#AFORISMO 403/NA NEBLINA DA MADRUGADA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Efem-éresis...
Dúbios
sentidos do eterno perpassando, circun-vagando, di-vagando, devaneando os
liames da distância e a luz, as nuances do longínquo de perspectivas quebradas,
de ângulos ceifados, conspurcando limites do nada, fronteiras do vazio;
cancelas do vácuo, ambíguos signos do absoluto roçagando as bordas do absurdo e
as sombras, do nonsense e o amanhecer nublado, cinzas do crepúsculo
corroborando fronteiras do abismo onde as nonadas ou se refestelam serenas aos
raios do sol ou se espreguiçam calmas na neblina da madrugada, na chuvinha
tranquila que vai caindo, inspirações do belo, da beleza, de letras eivadas de
sentimentos, emoções, que isto revelem, "os caminhos mudam com o tempo, só
o tempo muda um coração"; controversos símbolos da morte e a esperança de
alhures esplendendo miríades do sem-fim às arribas fosforescentes do per aos
vômitos do pétuo, a náusea sublime arrotar metáforas do não-ser.
Na
petu-idade e petu-itude do desértico não-ser da cochinchina borrifando o
perfume metafísico do inferno nas meiguices insolentes de Mefistófeles que se
performa para o banquete das hipocrisias re-vestidas das aparências dos dogmas
cristãos, preceitos sociais, cláusulas políticas em nome insofismável do pecado
do verbo fornicar os sonhos do paraíso, desejos de repouso na ilha de Safo;
contraditórias metáforas do belo e os instintos templando os ossos e cinzas
tumulares, concebendo efígies para o tabernáculo dos idílios, opúsculos das
sorrelfas, em cujos frontispícios a sublime epígrafe: "Cogito ergo non
sum", configurando e performando o ossuário do tempo, preceitos e dogmas
da redenção, ressurreição, paradisíaco cócito do bem, vestido ao erudito da
Moral, ao Lácio Linguístico da Ética, chapéu clássico do subjuntivo verbo do
não-ser, numinosas miríades do supremo divino do nada, aos secos e molhados do
armazém fechado amanhã para balanço.
Quem
me dera agora sensibilizar a "anima" de inspirações leves, suaves,
tranquilas, serenas de versos e estrofes que inscrevem no tabernáculo do templo
a vida do espírito, qual as mulheres quando acariciam o ventre onde trazem a
vida a ser dada a luz, sentem o além, o infinito, o uni-verso, horizonte
silesiado de muitos sonhos, alfim o artífice das letras é quem concebe, gera e
dá a luz ao que há-de ser a semente da liberdade, das utopias do verbo ser que
nadi-sonetiza a alma de cor-agem de se projectar a todos os espaços do além e
do Infinito. Mulheres e artífices das letras em nome da Vida.
Quem
me dera agora estender os verbos que se foram a-nunciando, re-velando neste
instante de vislumbrar o alvorecer, as primeiras luzes da manhã, a todos os
cantos e re-cantos, com um bilhetinho, como se faz com os pombos, dizendo que o
alvorecer não é uma promessa das paisagens no Infinito serem cintilações da
verdade, mas a verdade de que o espírito da vida habita todas as dimensões do
nada e do tempo.
Quem
me dera agora dizer às mulheres: "Somos uns sonhadores, não somos? Mas a
vida está nas nossas mãos".
Efem-éresis...
Sintese anamnética da solidão desértica, silêncio marítimo, águas serenas, antítese
mnética do silêncio abissal, tese amnestésica do vácuo-ser do cicio de ventos
mergulhados na luz, sons e palavras do pleno.
Adeus
aos Verbos de Metáforas!... Au-revoir às Metáforas da Estesia!... À demand aos
versos da Poesia!...
(**RIO
DE JANEIRO**, 20 DE NOVEMBRO DE 2017)
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