MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 973 /**ALVORECER DO VIR HÁ-DE-SER** - PROJECTO #VERSO-UNO LITERÁRIO#
Um trabalho literário a duas mãos, colmatado com a ilustração sempre magistral.
Um trecho difícil de interpretar, um desafio ao leitor que tem de fazer
associações, denotações, conotações para conseguir chegar ao fulcro da
mensagem, tudo bem na linha do que hoje se pretende do autor, isto é, levar o
leitor a pensar, raciocinar, a interagir com o autor. Este sugere, dá as
pistas, o leitor terá de as descodificar.
Maria Isabel Cunha
#AFORISMO 973/
ALVORECER DO VIR HÁ-DE-SER# - PROJECTO "VERSO-UNO LITERÁRIO"
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: AFORISMO
Epígrafe:
"Voos na figuração linguística, vocativa, sensibilidades
artísticas, temarizando a verbalização cognoscente das estruturas do
pensamento."(Graça Fontis)
"...nada de nada em tudo, em mim mais do que em tudo, quem repousa
na colina, na calma do sonho, os caminhos-da-roça de cinzas estão maduros,
orvalhados."(Manoel Ferreira Neto)
"Se eu não sei, o silêncio me acompanha na observância.Graça Fontis
"O verbo desejar o conhecimento dos sonhos habitavam-me hoje são
querências do sentimento-verbo do que trans-cende os mistérios, enigmas da
origem da alma, rituais, mitos da genesis do pretérito eivado de
in-verdades." (Manoel Ferreira Neto)
Voláteis inteligências eivadas de pretéritas e inauditas pers do desejo
incólume de criar, re-criar o outro dos questionamentos do sublime, perpassando
conhecimentos retrógrados, sabedorias demodês, olhar cínico e sarcástico,
sorriso amareliçado, como pudera con-sentir com tantas vulgaridades e nonsenses
ao longo das suas in-vestigações da verdade, quiça explique não era inda o
tempo de traçar as suas linhas, fundamentá-la com as experiências e vivências,
quisesse apenas amenizar as angústias e tensões da alma, preencher os vazios
fosse com o que fosse. Tudo resultou em nada.
O que me fora vazio hoje é um abismo sem margens em todos os sítios da
alma; o que me foram ausências do verbo desejar o conhecimento dos sonhos
habitavam-me hoje são querências do sentimento-verbo do que trans-cende os
mistérios, enigmas da origem da alma, rituais, mitos da genesis do pretérito
eivado de in-verdades; o que me foram os manques-d´êtres do sonho de amar, amor
às esperanças que projeta o não-ser aos auspícios do in-finito, na síntese do
divino e absoluto re-vestem-se do cântico dos cânticos da fé, não há sonho sem
esperanças, não há esperanças sem fé, não há o outro do verbo realizar o ser
sem os inauditos do estar-no-mundo, não há o amar verbo intransitivo do
silêncio sem o in-finitivo do amor que se esplende aos templos de efígies
místicas, re-templando as luzes ad-vindas da imensidão do espaço poético,
incidindo no paráclito que flui raios pelos cantos e recantos, despertando na
longevidade do ser as miríades numinosas do surdo-ab do nada e efêmero,
acendendo as chamas nas lenhas da lareira, projetando as carências e medos do
desconhecido ao olimpo dos valores e virtudes do espírito fenomenológico do
soluto-re indício "starting over" das primevas quimeras e fantasias
da alma, eidos da arte e do belo, da linguística e da semântica das águas vivas
que escrevem com moléculas de hidrogênio e oxigênio o líquido puro e sublime
das nonadas-travessias, passagens-nadas ao juntivo-sub do há-de ser.
Perspectiva do fluir inexorável do tempo e do Eu, desencantado e
recolhido em si mesmo: o sujeito decadente e em crise diante do Tempo. O Tudo
está no Nada do vazio transcendental. Despido das falsas verdades , falsos
valores morais, éticos, religiosos, etc, elaborados à escravização do homem
pelo homem... Forjar, para cada obra, língua nova, língua atrás de outras
línguas, elevá-la para que ela possa dar à nova interioridade um som novo.
As voláteis inteligências são dotadas de talentos e dons para re-criarem
palavras dicionarizadas com sentidos vulgares, servindo apenas para tirar o
osso da carne do diálogo, comunicação, entendimento, deixar-lhe tornar-lhe
cinzas livres, eviando-lhes, seivando-lhes de pás lavrando as mânticas-se,
isticas-lingue do perpétuo efermerizando o soluto-gito dos cócitos do ser tao
nonada da vida do viver que é sempre, desde a eternidade à eternidade, muito
perigoso. Nas utopias do ser tao mineiro não habitam a iluminidade do ser, o
iluminismo do ser-verbo, mas os raios de sonho da verdade que se plen-ifica de
volos de etern-itudes. O iluminismo não dialetiza o surdo-ab do soluto-ab,
apenas desliza e escorrega nos êtres-manque-d´as solícitas verdades do efêmero
e nada.
Estou todo, in totum como era antes de ser, e ninguém dirá que fiquei
faltando. Qual nada . De tão presente, de tão puro, em meio a vagos vazios de
cristais, o cristal de cavernas onde, de estalactites, os pingos de água
alimentam a todo instante, reverbera a sombra. Exercito uma força que não sabe
chamar-se, apenas, humanidade do ser, com palavras novas o diálogo subterrâneo
que, num sussurro o mais humano dos seres em suas trevas, interroga uma
lembrança, perquire a liberdade ser posta em questão, nada de nada em tudo, em
mim mais do que em tudo, quem repousa na colina, na calma do sonho, os caminhos-da-roça
de cinza estão maduros, orvalhados.
O cinza entristece a alma,
Viajante destas penumbras,
Sinto os arrepios,
Meus calafrios noturnos,
Companheiros da madrugada;
E na mente gélidas palavras
Invadindo e violando meus sonhos,
Como algo sem forma;
Uma porta para o infinito
A eternidade
O nada
Um grito...
Um sopro de vida
Desintegrou-se num mergulho
Dentro deste labirinto...
As voláteis inteligências con-sentem sítios outros da sensibilidade,
subjetividade ao espírito da verdade que se projeta livre no tempo das memórias
da humanidade desejando o verbo da plen-itude conjugado com os temas e
temáticas da luz do crepúsculo da morte raiando e numinando o alvorecer do vir
há-de-ser.
(#RIODEJANEIRO#, 25 DE JULHO DE 2018)
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