#AFORISMO 415/NÃO ME CALO POR CALAR, CALO-ME POR SONHAR O SER# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Vers-itudes re-versas de in-fin-itivos e in-finitos, liberdade tecendo
os élans do tempo e do ser, sendas, veredas, ser livre em harmonia com os
sonhos compõe a mais perfeita antologia de alegrias, além o sol esplende seus
raios numinosos, aquém a chuvinha cai suave, serena, lenta, tocando a vidraça
da janela, nunca é tarde para começar, especialmente quando é para viver, a
estrada a perder de vista, nalgum lugar tranquilo, à beira do rio, do oceano,
do mar, sombra de árvore, lembranças, recordações de outras perspectivas, de
outros orvalhos na madrugada inspirando as lenhas da lareira a se esvaecerem,
as chamas do fogo ardente trans-elevando desejos, vontades, volúpias,
fantasias.
Plen-itudes in-versas de verbos e regências do tempo, o sorriso
descontrai e ilumina, quanto mais quando nele a pre-sença da verdade de outras
iríasis futurais do eterno, quando nele a pres-ent-ificação do in-finito
encarnando o verbo, re-velando a cor-agem da expressão: "Sei para onde
estou indo, sei o que me espera lá, sei das novas esperanças..."
Essa é a cor-agem sublime,
A cor-agem da vida nascer e re-nascer,
Re-fazer-se,
Re-criar-se,
In-ventar-se,
Apesar dos des-compassos no coração,
Deixar que a vida me viva,
Faça-me à sua semelhança,
Não fazê-la à minha imagem e utopias.
A fé em harmonia, sin-cronia, sin-tonia com a razão. A esperança,
afastando as melancolias, nostalgias, angústias, tristezas, dores, sofrimentos,
a entrega mostrando as paisagens do encontro, verso-uno do ser-verbo. Quiçá o
mistério e enigma de todas as coisas sejam a vida ter fé em nós, confiar em
nós, e não termos fé na vida segundo as nossas carências e manque-d´etres.
Somos vidas quando a vida nos é. Não nascemos a vida, seguimos as
trajetórias do mundo, circunstâncias, situações, felicidades aqui, inseguranças
ali, prazer aqui, frustração ali, no passo seguinte o nada, seguir em frente. A
vida nos nasce, ela se nos entrega ipsis litteris, a verdade se nos
a-pres-entará nalgum horizonte.
Etern-itudes ad-versas de vontades e desejos que nos preenchem,
completam, as dialéticas re-criam-nos, re-inventam-nos, re-fazem-nos,
vislumbramos, con-templamos as luzes incindindo nos nossos verbos esperançosos
por se encarnarem, serem in-finitivos, presentes do indicativo, subjuntivos,
particípios, gerúndios, embora os pretéritos imperfeitos, mas iluminam o sonho
das ilusões.
E por que pensarmos nos verbos futurais? O verbo é presente e pres-enta
o Ser que será!
(**RIO DE JANEIRO**, 24 DE NOVEMBRO DE 2017)
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