#ENTREVISTA# PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#
Inestimável Esposa e Companheira das Artes,
Graça Fontis
O melhor seria responder-lhe à Entrevista por si a mim concedida, neste
Projecto #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL", numa missiva por assim ser
a vereda que assevera com distinção o ponto de vista de todas as críticas
literárias sobre numa crítica não haver como separar a razão, o intelecto, a
erudição da sensibilidade, aliás, a sensibilidade ser de primeira instância,
pois que é a partir dela que se dá o início das investigações, da avaliação de
uma obra artística.
Em verdade, a última pergunta traz em seu bojo um propósito sobremodo
relevante: a partir dela avaliar se as respostas do entrevistado são coerentes,
verdadeiras, mostram as idéias, condutas e posturas. Acreditam os leigos e
desinformados que o acúmulo de conhecimentos sobre a Crítica, leituras e
leituras de especialistas, ensaístas, doutores, mestres são os lídimos
responsáveis pela glória e pelo sucesso dela. Como se diz na linguagem vulgar:
"Não é assim que a banda toca..." Sensibilizar, sentir a obra são o
mais importante, daí reúne-se isto com os conhecimentos acadêmicos da Crítica.
A pergunta então é capciosa. Se o crítico não for de si próprio crítico, não
exercer a autocrítica, jamais ele será um crítico. Posso com serenidade
corroborar que você é uma autocrítica sobremodo exigente. Para escrever suas
obras literárias, prosas, poesias, críticas pensa, repensa, avalia, investiga,
pesquisa, leva dias escrevendo, pensando, num exercício pujante e contundente,
e quando termina, o que questiona de imediato é se fora bem sucedida, se fora
verdadeira e digna com o que pensa e sente, se soube retirar da obra o seu
eidos, se sentiu o momento de criação do escritor, se mergulhou nos seus
sentimentos, se penetrou nas suas ideias e pensamentos, se retratou a sua
visão-de-mundo com percuciência. Uma preocupação sem fronteiras e limites com o
"eidos" da Arte. O final da Entrevista patenteia isto com dignidade,
quando você diz; " Sempre assim, como nestas perguntas, que não sei ter
sido bem sucedida. É isso aí." Tal resposta id-ent-ifica com excelsitude
que ainda quer mergulhar mais profundo, mais abismático na obra,
descobrindo-lhe outras dimensões. Aliás, em nossa conversa após a publicação
oficial, dissera-me: "O que falta em mim de conhecimentos acadêmicos,
eruditos, sobra e muito na sensibilidade. Mas isto depende apenas de leituras,
vivências e experiências."
Em verdade, não me admirei com esta conduta ética, pensei-a espontânea,
pois que sendo artista-plástica, pintora e escultora, sabe o quanto é
importante a sua autocrítica, é ela, não restar dúvida, o sêmen de des-cobertas
inestimáveis na busca da estética da imagem e das cores, a koinonia delas,
concebendo a vontade e o desejo do Ser da Arte. Se você mesma fizer um retorno
desde o início de sua vida artística, ainda fazendo curso, aprimorando-se,
buscando a sua linguagem e estilo, o seu "eu-plástico", observa que
vivenciou várias experiências, o tempo foi aprimorando os linces de seus olhos
para ser a imagem e concebê-la em seu Ser. Muitas angústias, inseguranças,
medos habitaram-lhe nestes tempos. Mesmo hoje, após tantas peças realizadas, a
autocrítica permanece viva e contundente.
Por alguns anos, você, sentindo os dons e talentos para as letras, tomou
da pena e criou poemas, uma atitude espontânea, apenas revelar a sensibilidade
e o que lhe habitava a alma, esperanças de nas palavras id-ent-ificar o mundo
de sua alma. Nos últimos dois anos, entregou-se por inteira às letras, elas
também eram-lhe a vida, e sentia que havia de expor-se por inteira. Criou
poemas, status, prosas, sempre à busca da autenticidade, de seu verdadeiro eu.
Mas chegar à Crítica Literária é uma vereda que exige outras dimensões e
perspectivas mais abissais. Hão-de reconhecer-lhe este mérito os seus leitores,
admiradores, seguidores: em tempo tão mínimo você atingiu dimensões críticas
que levaria a outros tempo longo, e o mais complexo e hermético numa crítica é o
estilo de desvendar as idéias, os pensamentos, sentimentos, emoções, exige a
sensibilidade sentir o sensível da obra, exige pensar o pensamento que pensa.
Tudo isso alcançado com um primor inestimável. E percebe-se bem no eidos de
todas as suas críticas a incólume presença do desejo de penetrar na obra, ser a
obra que se critica, ser a crítica que avalia e investiga as dimensões da Arte.
A interação.
Sim... Ser a obra que se critica, ser a critica que avalia e investiga
as dimensões da Arte. E assim está se despontando para ensinar: é mister ao
crítico ser a obra que critica e ser a crítica que avalia e investiga as
dimensões da Arte.
Mãos à obra na Crítica Literária, na Poesia, na Prosa, na Pintura, na
Escultura. Você é uma artista e crítica completas.
Muchas gracias, minha inestimável Companheira das Letras, por todas as
suas críticas haverem tanto contribíido, estar contribuindo sobremodo, para u´a
visão-de-mundo e de arte mais profunda, mais eidética.
(#RIODEJANEIRO#, 10 DE JULHO DE 2018)
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