#AFORISMO 373/NÃO SEPARO O ETERNO DO ÊFEMERO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Desejos de circunspecções nostálgicas, melancólicas a configurarem
livres remotas emoções, emoções ad-vindas de con-templ-ações de desejos,
vontades do gozo, êxtases, emoções de estar simplesmente olhando no longínquo
as nuvens que deslizam no espaço celeste, des-faceladas, des-figuradas, por
vezes até tergi-versadas de perspectivas, que emanam princípios da verdade -
verdade do nunca compreensível, verdade do jamais inteligível, verdade do para
sempre visível, verdade do há-de ser inolvidávell -, esquecidas nos abismos do
tempo, cujas linhas essenciais interditas de luzes tornam-se in-verdades do
absoluto, tornam-se mentiras do eterno, e são sêmens das mentiras seculares,
húmus de falsidades milenares, sementes de hipocrisias eternas, mas no frigir
dos ovos das utopias são universos do vazio puro de dimensões perenes,
perpetuidade do sublime e da leveza do ser, a perenizarem as perenitudes.
Perenizadas do sublime vácuo, são horizontes do inolvidável, flashes de
instantes que perpassam palavras, silêncios eivados de neblina do in-finito à
luz de instantes que a-nunciam as yalas todas as dimensões do sensível,
mergulhando no espírito das verdades, vislumbrando toques, carícias
Sentimentos de alegrias, felicidade.
Não separo 0 eterno do efêmero
Deixo claro que a firmeza de sentimentos e sonhos
Vem da certeza que tenho de que a vontade do Ser
Foi que me fez sonhador.
Volúpia de in-fin-itivos do sublime, que, nos cataventos no cume de
montanha, à mercê de ventos suaves e leves, em movimentos verbais das con-ting-ências,
esvoaça suave e livre, e todas as coisas, tudo no mundo, assiste o momento em
que o espírito se uteriza de divin-itudes do perpétuo, sublime dimensão do
in-finito de iríases entrelaçadas com as in-finitudes, átimo de segundo de
evangelhos do divino tempo de sonhos e esperanças perscrutando o silêncio do
Ser e do Verbo, ex-tase de verbos e estrofes do soneto de ek-sistir além dos
horizontes, sempre em contato com os mistérios e enigmas do que há-de
verbalizar as sendas e veredas dos caminhos que con-duzem aos sentimentos da
plen-itude. Sorrelfa de gerúndios e partícipios perpassando os re-cônditos e
interstícios da alma, aquele ínfimo minuto em que as dádivas da iluminação para
sentir a essência na sua floração de raios da sabedoria e do saber se revelam,
as pupilas brilham, brilho de "a vida é ser sempre o in-fin-itivo do Verbo
de todas as esperanças e sonhos, e a cor-agem de con-sentir todas as
travessias...". Quimera de imperfeitos pretéritos re-colhendo e a-colhendo
no baldio das circunstâncias e situações o orvalho do a-bsoluto, o sereno do
efêmero, tornando-lhes alamedas em cujo solo de poeiras metafísicas, passo a
passo, o que está longínquo na distância vai se aproximando, aproximando, mesmo
que em certas curvas se mostre inda mais invisível às retinas das mágicas do
Ser nascendo da falência do nada, sentimento outro não poderia ser senão de que
somos os ruminantes e peregrinos, viajantes do Verbo e do Ser, por vezes
bailando nas linhas dos uni-versos e horizontes, por vezes naquela caminhada de
passos lentos, o peito arfando de angústias e tristezas, mas a certeza de que a
alguns passos o rio de águas cristalinas se pres-ent-ificará, quando no mais
íntimo aquela sensação de repouso, sentar na margem e ficar olhando as águas
passarem, o cristalino das águas incidido dos raios numinosos do sol tece no
tempo a imagem das plen-idades esvoaçando em direção ao além, que vem depois do
In-finito, a pureza do Ser.
Ah, quem dera agora pudesse dedilhar na harpa do perpétuo o ritmo,
melodia do ab-strato que ritualiza de lendas, mistícas, mitos as con-tingências
do não-ser sempre em movimento, mov-ente das plen-itudes, mov-ente das
in-fin-itudes, mas com certeza ouço a música dos inauditos do silêncio e
evangelhos limpidos e cristalinos de idéias, ideais do que é plenário na imagem
refletida no espelho das plen-itudes e do pleno. Ouço a música do Verbo.
(**RIO DE JANEIRO**, 09 DE NOVEMBRO DE 2017)
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