#GETHSEMANI# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA PROSAICO
Geth...
sêmen de outras paisagens, panoramas,
Assistindo à
passagem da agonia de olhos
Perquiridores,
sedento da visão do sem-fim.
Semani de
outras frinchas por onde urubuservar
As coisas do
vazio, do nada, mister a continuidade,
Das lutas,
labutas noutra dimensão de existir...
A
comunicação é livre para as verdades,
As mentiras
serão ausência de ética com os homens,
Sujeita às
lições da Dignidade e Honra,
Liberdade é
comunicar o pensamento e as idéias,
Desejos e
Utopias da Ética...
Dia de
experimentar aquela mágoa,
Senil
frequentada, que não abate ossos nem fêveras...
Abate força,
gênio...
Agonia.
Existência.
O oco, que
ninharia é,
Vence o tudo
que se aguarda
Que eu faça,
faça-me. Ou que creio ser.
Oco e
sofrimento.
Vazio e
sonido.
Eco de grota
no crepúsculo,
A maresia do
mar,
Ou serei a
humilde folha,
Silêncio
entre duas pedras,
Hui-clos(Entre
quatro paredes),
Serei veneno
eterno,
Os olhos
luzindo sobre as presas.
A
comparência de uma recusa faculta o distinto, mas na ideia tudo é possível. Daí
uma convicção sensivelmente persuasiva de que se o ignoto assim sojorna,
preferível para quem não arrisca-se desmoitá-lo.
Pois em seu
átrio reside um intelecto já avelhentado, avelhanteado, avelhantescido, contudo
ainda assustador... Dele alguns espíritos já se evitam e in-vertem do deus do
mundo sub-terrâneo para verbalizar que não há lá muita disparidade do que se
enxerga por aqui. Não estou lá bravo assim pelas in-versões das interpretações,
das ideologias, os tempos mudaram. Pensais que inda me espelho no espelho? Sei
multiplicar-me, e em cada praia colherei olhos perquirindo as águas na noite,
na madrugada.
Ouvindo
essas almas, que se me exibem em devaneios, Discrepar, chego à conclusão de que
Não é
sofrimento o que sofro...
É aflição,
agonia, melhor dizendo,
Uma vontade
de extinguir logo com isso e abalar rumo à labuta que não afadiga, ao tempo que
não caduca e ao bem-querer que não carcome.
Empreitada
para quando o monstro repousar, azule velozmente.
O vazio
in-audito das florestas,
vales,
pampas
e chapadões,
O vazio
inter-dito das grutas,
Cavernas,
Despenhadeiros,
Grotas,
Abismos,
Pontes
movediças,
O vazio
inter-textual das serras e picos...
Meta-vazio
de cujos mistérios da gruta erigiram-se desejos
Calientes,
sonhos efervescentes, utopias chamejantes,
Sibilos
altissonantes preenchem de ritmos, melodias e acordes,
Colina de
ipseidades e solipsismos, colina de facticidades,
Das heresias
e proscrições, colina de melancolias e nostalgias,
Colina das
transgressões e psicoses, colina das ousadias e esquizofrenias...
Colina de
doidivanas, esquizóides,
Intros
sentimentos e emoções pectivando as dimensões sensíveis
Da percepção
e sexto sentido do verbo de intenções
Que
defectiva as ilusões de confins ser o porto onde
As
constelações comungadas re-fletem os precipícios do não-ser,
Os planetas
em uníssono exibem-se, esplendem suas luzes e trevas,
As ondas do
mar projectam à distância espalharem-se na praia,
Em cuja
profundidade habita a luz diáfana do crepúsculo,
Que precede
o alvorecer, metafísica do nonsense,
Que precede
o anoitecer, exegese do absurdo,
Que eiva as
utopias do além ser, o templo onde se encontra o cerne
Da reflexão
sobre o vento que paira nos auspícios do abismo,
Da meditação
sobre as lágrimas de chuva molharem a face
Do horizonte
distante... Alfim, o tempo tempo mesmo de si verte lágrimas.
Luzes da
ribalta numinando becos sem saída, baldias alamedas, vagos jardins, lotes de
lixo! Quem me dera agora ouvisse os sons, ritmos, melodias que se re-velam além
dos domus do Monte Castelo, ""É só o amor que conhece o que é
verdade...". Partículas de luzes de néon sob a passagem dos ventos pairam
leves e serenas, leveza, humanidade do ser.
Não
vislumbro de esguelha, soslaio, de banda, bordas, nuanças, cume do Corcovado e
Pão de Açúcar, Cristo Redentor, cobertos de neblina. Não penso os vais-e-vens,
vis-à-vis, vice-versas de pretéritos e presente, subjuntivos e futuro, circunstâncias
e situações, sinuosidades das trilhas da ilha até às praias, imaginar à noite,
covil de todos os riscos e perigos, dialéticas do místico e contingencial,
regências nos linces do tempo e da roda-viva das coisas, contradições do
abstracto e imanencial, deixo livres os sentimentos que pervagam no tempo, que
vagueiam no espaço, "Servindo a quem vence o vencedor..." As ilusões
de óptica do in-finito sarapalhado de paisagens que circun-vagam no deserto da
solidão, vivendo sem um pensamento para amanhã...
"Gethsêmani"
do eterno re-versado ao instante-limite do nada
As quimeras
silábicas e fonéticas do in-fin-itivo regenciado
De góticas
imagens que deambulam no silêncio
Fecho os
olhos, entregue por inteiro a sentir o friozinho
Agradável, o
vento suave que me toca os pelos do braço,
Eriçando-lhes,
o nublado do tempo,
Manhã ipsis
litteris sensível,
Sensibilizada
da profundeza do sono,
Não me
lembrarem sonhos,
Trans-cenderam
os limites da memória,
Parentes,
íntimos, amigos, conhecidos
Deixando
suas flores nas sepulturas, orações,
Ouço
nitidamente o pulsar do coração,
Sinto a
respiração comedida, em estado de reflexão,
Re-fletindo
as alegrias, felicidade que lhes habitam,
Cositas de
coração mole, sonhador
Sonhando o
preceder do sono, olhos pequenos,
Ínfimas
a-nunciações de reflexos da luz,
Nuvem
perpassando os recônditos do íntimo
Trans-cendendo
a con-tingência, efêmeros e etern-idades,
Sonhando o
alvorecer sob o jorrar das águas na fonte,
Sonhando o
entardecer antes de quaisquer entardeceres
À luz das
cores vivas do arco-iris que risca o céu
De confins
às arribas...
Noite
estrelada, lua cheia.
Onde as
trans-gressões?
Onde as
rebeldias?
Onde as
ousadias?
Onde as
polêmicas?
Onde a
cor-agem?
"Nalgum
lugar do tempo!"...
Rua deserta,
silenciosa.
(#RIODEJANEIRO#,
30 DE OUTUBRO DE 2018)
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