Isa Fernandes Cunha ESCRITORA E POETISA COMENTA O AFORISMO 378 /**PERS-CRITOS EPITÁFIOS - PRESCRITAS EPÍGRAFES**/
A morte como única certeza, os sonhos, utopias e quimeras, sorrelfas do
caminho sinuoso em direção ao último reduto, seja qual for o caminho, o final é
a redundância do nada ou da luz. No epitáfio: luzes ... luzes... Isso mesmo,
percorremos uma longa estrada nesta constante procura. Imagem bem em
consonância com a mensagem do texto. Excelente.
Isa Fernandes Cunha
Eis uma das dialécticas da existência dialéctica mais complexa: os
sonhos e a morte... desta é certeza absoluta, dos sonhos serem realizados, in
totum, buscas, desejos, indagações, perquirições, investigações,
questionamentos. Resta a busca constante, contínua, consciente desta
dialéctica... jamais con-sentir os pers-critos epitáfios, sim abrir os braços
às prescritas epígrafes. O final, como você mesma diz, Isa Fernandes Cunha, é a
redundância do nada ou da luz, ou a consciência do nada ou da luz, a síntese, a
longa estrada neste constante procura do Ser.
Quanto à pintura de minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis,
sine qua non ter consciência de que a pintura não fora feita para o Aforismo.
Pintou-a há muitos anos - a pintura esperava o texto para realizar sua luz
primordial, o questionamento, in-vestigação da existência, do ser.
Manoel Ferreira Neto.
#AFORISMO 378/PERS-CRITOS EPITÁFIOS - PRESCRITAS EPÍGRAFES#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
???...
Pers-critos epitáfios per-formam o tempo - "Jamais esqueçais de que
a morte é um futuro in totum mistériosa e obscura" "Só a morte diz a
si própria; tudo o mais são verbos de pretéritos conjugando perfeições e
imperfeições, im-perfeitos sonhos de futurais vires-a-ser de esperanças,
perfeitas sorrelfas de con-ting-entes angústias e tristezas que per-vagam
perdidas nos alhures, no In-finito re-fazem-se silêncios perambulando efêmeros
e nada, travessias e nonadas, re-nascem solidões originando, concebendo
sentimentos e emoções vazios."
Prolixos e herméticos, solidão e silêncio, nada de in-fin-itivos
solsticiando o limiar do horizonte, nada de regências verbais velando a soleira
do uni-verso em instante de sedução do vazio ad-nominado ao abismo para os
abissais genesis do vento sibilem, nada de concordâncias nominais des-velando à
beira da gruta as prescrições do nada à luz do entardecer, desde a travessia da
profundidade à superfície do mundo, nas paisagens da viagem aos interstícios
velados do In-finito.
Silêncios silenciando silenciados vazios, silenciadas náuseas e
angústias; solidões de éritas desilusões, decepções, solidões con-tingenciadas
de quimeras e fantasias, conciliadas aos sonhos perdidos, mesmo que não se
chora pelo perdido, lágrimas não os fazem re-nascer. Silenciados silêncios,
silenciando o nada, nada de In-fin-itivos, pontes partidas, mata-burros,
paisagens íngremes, áridas. Silenciando silêncios silenciados do efêmero,
gerúndios do tempo, partícipios do verbo, in-fin-itivos do ser, sendo a
travessia dos pretéritos ao presente particípios do ser, sendo a passagem do
presente ao há-de vir do eterno eterizado de absolutos; eterizado de
divin-idades, eterizado de além e alhures. Infinitivo dos ventos do além
per-vagando os verbos e sonhos, pers-crutando no silêncio do vazio a solidão do
outro, a solidão do ser, circun-vagando as ipseidades e solipsismos,
per-fazendo as essências e utopias, os eidos e puras alucinações da verdade e
do belo, exultações da in-verdade e da mentina, re-fazendo as esperanças e desejos
de versos re-versos in-versos de estrofes ad-versas, trans-versas, os volos do
inaudito, os paráclitos do ininteligível, os paradoxos do logus, ratio sublime
do não-ser sendo o ser, do ser sendo o não-ser, inauditos silêncios da alma.
Silenciando silenciados silêncios, miríades de memórias reveladas no espelho de
horizontes longínquos, arribas distantes, perspectivas de sentimentos aqui, lá,
em qualquer lugar, algures, alhures, em qualquer recanto do desconhecido,
incognoscível.
Imagens pretéritas perpetuando instantes de melancolias, momentos de
lusitanas saudades do haveria-de ser, haveria-de perpetuar, haveria-de a água
cristalina matar a sede do eterno. Retratos d´outrora perenizando momentos de
prazer, prazeres pretéritos trans-elevando desejos inconscientes de tempos
passados nas asas livres e soltas do condor, do há-de vir, do vir-a-ser, do
porvir, esperanças, sonhos, sínteses do passado e presente. Na longa estrada do
tempo, o ser revelará as dimensões do eterno, as circunstâncias do efêmero, as
situações do verbo nascendo da falência do nada, o silêncio pres-ent-ificando o
In-finito. No tempo contínuo das veredas, o não-ser...
Apresentar-se-á descontínuo às luzes diáfanas, aos raios numinosos da
manhã, a chuvinha fina e fria caindo lenta no prenúncio do alvorecer, às
sombras do crepúsculo que trans-cendem o anoitecer, sem estrelas, sem lua,
solidão do silêncio, silêncio da solidão, do silêncio, a solidão; da solidão, o
silêncio, do silêncio e da solidão, o porvir futural da verdade...
Silenciados silêncios silenciando verbos de lembranças, memórias,
recordações, à revelia do inconsciente apocalíptico de genesis aquém do caos. O
caos é a origem do cosmos, o cosmos, a origem do caos, aqui, lá, em qualquer
lugar. No efêmero tempo das origens, o vazio precedia as perspectivas de
nonadas do eterno, princípio do nada, sêmen do não-ser; no eterno tempo do
genesis, o nada precedia os ângulos de travessias partidas de universos, fim do
absoluto, término das essências, derradeiros eternos da fé no além.
Silêncios silenciados, silenciando no deserto de reflexões as angústias
e tristezas, nostalgias e perfeitas indiferenças, iluminando, à beira-mar de
meditações, desejos e utopias do nada-vazio, útero da concepção, criação do
aquém-além, do além-aquém do ser não-ser, do não-ser ser, vontades e ideais do
vazio-nada, corpo da vida, volo de buscas, querências do além-eterno,
eterno-além, corpo de baile, baile do corpo, dialética da iluminação,
iluminação da dialética.
Pers-critos epitáfios trilham circunstâncias e situações - "Jamais
esqueçam de suas raízes, origens, nunca se lembrem de esquecer de que esquecer
significa apagar da memória, há outras dimensões do esquecimento, isto é, se
dou uma dica do sentido, modo de explicação, virar às costa, seja feliz do seu
modo, a última palavra, serei feliz do meu modo e estilo.
Lembram-me as pres-critas epígrafes... Luzes... Luzes... Outras luzes...
Outras luzes.
(**RIO DE JANEIRO**, 12 DE NOVEMBRO DE 2017)
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