#AFORISMO 427/ALEGRIA BREVE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Liberdade do sonho de Verbo "Ser".
Sonho do Verbo "Ser" liberdade.
Verbo "Ser" do sonho liberdade.
Jogo de palavras. Tripúdio de sentidos. Entrega plena à semântica-yala
do amor à esperança da cintilância do Verbo Ser o que não se é e não ser o que
se é.
Libertas quae será tamen.
Mineirices de artes do espírito, yalas, iríasis de sonhos do pleno, absoluto,
sementes da terra. Utopias pervagando o tempo, sorrelfas, idílios, crepúsculo
do nada, vazio, melancolias, nostalgias, trevas da noite, o relógio na parede
pendulando segundos, minutos, horas, sentimentos, emoções, sensações, quiça os
verbos con-figurem o in-fin-itivo do encontro almejado da felicidade, quiçá as
regências verbais con-figurem éritos, éresis, iríasis, projetando-as ao
In-finito, uni-verso de alegrias, conquistas, quiçá a verdade pres-ent-ifique
na alma a sublim-idade do "Ser", na pre-funda do in-audito a pureza
da espiritualidade, re-nascimento, re-novação, novo dia de novo tempo,
pintassilgo à soleira da floresta silvestre trinando o cântico da mineir-idade
da esperança...
Dentro dos idílios, todas as verdades serão húmus para o pensamento que
pensa o ad-vir, vir-a-ser, há-de-ser a plen-itude de outros horizontes,
"segue a vida nas veredas do inaudito, o amor trans-cende, entrega sem
fin-itudes, mesmo que as realizações sejam ínfimas...", para a
sensibilidade que sensibiliza o sensível dos desejos, vontades, volos do eterno
que etern-iza a etern-idade do ser-no-mundo, para a razão que raciocina a
racionalização dos dogmas, preceitos do ab-soluto, ab-soluto do ab-surdo,
ab-soluto da mentira, ab-soluto do vazio, as águas sujas, desde a fonte primeva
do tempo, desde a fonte originária do "ser-ai", per-correm solos
áridos e íngremes, dia-lécticas e contra-dicções justificando inépcias e
inércias, nada de novo de por baixo do sol, o nada prolonga-se por fraqueza,
morre por encontro im-previsto, solidão, des-ilusão.
Profecias de ontem, outrora, tempos imemoriais,
Neuras existenciais, preservaram-se, esvaíram-se,
A mesa farta, o dia a dia da vida,
Ademais, não se refuta, negligencia, subestima
Engenhosidade, habilidade, agilidade,
O que há-de se entender, com-preender?
O para quê vem... Onde estão, as intenções,
O que há nelas para que lhes credite confiança?
Urubu está com raiva do boi,
Mas o urubu não pode devorar o boi,
Todo dia chora, todo dia chora,
Baiano e os Novos Caetanos já o disse.
Pego o peixe,
Vou-me embora, outros lugares...
Outras idéias, pensamentos, ideais
Toca o sino, late o cão...
Fluxo de idéias. Fluxo de pensamentos. Fluxo de sentimentos. A dádiva
maior: o sublime da sensibilidade que de sendo-em-sendo, criando, re-criando,
re-inventando o artífice de todas as obras, desejo, vontades, esperanças e
sonhos, tece com a linha de tricot dos éritos e iríasis da con-ting-ência o
in-fin-itivo eterno do in-finito, o etern-itivo con-ting-ente das etern-itudes,
que concebe o além da verdade, pureza, seren-idade, tricoteia com a arte das
mãos o verbo in-finito do ser-in-fin-itivo do "finito ser-aí" da
imanência, dando origem, luz à genesis do perpétuo, arribas plenas em cujas
asas da águia voa a divin-idade eivada e seivada das eidéticas da felicidade, o
cântico da águia sussurra no silêncio da alma "Tudo é eterno, tudo é
liberdade de Ser", seguindo o seu itinerário sem destino pré-determinado:
uni-versos e horizontes são o silvestre da poética do espaço, são a poiésis dos
versos e estrofes do Soneto In-trans-itivo do Verbo Amar, amar a solidariedade,
amar a compaixão, amar a entrega ao outro, amar amando o verbo amar, amando o
verbo de amar e verbalizando o "ser de amor" com o in-fin-itivo da
verdade sensível, cáritas do "nous" e "telos" da vida.
Sonhador eu? Nada disso. Minh´alma recita e declama: "O In-finito
de meus verbos vivencio no silêncio que nas madrugadas desérticas re-flete,
medita o alvorecer de luzes e raios numinosos do Sol, iríasis de minha
inspiração e entrega de meu "Ser", as volúpias da esperança...",
eu, como diz inesquecível poetisa e escritora, por ela convidada a conhecer o
Museu de Guimarães, a Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa, como
Embaixador da Cultura Curvelana, "... doidice e exagero de ser luz que
sensibiliza os boêmios caminhos para as verb-itudes de amar a verdade, o
"Silêncio do Som", lembranças desta escritora e poetisa lá das terras
de Cordisburgo, terra-natal de Guimarães Rosa, "... um vernáculo absoluto
do escritar as dimensões do Ser-com a melodia da Vida...", comentando a
minha obra literária em nosso primeiro encontro, num barzinho, de lá famoso,
SARAPALHA, cerveja, porção de carne com mandioca em presença de outros
escritores e amigos dela", neste momento os presentes levantaram os copos
e o tim-tim, respondendo-lhe eu "... o som das palavras sensibiliza os
per-cursos de águas, quiçá aporte nalgum Porto, andar na areia, na orla do mar,
sentir as ondas tocando-me os pés, a velha amiga e companheira gaivota, pousada
no barco, olhando a longitude do mar... que esplendor... esvoaça, parte para
outro lugar, quem sabe confirmar alguma lei, voa livre...", respondi-lhe,
sorrindo,
Voar, voamos, voamos
E como voamos,
Aprendemos novas sendas,
A verdade de quem somos,
Personalidade, Caráter,
Traz a amizade, a compreensão,
Traz a ética, traz uma estrela na testa,
Outra na mão que segura o cajado,
Por onde anda,
E eles vem caminhando, e eles vem caminhando...
Vida anda, se a andança da vida é a vida, o violão danado a tocar, o
vento roda moinho...
Vou seguindo a caminhada do crepúsculo, o sol se despedindo, as ondas do
mar, lembrando esta amiga lá das terras de Cordisburgo, nem imaginava aquelas
palavras tornar-se-iam verdades incólumes. Lembrou-me de nosso último encontro,
tomaria o ônibus de volta a casa, abraçamo-nos, da escada do ônibus
dissera-lhe: "Até de repente..." E não mais nos encontramos, quiçá
morando naquelas terras inestimáveis... No momento da despedida no Restaurante
Sarapalha, dirigindo-se ela aos amigos, D. Ernestina Barbosa, com a mão sobre o
meu ombro dissera: "Às vezes, os escritores dizemos coisas ao léu, doidice
do "eu poético", que mais tarde torna-se realidade..."
Sorriu-me.
Da Alegria Breve ao Sorriso da Verdade de sentimentos, emoções,
dimensões sensíveis inestimáveis realizadas, realizando-se...
(**RIO DE JANEIRO**, 30 DE NOVEMBRO DE 2017)
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