GRAÇA FONTIS ESCRITORA POETISA PINTORA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE AO COMENTÁRIO DO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO MANOEL FERREIRA NETO AO POEMA /**DENSO OLHAR**/
Uauu. .. magnífica análise meu querido Escritor, sem palavras, só você
para interpretar tão profundamente o que se passa em mim no momento em que
escrevo e o que procuro passar com meus poemas, grata sempre por incentivar-me
neste belo caminho das letras que a cada dia me cativa mais, agora mais ainda
depois de validado por você, meu Escritor Favorito! Beijos.
Graça Fontis
Os valores, dons e talentos devem ser reconhecidos, além disso
incentivados, impulsionados. Isto é o leitmotif, o movimento, a pedra angular
para a materialização de grandes obras. As letras estavam latentes em você,
tinha dons e talentos para elas, não os sabia, não os conhecia. Intui-os e
percebi-os e, consciente, comecei a dar os meus empurrãozinhos, incentivá-la,
impulsioná-la na Poesia. Nasceram obras poéticas inestimáveis. A paixão pela
Prosa surgiu numa euforia ilimitada - a prosa exige muito, disse-o inúmeras
vezes: "É muito difícil escrever prosa", diante do fato de levar
dois, três dias para escrever um texto de meia página, uma página. Deixei-a
seguir os seus passos: nunca lhe disse para escrever assim ou daquele modo,
escrever simples ou com erudição. A única coisa que fiz e faço é revisar a
dimensão gramatical de sua obra. Nunca interferi no seu estilo e na sua
linguagem.
Aqui no Facebook, existe aquilo de escrever para agradar as pessoas,
escrever o que todos querem que escreva, os modismos, e você não. Não escreve
para agradar ninguém, como gostariam que escrevesse, nem se mete em modismos.
Como começou a escrever há dois anos atrás permanece, e a cada obra aquela
preocupação, desejo, vontade de crescer, amadurecer, aprofundar-se, produzir obras
inestimáveis, valiosas em todos os níveis e aspectos. E, sinceramente, já subiu
muitos degraus da escada da Prosa, até motivo de admiração porque atingiu
dimensões que a grande maioria de quem escreve não o faria nem com experiências
de anos longínquos. E vê-se com nitídez duas de suas características
essenciais: a Sensibilidade e a Espiritualidade tanto como pintora, escritora e
poetisa.
A maior escola para um crítico é viver com o artista. Com você estou
aprendendo a perceber coisas em uma obra que, sem a convivência, seria
"virar as palavras". Não as viro, enfio-me nelas adentro,
arranco-lhes o que há dentro.
Você se refere a validar eu a sua obra. Não a valido, reconheço-a e
incentivo, impulsiono, dou mais empurrãozinhos. Para mim "validar"
tem uma conotação arbitrária, gratuita: "Tem coisas inaceitáveis aqui, mas
vou ad-mitir, con-sentir". Não sou esta estirpe de críticos.
Você é uma grande artista. Há muito o que aprender, desenvolver, há
muito a descobrir nas Letras, Literatura e Poesia, mas isto é com o tempo e a
experiência contínua da escritura e da leitura. O ser se faz continuamente: não
se esqueça jamais disso. /**DENSO OLHAR**/ é a sua primeira obra-prima, pois
poetizou com excelência o que o seu olhar vê, contempla, enxerga, e o poema
atingiu a dimensão da Fenomenologia: escrever as coisas como elas se revelam. O
olhar é a pedra de toque da Fenomenologia.
Mais uma vez: Parabéns por esta jornada que a cada dia se aprimora, uma
jornada de muitos frutos futuros.
Mãos à obra!...
Beijos, amor!
MANOEL FERREIRA NETO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO ENSAIA O POEMA
/**DENSO OLHAR", DA POETISA, ESCRITORA, PINTORA E CRÍTICA LITERÁRIA Graça
Fontis
Olhar é des-cobrir, des-vendar, des-nudar, des-velar as dimensões das
coisas, do mundo, à busca do Verbo do Ser, da Verbalização do conhecimento.
"DENSO OLHAR", da poetisa, escritora e pintora Graça Fontis é
a efetivação do que é isto - o olhar? E neste poema a poetisa mostra o que é
isto olhar a Poesia com percuciência, pois que ela reside nas "pérolas que
caem da boca", nas "...pequenas coisas de grandes
significados...", "... sorriso da criança que retém o tempo..."
A poetisa não olha as coisas apenas com o olhar da sensibilidade, do
eu-poético, mas com o olhar do Espírito da Vida, este que solicita
profundamente a Arte e a Vida comungadas, koinonizadas, sintetizadas, sendo a
"intenção fundamental" o Ser do Amor.
Olhar a Poesia a partir da poiésis, poética, linguística, semântica,
semiologia, são caminhos da Estética, da Filosofia da Estética, mister fazê-lo,
mas é preciso olhar a Poesia com os linces do Amor à Vida, com o desejo de
revelar a beleza espiritual que habita o homem, e sem este Amor é ver e não
sentir, é estar mergulhado na "mórbida insensatez". Para a poetisa e
pintora Graça Fontis, a Poesia está mergulhada "num mundo frio/Só... numa
Geleira", pois não está sendo olhada densamente, não está sendo sentida,
está apartada da Arte, perdida no "melancólico suspiro", perfeita
insensatez. E sugere não descartar o amor, a beleza em nome das modas
ideológicas da mídia, das vontades e desejos da glória. Sonho que se sonha
sonho é Arte. E este sonho só se faz presente, se olhado com o Amor à Vida, à
busca do Verbo de Ser, do Ser.
Graça Fontis é Sonho que se sonha Arte, que sonha a beleza poética, que
sonha a Arte-Vida, a Vida-Arte. Já de início, no poema, ela deixa nítido e
transparente ser este sonho uma "ousadia", mas se envereda nele com
todas as suas forças, deseja-o materializado.
A cada poema, a cada texto, a cada pintura mais este sonho se concretiza
mais e mais, sua Arte atinge dimensões espirituais inestimáveis, é o Espírito
da Vida se manifestando, e ela inscrevendo a Poetisa do Amor à Vida. Isto
porque ela sabe e conhece olhar com os linces dos olhos o que trans-cende o
meramente contingente e quotidiano.
Mãos à obra, Grande Poetisa, Escritora, Pintora! O universo das Artes é
seu!
(#RIODEJANEIRO#, 31 DE JULHO DE 2018)
#DENSO OLHAR#
GRAÇA FONTIS: POEMA E PINTURA
Olhe: com ousadia,
densifique as pétalas,
pérolas que caem da boca
A rusticidade dos caminhos invernais despidos e
Prontos para receber
O verão antecipado
As pequenas coisas
De grandes significados
Como...
O oleiro que apazigua o barro
O sorriso da criança
Que retém o tempo
Sob o frisson de um olhar
A flor feita prenda
Nas mãos informes
Ao volatizarem carícias atmosféricas
No átimo do inesperado.
Então. ..
Aí está o amor, a beleza
Não os descartes
Por conta das decepções
É o olhar que viu e não sentiu
Apartado na mórbida insensatez
Negligencia plenos prazeres
Perdido no melancólico suspiro
Num mundo frio
Só. .. numa Geleira.
(#RIODEJANEIRO#, 30 DE JULHO DE 2018)
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