#AFORISMO 964/ DEFECTIVAS UTOPIAS GENITAIS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Defectivos ideais do perpétuo nada que precede o caos nos ad-juntos
silêncio e solidão ad-nominais que projetam o vento leve e suave para girar o
catavento re-verso de quimeras, o rodamoinho in-verso de ficções, macunaímas
preguiças de abraçar rituais e mitos da eternidade, e jornadeando
des-ventilados pelo espaço à mercê dos alvoreceres e crepúsculos; defectivas
utopias genitais que protelam o cosmos nos complementos nonada e travessia
nominais que lançam ao léu do efêmero o etéreo, que postergam o absoluto...
O mundo está plen-ificado de seivas do in-verso re-versando os instantes
limítrofes da verdade e in-verdade. O homem está eternizado de origens e
gênesis do ad-verso pers-versando as linhas fronteiriças das ausências e
carências do nada vazio de pectivas, da nonada náusea.
Pretéritos passados.
Perfeitas imperfeições.
A carne se tornou verbo dos ócios se morrer a morte morrendo a dialética
do fim que é início do diálogo entre a liberdade e o tempo. O verbo dos ócios
se tornou osso impotente de ser cinza ao longo das regências que figuram as
imagens estilísticas. A alma mendiga a dor e sofrimento, côdeas de pão que
alimentam as pré-fundidades de seus abismos abissais à busca, incólume desejo,
do re-flexo de raio de sol que iluminará, luminará os seus stícios da diva
concepção que nada mais deu a luz senão a cegueira do além.
Algures.
Tudo são lamentos, ruminações.
Alhures.
Tudo são gritos, uivos de desespero
Long-itudes.
Tudo são mantos de luz e apitos.
As ondas do mar, no trajeto de vencer as docas, banham a praia onde
gaivotas, ciscando, se alimentam. As tempestades de areia no deserto, no
itinerário aberto e sem destino do espaço, envelam a visão dos arrebores do
in-finito.
Perdido o ser.
Perdido o não-ser.
Perdido o verbo.
Os ócios dos ossos atravessam o nada encarapitados no lombo do camelo.
Os ossos dos ócios suprassumem o mar no colo das sereias.
Ironia
Lúrida e doentia
Mas agridoce melancolia.
Cinismo
Produz versos que passam de mãos em mãos
Com merecidos louvores.
Sarcasmo
Cantando ao ar livre,
Em redor do piano de cauda
Onde gaiatamente se senta
Padre Narciso.
Em verdade, a travessia assimilou a nonada para sobreviver de
subjuntivas imperfeições, a nonada comeu com farinha e pimenta a travessia,
para viver de particípios perfeitos, re-versos in-versos particípios
subjuntivos, a-temporalizando o eterno, in-temporalizando o efêmero.
(#RIODEJANEIRO#, 20 DE JULHO DE 2018)
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