#AFORISMO 405/SE EU MORRESSE ONTEM# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Se
eu morresse ontem, os éritos futurais do verbo recitariam, declamariam, à luz
de cítaras e harpas, o soneto do In-finito seivando o uni-verso de poiésis do
silêncio, ritmo e melodia sobrevoariam florestas silvestres, mares, abismos.
Se
eu morresse ontem, as iríasis in-fin-itivas do eterno declamariam, sob a
neblina do alvorecer, a prosa poética do absoluto eivando-se das essências
florais do tempo, tempo de esperanças dentro de outras esperanças, dentro de
outras esperanças, res-plandecendo o celeste de raios numinosos de amor e
sublim-idades, "realizando em mim toda a humanidade de todos os
momentos", o mundo pleno de espiritualidade, místicas e míticas do divino
paraíso.
Se
eu morresse ontem, as iríadas do genesis florariam as pétalas suaves, respingadas
de orvalho, exalariam as essências regenciais do verbo de ser sempre as
desejâncias e querências do uni-verso de solidariedade, compaixão, entrega à
verdade, verdade que trans-eleva as con-ting-ências aos auspícios de outros
sonhos de viver plenamente.
Se
eu morresse ontem, as éresis da inspiração teceriam de palavras o vernáculo do
ser seivando de verbos o in-finito sob as paisagens do tempo à mercê do vento,
travessias, travessias, travessias, os éresis do desejo e vontade da estética
das estesias comporiam sin-estesias e metáforas re-presentadas de luzes, luzes
res-plandecendo a lua e as estrelas de ex-tases do belo e da beleza, incindindo
sob a terra a intimidade da verdade do amor, do amor à verdade.
Se
eu morresse ontem, as "itudes" do pleno, eterno, efêmero re-colheriam
e a-colheriam o nada e o vazio, nas águas do rio cristalino de esperanças do
longínquo e distante deslizariam solene o silêncio divino da vida plen-ificada
de amor, nas margens a humanidade saudando o amanhecer eterno do espírito, do
ser espiritualizando o verbo de luzes e resplandecências.
Se
eu morresse ontem, as palavras silenciar-se-iam por um instante, jubilando o
vernáculo erudito do sonho de prazeres e êxtases, mas seguiriam a jornada sem
fim, sem meio, sem princípio ao In-finito do Verbo, e no íntimo delas a
sabedoria de que a vida me fora tão simplesmente a caminhada para o perene do
sensível, entregaram-me suas vidas nas mãos feitas concha, e eu con-templei
todas as dimensões da vida...
Se
eu morresse ontem...
Se
eu morresse ontem...
Se
eu morresse ontem, poeta não seria, seria apenas sendeiro, viajante, peregrino
do In-finito em direção ao Verbo In-finitivo das Esperanças do Amor.
(**RIO
DE JANEIRO**, 21 DE NOVEMBRO DE 2017)
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