NADA DE ALMA NA TERRA BRASILIS# GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Vazio que
flora leve e livre à margem dos éritos do tempo, tristezas, angústias,
descontentamentos, desilusões, decepções, peito arfando, mente tergi-versada
para algum canto do horizonte, com os desejos que não são para serem
realizados, que nascem espontâneos no eidos da alma que se projeta alhures,
trans-cendendo os limites da con-ting-ência à busca da luz do verbo para
suprassumir as sorrelfas e quimeras do estar-no-mundo habitado de solidão e
ipseidades solitárias das quimeras do "Ser", alfim entregar-se
plenamente à verdade do efêmero, a bússola para os horizontes distantes, onde
no verso-uno das esperanças e sonhos do vir-a-ser dos in-fin-itivos a vida
re-nasce das iríases do nada, dimensão de síntese da verdade e in-verdade,
pro-jetando-se no in-finito dos volos regenciais da sublim-itude do eterno,
imagística semântica do divino, sombras pálidas flanando nas calçadas de por
baixo das árvores, linguística da travessia do silêncio à solidão do ser,
seren-itude da liberdade para a sabedoria da vida, metáfora da ponte partida
dos mistérios e enigmas do ser-com os inauditos do verbo que se tece de rituais
eidéticos para a continuidade do não-ser desejando o raio numinoso da vida na
anti-poiética poiésis dos versos e estrofes que sin-estesiam as querências,
desejâncias da uni-versalidade do amor, do "sou" nas veredas e sendas
do estar-sendo.
Vazio do
nada. Nada, que, na contra-dança do efêmero, re-vestido de éritos do absoluto,
baila nas sinuosidades dos caminhos desérticos, ínterins das sombras e
claridades, performance das estesias e êxtases, baile platôncio do sensível
sonhando o espírito estético do verbo regente das nad-itudes da imperfeição
perfeita, perfeição imprfeita de cujos úteros nascem a fé con-ting-ente no
espírito do verbo.
Nada de alma
na terra brasilis, nos becos sem saídas do abismo entre o tempo e o vento. Do
saber, da virtude, logra fazer, logra artificiar em prêmio dos trabalhos, um
manto de retalhos... Musa, depõe a lira. Canções de amor, cânticos de glória
olvide. Que a consciência universal ilude. Nada de baldio entre os éritos e o
vir-a-ser, há-de ser, porvir do nada que posterga os finitos do ser em nome do
ente que se prolonga nos campos líricos e destituídos, desprovidos de sementes,
húmus para a eidética poiética da poiésis do pleno que con-templa a plen-itude
do nada. Galgando a Musa minha aos céus não fosse, a Sereia minha aos mares não
fosse, e se a nauseabunda epístola brotasse dentre o lameiro das ideias, em
regras, em normas, que são mais ou que são menos do que exigem do metro as leis
d'Apolo.
Vazio que,
mergulhando profundo, mergulhando profundo nos absurdos da mauvaise-foi,
manque-d`être nas estradas frente aos horizontes onde porventura se encontram
cintilantes risos da alegria, mas ao longo da jornada vai abrindo abismos
irremediáveis, perde-se a alma, perdem-se os desejos, perdem-se as dimensões
sensíveis. Vazio irremediável. Silêncio pleno da vida. Olhos perdidos, frios
nos universos das con-ting-ências.
(**RIO DE
JANEIRO**, 10 DE OUTUBRO DE 2018)
Vazio que
flora leve e livre à margem dos éritos do tempo, tristezas, angústias,
descontentamentos, desilusões, decepções, peito arfando, mente tergi-versada
para algum canto do horizonte, com os desejos que não são para serem
realizados, que nascem espontâneos no eidos da alma que se projeta alhures,
trans-cendendo os limites da con-ting-ência à busca da luz do verbo para
suprassumir as sorrelfas e quimeras do estar-no-mundo habitado de solidão e
ipseidades solitárias das quimeras do "Ser", alfim entregar-se
plenamente à verdade do efêmero, a bússola para os horizontes distantes, onde
no verso-uno das esperanças e sonhos do vir-a-ser dos in-fin-itivos a vida
re-nasce das iríases do nada, dimensão de síntese da verdade e in-verdade,
pro-jetando-se no in-finito dos volos regenciais da sublim-itude do eterno,
imagística semântica do divino, sombras pálidas flanando nas calçadas de por
baixo das árvores, linguística da travessia do silêncio à solidão do ser,
seren-itude da liberdade para a sabedoria da vida, metáfora da ponte partida
dos mistérios e enigmas do ser-com os inauditos do verbo que se tece de rituais
eidéticos para a continuidade do não-ser desejando o raio numinoso da vida na
anti-poiética poiésis dos versos e estrofes que sin-estesiam as querências,
desejâncias da uni-versalidade do amor, do "sou" nas veredas e sendas
do estar-sendo.
Vazio do
nada. Nada, que, na contra-dança do efêmero, re-vestido de éritos do absoluto,
baila nas sinuosidades dos caminhos desérticos, ínterins das sombras e
claridades, performance das estesias e êxtases, baile platôncio do sensível
sonhando o espírito estético do verbo regente das nad-itudes da imperfeição
perfeita, perfeição imprfeita de cujos úteros nascem a fé con-ting-ente no
espírito do verbo.
Nada de alma
na terra brasilis, nos becos sem saídas do abismo entre o tempo e o vento. Do
saber, da virtude, logra fazer, logra artificiar em prêmio dos trabalhos, um
manto de retalhos... Musa, depõe a lira. Canções de amor, cânticos de glória
olvide. Que a consciência universal ilude. Nada de baldio entre os éritos e o
vir-a-ser, há-de ser, porvir do nada que posterga os finitos do ser em nome do
ente que se prolonga nos campos líricos e destituídos, desprovidos de sementes,
húmus para a eidética poiética da poiésis do pleno que con-templa a plen-itude
do nada. Galgando a Musa minha aos céus não fosse, a Sereia minha aos mares não
fosse, e se a nauseabunda epístola brotasse dentre o lameiro das ideias, em
regras, em normas, que são mais ou que são menos do que exigem do metro as leis
d'Apolo.
Vazio que,
mergulhando profundo, mergulhando profundo nos absurdos da mauvaise-foi,
manque-d`être nas estradas frente aos horizontes onde porventura se encontram
cintilantes risos da alegria, mas ao longo da jornada vai abrindo abismos
irremediáveis, perde-se a alma, perdem-se os desejos, perdem-se as dimensões
sensíveis. Vazio irremediável. Silêncio pleno da vida. Olhos perdidos, frios
nos universos das con-ting-ências.
(**RIO DE
JANEIRO**, 10 DE OUTUBRO DE 2018)
Comentários
Postar um comentário