#AFORISMO 967/ INSTANT KARMA...# - PROJECTO #ARTE DESENHO E PINTURA# - Manoel Ferreira: DESENHO/GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
... A ser relido e revisitado...
... Metáforas a serem sentidas e re-fletidas...
... Imagem a ser sensibilizada e meditada...
... Tese, antítese, síntese...
Nada de metafísicas... Ocasos de um momento, ausência! A mente dispersa,
pensamentos perdidos, ideias longínquas. Porventura as regências dos verbos
accepcionassem intenções e aspirações da alma, sentimentos e emoções se
patenteassem com proficiência e eloquência, desvencilhados de quaisquer
erudições! Contudo, não se fazem presentes, o nentes performa as falhas e
ausências. Tremor, temor. Desespero humano.
A sós comigo, através a minha salvação e as boninas apanhadas no
lusco-fusco, que adornei o servente-cosmos de meu cubículo, o engenheiro-caos
de meu casebre, o mestre-vácuo de meu quarto no escuro, a lâmpada queimou-se,
submerjo nas lágrimas bentas transformadas em sortes e jucundidades, na aragem
escuridão diluviando sobre mim a compadecida umidade da pacificação e de todas
as angélias excelsas e sagradas.
Trópicos das gnoses e cáritas, sentimentos e emoções dos grãos de areia
o vento sopra, o esplendor, resplendor das anunciações de ad-vires do tempo, as
dialécticas são inspirações ad-vindas dos questionamentos e indagações, as
contra-dicções, vontades de alçar voos nas esperanças e utopias do belo e do
pleno...
Trópicos das pleromas, angústias e tristezas que precedem as vontades,
desde as das entregas da alma e espírito às das liberdade e do Ser, desde as
recusas da consciência e razão às da verdade e do saber, as contra-dicções são
as poeiras por onde movimento os passos às sarapalhas da in-fin-itude.
Oh, míseros compassos e traços de um instante sem fim e início, filhos
do acaso e da preguiça, da bebedeira e insanidade, da boêmia e da sabedoria, o
vento do silêncio esplendeu-se aos horizontes da solidão, porque me obrigam a
dizer o que não seria nem um pouco conveniente, forçam-me a concordar com os
despautérios da justiça e do senso e inda louvá-los como sendo atitude de
humanismo, respeito às diferenças - se houver conveniência é o aprender a tocar
qualquer instrumento, cítara, guitarra, harpa, violino, amar apaixonadamente
estes ritmos de qualidade e belo estilo -, dizer o que não seria, em suma, bom
ouvirem?
A morte é certeza real para todos. As glórias são efêmeras, os versos
são eternos aqui e agora, amanhã, infernos astrais; as estrofes se performam ao
longo dos dias, situações e circunstâncias, e se perdem, dissolvem-se,
eterizam-se na travessia para outros tempos, até a inspiração de outras
avaliações, in-vestigações, desejos, diálogo misterioso, enigmático com o
eu-poético, em que só eu sei a "senha" para nele mergulhar e decifrar
o que habita nos pensamentos e vontades.
Nada de metafísicas... A inspiração esvaiu-se, o relógio sem ponteiros,
o pêndulo conserva-se tiquetaqueando porventura simbolizando, significando algo
não podido id-ent-ificar, comedidas as batidas cardíacas, instant karma, o
vento do silêncio sibila altissonante, ritmo e melodia do nada. A língua
procurando outras línguas, os olhos frios fixos alhures... no peito, as
pulsações do coração são mínimas, diminuíram sobremodo desde alguns milésimos
de instantes, desequilibradas. Pudesse o deus do sono a-colher-me em seus
braços, mas acenou-me há longas horas, fora passear no bosque. Socorro,
ajudem-me!... Faço o que quiserem de mim!
O melhor para um indivíduo, quem sente o ar calmo e temperado, brisa
suave, sombras frescas, o aroma da relva, brilho suave do céu sem estrelas e
sem lua, patear compassado e o resfolegar dos cavalos, latidos dos cães no
orvalho da madrugada – todos os encantos da estrada, da primavera e da noite
penetra-lhe na alma, o sabor do "coquetel pequim", no alto verão,
degustado solenemente no "Fim de Tarde", curtindo o movimento da
Avenida Contorno, o belo horizonte da montanha distante - é não ter nascido,
não ser, ser nada...
(#RIODEJANEIRO#, 22 DE JULHO DE 2018)
Comentários
Postar um comentário