#JINGLE-JANGLE DA SOLIDÃO E RUMINÂNCIAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Quero a
melodia do éter e etéreo
Num tempo
semiológico reduzir
O tempo real
numa ilusão referencial,
Suspensão do
tempo narrativo,
Signo
dilatório,
Efeito
preambular de quebra de ilusão,
Personagem
através de uma vidraça,
Evocação da
memória, ação efetiva,
Do vai-e-vem
da rede no silêncio da noite,
Maresia do
mar,
Fundindo-se
num mesmo presente do indicativo
Engenhosidade
e arte na expectativa de ex-tasiar
Intenções e
desejos de desvendar o segredo
Do
excêntrico e lúdico, do inusitado e exultante,
Jingle-jangle
da solidão e das ruminâncias do belo
- os
sentimentos eternos com que contava
não se
inclinam mais para o meu lado,
minhas
atitudes são absolutamente estóicas e superiores.
Acaso a
minha desarvorada existência.
Grave
tumulto psicológico.
Síncopes
sapateiam cubismos, deslocações,
Alterando as
geometrias,
Adulterando
as sintaxes,
Sarapalhando
as regências verbais...
Quero o
ritmo do efêmero e sublime
Pervagando
as ad-jacências do inconsciente perene
De
mistérios, de jogos lúdicos dos medos e fugas,
Tripúdios e
tramóias do verbo e da carne,
Jingle-jangle
do silêncio e dos gemidos de dor,
Gosto de São
Francisco,
Percorrendo
os interstícios do inaudito profundo
De sombras
líquidas, trevas densas, brumas serenas,
O infinito
re-colhe e a-colhe luzes longínguas,
Reveladas na
síntese de pretéritos genéticos e advires pós-milenares,
Na verdade
habita os raios numinosos do nada,
Vazio
esplendidos e trans-elevados aos cumes
De confins
ornamentados de arrebiques a-temporais
Da estesia
do não ser
(na
estética, o não ser é princípio do sublime,
na poesia, o
não-ser é não criar a liberdade,
na
filosofia, o não-ser é ser re-verso e in-verso
Às
insolências do pensamento e da ampulheta dos ideais)
No absoluto
a presença incólume da fantasia
Do espírito
à espreita do trans-cendente
Às avessas
com a alma entupigaitada de sorrelfas
No
apocalipse do sem-ad-jacências de dogmas
De verbos
pretéritos consubstanciando o divino
Contingente
das efemeridades das dúvidas dentro da alma
Alucinada de
desesperos...
Desmiolada
de frustrações e fracassos...
Desvairada
de náuseas, tremores e temores...
Quero o
acorde do in-audito e inter-dito,
Do mistério
e enigma da pre-posição do nada
Regenciando
o verbo transitivo indireto da travessia
Ao vazio que
re-colhe e a-colhe melancolias e nostalgias
Defectivas
de origens e raízes, prenhes de utopias
Da perfeição
perfeita do verbo in-finitivo da verdade,
No cio de
ideologias
Da
imperfeição que concebe as jacências do efêmero
Rogando ao
eterno a dádiva do des-contínuo
Da morte
morrida de morrer,
De morrer a
morte morrida,
De morrida,
o morrer da morte
Re-nascer do
Ser que busca a Contingência,
A idéia de
defeitos
Torna a
beleza mais interessante
Caminho
entre os mortos, com eles entabulo conversas
Sobre coisas
do tempo, negócios do espírito,
Desfiando a
recordação de que a Literatura
Estragou as
melhores horas de devaneio e desvario.
Quero o
efêmero e sublime do ritmo
Que
circunvagam o poema-arte do ser
Antes do
caos, antes do cosmos, antes da criação
Criar o ser
é antes conceber nos interstícios
Do evangelho
sensível e inter-subjetivo
Dos
preceitos morais, éticos e estéticos,
A luz Vésper
no deserto do silêncio
De re-versas
vozes que recitam
As palavras
versais e estróficas,
De in-versos
olhares que urubuservam
Os sentidos
e significados, linguísticas e semânticas,
Semiologias,
metafísicas e metalinguísticas,
No silêncio
da montanha a revelar-se
Nítida,
trans-lúcida e trans-parente
No desfazer
da neblina
Contemplando
no tempo aberto
E plenamente
incidido nos limiares do eterno
As
inspirações, concepções, percepções,
Intuições,
enfim o absoluto
Habitando o
não-ser sonhando, idealizando
Na idealização
iluminística da dialéctica
Do efêmero a
liberdade em questão,
Da
efemeridade da liberdade
A vida em
contingências.
Quero o
delírio da poesia
No instante
de comunhão dos sons da lírica
Com as notas
musicais,
Violino,
cítara, harpa no instante-limite sublime
Da
espiritualidade do belo e o espírito das contingências,
Êxtase,
volúpia, exultação,
A música é o
coração das Artes,
Pulsa as
inspirações, intuições, percepções,
Vibra as
intenções, vontades, desejos,
Seiva a
sensibilidade, eiva os dons e talentos,
Afaga as
angústias, agonias da criação, da criatividade...
#RIODEJANEIRO#,
26 DE OUTUBRO DE 2018)
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