordam...
Clamam venha a luz do dia!
Sentem ser em vão
Porquanto o vento aterrorizante
Chocando-se às arvores e coqueirais
Destelhando velhas casas,
Barracos
Nos morros e alagados
Impactando a coletividade
Assim avança a tormenta
Em sua rota indeterminada
Deixando vastos destroços
Inúmeros flagelados
Eis a constatação
Ao visualizar a grande destruição
Onde humildes lágrimas a rolarem
Inconformados com esta noite
Que poderia ter sido apenas...
Simplesmente...
Mais uma noite de luar.
Graça Fontis
(15 de setembro de 2016)
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