Sonia Gonçalves CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA COMENTA E INTERPRETA O AFORISMO 382 /**CARTA AO VULGO: PONTEIO DA PARTIDA#
Bem, Manu dizer o que? Parece que a bruxa anda solta rsrsr Publiquei
algo semelhante no pensamento é claro, justamente dizendo isso, a literatura é
aberta e grátis, leia quem o quiser e dê a interpretação que quiser também...
Mas não pense que críticas sejam capaz de podar a literatura, demover alguém do
seu estilo pessoal e jeito de postar suas inspirações, porque não é! Quem assim
o pensa está desperdiçando seu latim e saliva porque não é.porque uma pessoa
expressa opinião desfavorável que vai conseguir fazer a gente mudar toda uma
estrutura, uma tendência literal. Ora veja se meus textos que nem são eruditos
quais os teus causam tais "achismos" imagine os teus, que são
providos de um vocabulário riquíssimo e diferente.Está no sangue enraizado. Não
adianta lutar contra Manu, não sabia era por isso estava afastado, contudo todo
poeta, médico, escritor ou pintor etc...têm certa dúvida em determinado
momento. Eu concordo contigo quase no total... Acho que sua literatura é
difícil sim, mas não impossível traduzir. Acho que depende muito da vontade,
mas também da disponibilidade de tempo para ler, pois é preciso concentração,
seus textos são os chamados textão e o valor do palavreado que faz uso é de
infinda inspiração.. Não devemos usar palavras apenas corriqueiras por ser
popular e de auto entendimento... Quem quer vender um poema? Um poema não se
vende, se tece com fios de seda e depois de rendado fica lá no varal balançando
ás lufadas, até que alguma boa fada lance a magia e espalhe esta poesia pelo
mundo... Não se prenda a isso. A Música clássica nem todos apreciam e ela é de
fácil entendimento, e valorizada justamente por ser para poucos...o problema é
que têm coisas que não é para todo mundo mesmo, e pronto... Cada um gosta
porque gosta, ouve ou lê porque quer, e pronto.Quanto aos comentários idem, não
me prendo também a isso, mesmo porque alguns nem escreve nada, você sabe, mas
são carismáticos amigos e tal... Vamos deixar isso no passado e seguir adiante,
que atrás vem gente, comemoração do blog, natal, ano novo e por aí vai... Bjos
pra você, pra Graça, e para Ana Julia que meu face não quer marcar o nome, ele
está de birra comigo , parabéns pra Julinha que escreveu a linda crítica...Até
Manu...
Sonia Gonçalves
En passant, Sonia Gonçalves: Só a verdadeira Arte eterniza-se. Sigo
eternizando a minha Arte das Letras. Muchas gracias, Soninha Son, pelas
críticas sempre de excelência, por seu incentivo, por sua amizade.
Beijos, nossa querida!
#AFORISMO 382/
CARTA AO VULGO: PONTEIO DA PARTIDA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafe:
"Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer" (Geraldo Vandré)
Quem me dera agora houvesse já partido para as terras do bem-virá e não
compondo a nota derradeira desta carta ao vulgo!!!
Amanhã será outro dia...
Pontear derradeiras letras inter-virtuais no ápode deste
instante-limite, no calor do ato criativo que perscruta noutras ad-jacências da
con-tingência outros sons que possam compor a lírica do que me fez cantador.
Ponteei de vernáculos as letras de sentimentos do sublime, por vezes sublimes e
puros, por vezes obtusos e ambíguos, esgotei-lhes a fonte, na tentativa
agonizante de os meus "ii" serem pingados de excelência, longe dos
"ii", sem mesmo a imaginação dos pingos, que são características
deste vulgo presente, é preciso partir para atingir, alcançar outras orlas do
mar de aspirações, outras sendas do vale, não planto em tempo que é de
queimada, não semeio sementes em lotes vagos, terrenos baldios, não componho
sons no vácuo... Pontear ainda algumas letras com os seus devidos acentos
ortográficos, para serem bem pronunciadas, emitindo-lhes a música do
inter-dito, enquanto reúno as que foram ponteadas, colocando-as na mala,
noutras ad-jacências virão outros vernáculos, outros sons, outras letras.
Amanhã será outro dia...
Pontear de baldios do absoluto, no frontispício da página de dimensões
do vir-a-ser, outras pers, retros de pectivas do silêncio que concebe o som
místico do in-audito que pre-nuncia, a-nuncia constelações que a-lumiam as
soleiras de cavernas e grutas, inspirando a sentir o que lhes habita o
interior.
Amanhã será outro dia...
De ponta cabeça o efêmero sacia sua sede paráclita do destino que, de
travessias em travessias, inscreve nas tábuas de veredas do perene as á-gonias
da liberdade, sursis da alma-com as sinas badalando no domus de sinos das
igrejas heréticas, proscritas, templos demoníacos, marginais, que, de nonadas
em nonadas, do verbo de morrer a vida da morte, epitafia os mistérios místicos,
míticos, legendários, lendários das sendas do inolvidável lúdico e sensual
sibilo da efemeridade que suprassume a poética do espaço através e por
inter-médio da estesia das brás-cubianas memórias das páginas fenecidas de
linhas e margens, o aquém da trans-cendência nutrindo e alimentando o além-nada
das nadificações do ser, estratificações do não-ser, sub-stratos do verbo,
in-stratos dos verbos à luz pálida do crepúsculo de ocasos, o nada é miríade da
vida, a miríade do nada são os espectros-luz que são as palavras à
sensibilidade do não-ser atrás dos ossos que, destrinçados, mostrarão a carne
do tempo, tempo do filet mignon que só reconhece o gosto quem no paladar sonha
sentir o prazer da vida.
Aleluia... Tese...
Pontear de estrofes da verdade, no atrás do convexo do espelho, a imagem
do efêmero sed-uzindo a carência da etern-itude com o veneno paradisíaco da
árvore dos prazeres as miríades do tempo de esperanças do volo eidos da vida
plena de éresis da leveza do ser.
Pontear de versos da contingência de sartreanas náuseas, camuseanas do
deserto inaudito, gideanas concupiscências do imortal, belo da estética do
sensível, os sonhos oníricos da vigília, genesis dos três pilares ou das três
estalactites da gruta do verbo que pingam de água cristalina o inaudito da
inspiração.
É preciso partir para con-templar outras passagens do vento, outras
paragens da caravana para o porto solitário, outras paisagens com a presença do
arco-íris, outros panoramas do caminho que é também do caminhar, estar sempre à
altura do poder de transcender o vulgo, ir além do tempo sem chuva, sem vento,
sem neblina, sem neve, sem orvalho, tempo seco de tudo, de nada, sentar na
praia do grande mar e visualizar ao longe a gaivota sobrevoando as águas.
Aleluia... Antítese...
Sons de raízes dedilhados nas cordas frágeis dos sentimentos manifestos
e latentes, raízes de árvores frondosas, folhas tocadas de brilhos numinosos,
no peito sensações de leveza nos sonhos de amanhã, nas esperanças futurais, e
vou tocando as ovelhas de palavras, ovelhas-palavras, de letras,
ovelhas-letras, com o cajado das utopias de ritmos e melodias, linguísticas e
semânticas, das dialécticas de in-auditos e silêncios, coisas que não faço cá,
coisas que não componho cá, canto a vida porque sou forte e tenho razão, boêmio
de volta ao lar, cabisbaixo, trilhando os caminhos com passos comedidos,
lentos, na vagareza do tempo, pensamentos ao longe, sentindo na intimidade do
íntimo os recônditos das andanças de sonhos dentro de outros sonhos, dentro de
outros sonhos. sabendo nada saber de sabedorias, sempre o sentimento do
longínquo criar-se, conceber-se a presença da verdade do ec-sistir à luz de compor
a história, cítara e harpa em uníssono de notas e ressonâncias de ritmos
re-compondo de fantasias e ilusões a cor-agem e ousadia de pro-jectar a
liberdade para pulsar desejos e vontades do Verbo, nonadências de sensações e
inspirações, pontes partidas de intuições, mister a leveza do olhar os
horizontes e universos, íris e linces em con-sonância com o re-velar-se,
en-velar-se, des-velar-se da natureza, da perfecção da chuva, do vento, da
maresia do mar, em cujos interstícios do Ser e do Tempo residem os orvalhos e
neblinas do pleno.
Aleluia... Síntese...
Os primeiros raios de sol do alvorecer brilham atrás da nonada de
espectros fosforescentes, no horizonte distante a neblina esvaece-se, ponteio o
lince do olhar e vou fundo no abismo do universo buscar o som da cítara que
ritma os acordes de sentimentos inda a-nunciados nos interstícios da alma que,
quiça à revelia do nada, serpenteiam o vazio da inspiração, tomam a vida no
cálice de vinho da morte, serão a luz a bordar de miríades do sublime as notas
do volo desejo do perpétuo, a eternidade além da consumação dos tempos.
Amanhã será outro dia...
É preciso partir...
É preciso o adeus acenar...
Amanhã será outro dia...
É preciso partir...
É preciso cortar caminho...
Amanhã será outro dia...
Esta carta o vento saberá entregar aos destinatários...
(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE NOVEMBRO DE 2017)
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